Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apelo para a criação de postos de trabalho no País a fim de se evitar o êxodo de jovens ao exterior.

Autor
Íris de Araújo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Íris de Araújo Rezende Machado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DIREITOS HUMANOS. DESEMPREGO.:
  • Apelo para a criação de postos de trabalho no País a fim de se evitar o êxodo de jovens ao exterior.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Mão Santa, Ney Suassuna.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2003 - Página 17744
Assunto
Outros > DIREITOS HUMANOS. DESEMPREGO.
Indexação
  • COMENTARIO, SITUAÇÃO, CIDADÃO, ESTADO DE GOIAS (GO), VITIMA, FRAUDE, AGENCIA, VIAGEM, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PROPOSTA, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), OCORRENCIA, AGRESSÃO, TORTURA, PRISÃO.
  • AGRADECIMENTO, AUXILIO, EDUARDO SUPLICY, SENADOR, GESTÃO, ORADOR, REPATRIAÇÃO, CIDADÃO, ESTADO DE GOIAS (GO), PRISÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • ANALISE, GRAVIDADE, PROBLEMA, DESEMPREGO, BRASIL, PROVOCAÇÃO, EMIGRAÇÃO, JUVENTUDE, REGISTRO, DADOS, ITAMARATI (MRE), AUMENTO, NUMERO, BRASILEIROS, DOMICILIO, EXTERIOR.

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço, do fundo do meu coração, ao policial americano, cujo nome infelizmente desconheço, que, no dia 3 de maio deste ano, vigiava as ruas da cidade de Pearsall, Texas, Estados Unidos e, em meio a sua ronda, encontrou um homem de apenas 23 anos, sujo, sedento, faminto, vestindo apenas uma camiseta e uma cueca molhadas. Tratava-se do jovem George Geraldo de Assunção Pinto, da cidade goiana de Jaraguá, que entrara ilegalmente nos Estados Unidos. A aparência de George chamou a atenção do policial que, ao perceber o estado lastimável em que se encontrava aquele moço brasileiro, antes de qualquer providência, encaminhou-o para saciar a fome e a sede. A bondade daquele policial era o primeiro gesto de humanidade que George Geraldo recebia em meio a um pesadelo que já durava semanas. Mais do que semanas, George Geraldo, aos 23 anos, faz parte do gigantesco contingente de brasileiros desempregados. Depois de meses procurando trabalho, o rapaz foi seduzido pela publicidade de uma empresa paulista que prometia trabalho nos Estados Unidos. Só que a viagem deveria ser feita pelo México.

Creio que muitos dos Srs. Senadores que aqui estão conhecem mais ou menos essa história, não a do George, mas de outros jovens que também se aventuraram em busca de um horizonte ilusório, mas, na cabeça deles, melhor.

A família de George juntou os últimos trocados e apostou no sonho do rapaz. E lá se foi ele, levando apenas uma mochila e muita fé num futuro que o Brasil, neste momento, é incapaz de lhe oferecer.

No México, George foi entregue aos chamados “coyotes”, que nada mais são do que traficantes de seres humanos, especializados em atravessar ilegalmente mexicanos e outros latino-americanos para os Estados Unidos.

Tenho aqui a cartinha de George, escrita para a família. Ouçamos o que ele conta: “... passamos 5 dias sem comer e beber água, dormimos no mato, no chão, sem nada. De noite, sem comer e sem beber, eu desmaiei duas vezes e um dos paulistas saiu correndo procurando água para mim. Quando ele chegou com água, bebi e consegui dormir. No outro dia, um coyote disse “vamos atravessar a fronteira hoje.” Ficamos escondidos até às três da manhã e saímos para a fronteira andando. Eu desmaiei de novo e um “coyote” me despertou com um bofetão e disse que nós não íamos mais beber água do rio, porque ele ia nos matar...”

Diante da ameaça, e aproveitando um descuido do “coyote”, George e os dois companheiros tiraram a roupa e se jogaram no rio, segundo a expressão dele, “um rio, segundo a expressão dele, “um rio que nós nem sabia qual é. Atravessamos nadando, que do outro lado a gente ia encontrar roupa e solução...” Depois dessa travessia, os jovens brasileiros chegaram a mais um lugar desconhecido, a cidade americana de Pearsall, no Texas, onde aquele policial de bom coração o encontrou, já à beira de outro desmaio. Vejamos o que ele conta: “(...) eu disse que sou do Brasil e estou morrendo de fome e sede e aí ele passou num supermercado e comprou algo para comer e beber e depois nos passou para a polícia de imigração...”

