O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Tive um lapso de memória e me esqueci de pedir a inclusão nos Anais da Casa de matéria publicada hoje na Folha de S.Paulo, que, na verdade, adoça o debate. Sei que fui amargo nas críticas que fiz, mas agora isso ficará doce.

A matéria publicada na Folha de S.Paulo diz:

“Planalto lança edital para adquirir bombons, biscoitos e chocolates.

(...) 600 quilos de bombons Sonho de Valsa e quase 2.000 vidros de molho de pimentas vermelhas envelhecidas em barris de carvalho(...)”

E continua:

“(...) louça com friso dourado nas bordas e cristais lapidados a mão; (...)7.000 pacotes de biscoitos recheados de chocolate, morango e doce de leite e mais 6.000 barras de chocolate ao leite crocante; (...)120 colchões de solteiro e 300 colchas...”

Por aí vai. Já ouvi a história de que a Presidência da República lançou edital para a compra de 2.000 latinhas de cerveja e 610 garrafas de vinho.

Ou seja, nem tudo aqui é doce, mas tudo é de discutível prioridade. Eu gostaria de dizer que esta Casa deve tomar conhecimento disso, e a Nação também para julgarmos se, de fato, esse é o melhor caminho.

Fala-se no Programa Fome Zero. Poderíamos transformar a preço de mercado essa lista para saber quantas pessoas seriam alimentadas com essa importância e por quanto tempo. Quantas centenas de famílias seriam alimentadas por algo que substituísse esses produtos, que me parece sinceramente supérfluos, abaixo do gesto nobre que é o de alguém se dispor - embora não tenha deslanchado o programa - a enfrentar o drama da fome no País.

Aqui vai a matéria de Marta Salomon, da Folha de S.Paulo: “Planalto lança edital para adquirir bombons, biscoitos e chocolates”. Espero que entendam isso como a contribuição da Oposição para que o amargo vire doce. Não faltam ingredientes com altas doses de açúcar. Temo pelo colesterol dos comensais da Presidência, porque sequer é uma comida saudável.