Nada mais natural a prisão de George, que, naquele momento, estava até sem documentos. A carta que ele escreveu à família é de cortar o coração, mas o que mais me dói, Srªs e Srs. Senadores, Senador Eduardo Suplicy, que participou ativamente, graças a Deus, da libertação de George, é ver a imensa culpa de George que, ao pedir socorro, pede também perdão pelo sofrimento que imagina estar impondo aos seus pais e irmãos.

Ontem, neste plenário, eu fiz um discurso em que falei do meu Partido, o PMDB, que nasceu MDB e teve a sua fundação em 24 de março de 1966, com registro na Justiça Eleitoral. Era um dos resultados da extinção dos Partidos imposta pelo AI-2 e a instalação do bipartidarismo.

De longa data conheço o Senador Mão Santa, a quem darei o aparte nesse instante. Trilhamos o mesmo caminho dentro do MDB, pertencemos a uma geração criada numa época de regime de exceção e fomos forjados na luta, aprendendo a não nos curvar e a enfrentar as batalhas, mas não perdemos o direito de sentir, de nos emocionar e nos indignar com situações como essa.

Concedo a V. Exª, Senador Mão Santa, com muito prazer, um aparte.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senadora Iris de Araújo, atentamente eu e o País ouvíamos V. Exª, encantados com a sua inteligência. Primeiramente, quis Deus estar aqui o generoso Líder de São Paulo, Eduardo Suplicy. Olha, a culpa não é do George, mas do Governo. O George simboliza milhões de brasileiros desempregados e que não vêm perspectiva de emprego. Essa é a causa e a missão histórica do Presidente Lula, em quem votamos e a quem ajudamos a vencer as eleições, está clara, está nítida: é proporcionar emprego, pois essa é a maior doença deste País. Falo em doença porque cada um de nós leva a sua formação profissional para onde vai. Qualquer pesquisa indica que o desemprego é a causa, é a etiologia. O restante é conseqüência, como essas aventuras e fugas. O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tem que se assentar mais no Brasil, viajar menos e ver o feliz País que não precisa buscar exemplos na história de outros países, porque já os tem. Suplicy, eu nasci na Era Vargas - que homem trabalhador! Estão expostos dois diários seus: ele trabalhava de noite, à tarde, pela manhã, no dia 7 de setembro, no Natal, e criou toda essa estrutura. Naquele tempo, os presidentes dos outros países vinham ouvir Getúlio Vargas. Franklin Delano Roosevelt, que governou por três vezes os norte-americanos e fez o New Deal, veio aprender com o estadista. Em segundo lugar, ressalto a nossa identidade com o PMDB. As asas da saudade me levam ao ano de 1994, quando V. Exª foi a encantadora candidata à Vice-Presidente da República na chapa de Orestes Quércia. Nós fizemos os três mais belos comícios da história do Piauí, beleza essa garantida pela sua presença. V. Exª foi, sem dúvida nenhuma, a primeira mulher que teve coragem de avançar na política brasileira. V. Exª traduz a grandeza e a beleza histórica do nosso Partido, o PMDB, que não deve ser base no Brasil, mas luz do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que constitui a melhor história e possui a mais variada liderança, em quantidade e qualidade.

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Agradeço ao nobre Senador Mão Santa pelo aparte, levando em consideração, Senador, que, a par dos elogios que V. Exª dirige pessoalmente a mim, pelo que agradeço e posso computar como entusiasmo do companheiro de Partido e de muitas lutas, devo dizer que V. Exª tem toda razão. Tenho dados mostrando que cerca de dois milhões de brasileiros vivem, hoje, fora do Brasil. Em média, cem mil pessoas deixam o Brasil todos os anos. De 1997 até 2003, a quantidade de emigrantes aumentou 33%. Esses números fazem parte do balanço anual realizado pelo Itamaraty, com a colaboração de mais de cem embaixadas.

Continuando a narrar o sofrimento do jovem George, que certamente deve ser o mesmo de milhares de famílias que devem estar se solidarizando com ele por viverem drama igual.

O Brasil está sendo tão injusto com a nossa juventude que George, malsucedido na sua empreitada, envergonha-se de ter feito uma tentativa para melhorar de vida, procurando, em outras terras, o trabalho que aqui não encontra.

Digo ao George e a todos esses jovens por este País afora: Não, George, você não precisa pedir perdão! É o Brasil que está errado, não você. Quando olho para as nossas cidades, sem saneamento básico, oferecendo uma educação de baixíssima qualidade, um atendimento à saúde que é de lastimar, fico sem entender: se há tanta coisa para fazer, por que nos faltam postos de trabalho?

O caso de George, felizmente, está resolvido. Recebi uma angustiada carta de seus pais e me empenhei em lhes devolver a confiança no Brasil, ajudando a repatriar o filho querido. Eu o fiz, quero aqui dizer, com a inestimável ajuda do Senador Eduardo Suplicy. Nobre Senador, tenho a certeza e a consciência de que sem a ajuda de V. Exª talvez eu não tivesse conseguido resolver o caso. V. Exª tem muito mais crédito, muito mais conhecimento e muito mais história do que esta Senadora. Devo também, neste momento, Senador Eduardo Suplicy, fazer um parêntese para exaltar o trabalho deste Senado Federal. Quando encaminhei a V. Exª a minha solicitação, imediatamente, como Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, V. Exª encaminhou o requerimento à Comissão, onde foi votado por todos os Senadores. Assim, após todo esse trâmite, tivemos força para libertar e conquistar - tenho certeza - uma vida.

Nós, integrantes do Senado, por diversas vezes, somos injustiçados, porque, lá fora, não se conhece o verdadeiro trabalho desenvolvido por esta Casa. Gostaria de usar esse pequeno exemplo por ser ele também grandioso.

Agradeço enormemente o empenho de V. Exª, a quem concedo um aparte, com muito prazer.

Em seguida, concederei um aparte ao nobre Senador Ney Suassuna.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senadora Iris de Araújo, há cerca de três anos, um jovem rapaz saiu de São José dos Campos dizendo a sua mãe que iria para os Estados Unidos, uma vez que de há muito vinha tentando uma oportunidade de trabalho sem obter êxito. Esse jovem havia tomado conhecimento, por intermédio de um anúncio, de que pessoas estariam sendo requisitadas para um trabalho de colheita de frutos, na Flórida, para o qual se inscreveu. Porém, por três vezes, havia estado no Consulado, tendo o seu visto sempre negado. Então, buscou uma dessas empresas que anunciava essa oportunidade de trabalho, foi para Campinas e, lá, pegou o avião para o México; do México, tentou embarcar para os Estados Unidos. No entanto, mais uma vez lhe negaram o direito de visto. Chegando ao México, o jovem telefonou para sua mãe e disse-lhe que iria tentar chegar aos Estados Unidos por via terrestre. E assim, de carona em carona, chegou até a fronteira do México com os Estados Unidos. De lá, telefonou outra vez para sua mãe e disse-lhe que no dia seguinte lhe telefonaria, já dos Estados Unidos. E resolveu - como o George Geraldo Pinto - atravessar, a nado, o rio Grande, que faz a fronteira do México com os Estados Unidos. Ocorre que o jovem faleceu. Não se sabe bem, porque não se descobriu, até hoje, se foi morto por tiros da guarda da fronteira ou se por afogamento. O fato é que ele faleceu. À época, registrei o fato da tribuna do Senado. Trata-se de mais um exemplo de brasileiros - há também pessoas de outras nacionalidades, como ele diz na sua carta, colombianos, mexicanos, porto-riquenhos e assim por diante - que têm tentando atravessar a fronteira. Recentemente, Senadora Iris de Araújo, há cerca de um mês, foi sustado um vôo com 240 brasileiros com destino ao nosso País, tendo em vista as condições inadequadas, a infringência aos direitos humanos, que caracterizava esse vôo, brasileiros que também haviam tentado atravessar a fronteira e foram detidos. Ontem, a Embaixadora Donna Hrinak nos recebeu com respeito e atenção. Inclusive, nesse caso, o funcionário Júlio e a Embaixadora tomaram as providências e nos informaram que George, desde que reconheça a tentativa de entrar ilegalmente nos Estados Unidos, expresse desejo de retornar, e a sua família providencie a passagem, poderá voltar. Felizmente, esse caso será solucionado. Mas, em diálogo que tive ontem com o funcionário Júlio, responsável pelo setor de imigração - e que está sempre tentando resolver esse problema -, procurei transmitir a ele e à Embaixadora, entusiasta da Área de Livre Comércio da América, a necessidade de, em breve, não haver mais esse tipo de trabalho desenvolvido por aquele funcionário da imigração, o Sr. Júlio. Que possa haver, de fato, maior liberdade de locomoção entre cidadãos do Brasil, do Paraguai, do Uruguai, do Chile, da Bolívia, do México, dos norte-americanos, dos canadenses, enfim, do Alasca à Patagônia, que os seres humanos possam escolher onde viver, estudar e trabalhar; fazer as Américas. Isto, na verdade, Senadora Iris de Araújo, é consistente, sim, com maiores oportunidades de trabalho para todos. Na medida em que, um dia, tivermos a integração de fato das Américas, não apenas do ponto de vista do capital, dos bens e serviços, mas, sobretudo, dos seres humanos, com direitos sociais mais homogêneos, com direito de todos partilharem da riqueza das nações e do Continente, aí, sim, não teremos mais episódios tristes como os de George Geraldo Pinto. Meus cumprimentos a V. Exª que, atendendo ao anseio da família goiana, a de George Geraldo Pinto, teve o acolhimento de todos os Senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, um pleito mais do que justo daquela família. Parabéns!

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Agradeço, nobre Senador. Quero dar o meu testemunho, na presença de V. Exª, de que lá na Embaixada V. Exª usou essas palavras para esclarecer uma situação vivida não só pelo Brasil, mas por outros países também.

Concedo um aparte ao nobre Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Nobre Senador, como o tempo de V. Exª já se exauriu, serei extremamente rápido. É uma pena que um país que, até outro dia, recebia milhares, milhões de imigrantes, que era um paraíso, hoje, pelo desengano, pelo desapontamento, passe a ser um fornecedor de juventude para construir a grandeza de outras nações. É uma pena! V. Exª está coberta de razão. Quantos milhões de bons cérebros e de jovens não perdemos pelo desalento do desemprego e pelo desapontamento de ver o seu País sem as perspectivas de trabalho que outros países oferecem?

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Agradeço ao nobre Senador Ney Suassuna o aparte.

Peço à Mesa a transcrição do meu discurso na íntegra, e encerrarei em cumprimento à advertência da Mesa, após breve conclusão.

A conclusão de tudo isso é que a miséria de nossos jovens criou um novo nicho de lucro para os inescrupulosos. Há toda uma organização criminosa de agências de viagens, doleiros, guias. São caçadores de jovens desempregados que exploram a desesperança dos cidadãos brasileiros.

É hora, Srªs e Srs. Senadores, já passa da hora de libertar os brasileiros da prisão da miséria.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

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SEGUE CONCLUSÃO DO DISCURSO DA SRª SENADORA IRIS DE ARAÚJO.

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A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - (...) O caso de George, felizmente, está resolvido. Recebi uma angustiada carta de seus pais e me empenhei em lhes devolver a confiança no Brasil, ajudando a repatriar o filho querido. O que fiz com a inestimável ajuda do nobre senador Eduardo Suplicy, e de todos os integrantes da Comissão de Relações Exteriores, por ele presidida. Ontem, fomos recebidos pela Embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, que, prontamente, se comunicou com as autoridades do seu país e nos garantiu a libertação do rapaz.

Se o problema fosse apenas o de George, levantaria as mãos para o céu, em agradecimento. Mas, infelizmente, assim como George, dezenas de milhares de jovens brasileiros estão se aventurando, sem lenço nem documento, por terras estranhas, à procura do trabalho que possa lhes garantir uma vida digna. Eles estão nos Estados Unidos, no Japão, na Austrália, em vários países da Europa. Muitos são acolhidos em casas de amigos, dividindo cama, passando necessidades. Outros vagam pelas ruas do desterro e acabam nas prisões. Há os que se entregam aos agenciadores de trabalho ilegal, vivendo nas piores condições, sem direito até ao passaporte.

Sabemos da nossa triste condição de exportadores de jovens, mulheres e homens, candidatos a empregos na Europa e que, lá chegando, são obrigados a se prostituir. Há pouco mais de um mês, o jornal “O Globo” fez uma série de reportagens mostrando a exploração de craques adolescentes, obrigados a assinar contratos leoninos, em busca do sonho de vencer no esporte, no exterior.

A conclusão de tudo isso é que a miséria de nossos jovens criou um novo nicho de lucro para os inescrupulosos. Há toda uma organização criminosa de agências de viagens, doleiros, guias. São caçadores de jovens desempregados que se exploram a desesperança dos cidadãos brasileiros.

E aqui, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu me pergunto: onde está a polícia que não prende estes criminosos? Como podem eles, impunemente, publicar anúncios em jornais, comercializar passagens, organizar verdadeiras arcas de Noé de brasileiros corajosos, que arriscam a própria vida em busca de trabalho? Até quando vamos deixar que estes malfeitores se mascarem de empresários?

A trágica conclusão a que chego, Srªs e Srs. Senadores, é que, nos próximos dias, George Geraldo de Assunção Pinto, sairá de uma cela da Frio Detention, em Pearsall, Texas, onde foi preso por estar ilegalmente no país. E retornará para o Brasil, este gigantesco cárcere dos sonhos da nossa juventude.

É hora, Srªs e Srs. Senadores, já passa da hora de libertar os brasileiros da prisão da miséria.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2003 - Página 17744