Discurso durante a 116ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à vida do bispo de Macapá, Dom João Rizatti, falecido nesta madrugada em Trento, na Itália.

Autor
Papaléo Paes (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à vida do bispo de Macapá, Dom João Rizatti, falecido nesta madrugada em Trento, na Itália.
Publicação
Publicação no DSF de 10/09/2003 - Página 26524
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO RIZATTI, BISPO, DIOCESE, MUNICIPIO, MACAPA (AP), ESTADO DO AMAPA (AP), ELOGIO, ATUAÇÃO, LIDERANÇA, IGREJA CATOLICA, ATENDIMENTO, COMUNIDADE.

O SR. PAPALÉO PAES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sexta-feira passada, inscrevi-me, como orador, para, nesta terça-feira, proferir o meu pronunciamento. Logicamente que o tema já estava programado, porém um acontecimento, bastante triste para o Estado do Amapá, fez-me rejeitar o discurso já programado para fazer um triste mas importante registro para o Estado do Amapá e para a Igreja Católica.

É com grande pesar que registro o falecimento do Bispo de Macapá, Dom João Risatti.

Dom João Risatti faleceu na madrugada de hoje, dia 9 de setembro, na casa de sua família, em Trento, na Itália. Dom João foi vítima de enfarto fulminante do miocárdio.

Nascido no dia 1º de dezembro de 1942, também em Trento, Dom João era Bispo Diocesano do Amapá há mais de dez anos. Era também Presidente da Regional Norte Dois da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil.

Entre as características mais marcantes da personalidade de Dom João, estavam a sua profunda dinâmica pastoral e a sua ampla visão na administração da diocese. Além disso, ele era uma pessoa expansiva, alegre e amiga. E, por ser italiano, iniciou, por duas vezes, o processo para conquistar a naturalização brasileira, não logrando êxito devido à nossa burocracia.

Logo quando chegou à cidade de Macapá, Dom João constatou que a Catedral da cidade, apesar de sua bela arquitetura, era pequena para comportar o expressivo número de fiéis. Sendo assim, ele idealizou, de forma organizada e bem elaborada, o projeto de construção da nova Catedral. Na época, eu era Prefeito da cidade de Macapá e pude viabilizar a doação do terreno para a construção da nova Catedral.

Ao longo desses anos, Dom João fez um belo trabalho de conscientização da comunidade, preservando do vandalismo não só os numerosos monumentos religiosos como também toda a nossa cidade. Infelizmente, assim como Moisés, Dom João contemplou a construção, mas não chegou a ver a sagração da Catedral, uma vez que ela se encontra hoje com 80% de sua obra concluída.

Dom João sempre procurou harmonizar e atender da melhor forma possível a comunidade. Ele entendia como poucos a realidade da nossa Diocese, estando presente principalmente na área rural. Sempre que possível, ele deixava os trabalhos na cidade a cargo de outros religiosos e partia para o interior, buscando estar presente também junto daquela comunidade. Fazia essa opção sempre que possível, para que aquela comunidade não se afastasse da Igreja Católica.

A energia e a alegria de Dom João Risatti sempre cativaram a todos. Ele cumpriu sua missão, iluminada por Deus, de estar à frente do rebanho de sua Igreja. Foi vocacionado e atendeu ao chamado. Entregou-se de corpo e alma a nossa comunidade. Ficam hoje a lembrança amiga e o belo exemplo do religioso e do homem que amou ao próximo mais do que a si mesmo.

A comunidade do Estado do Amapá perde hoje uma referência de liderança religiosa, pois suas palavras sempre a cativaram. E nós, daqui, rendemos as nossas homenagens a Dom João Risatti. Que Deus o recompense por sua correspondência ao seu chamado.

Este registro que faço, Sr. Presidente, é o de um cidadão que representa o Estado do Amapá, que era amigo de Dom João Risatti e que reconhece, em seu trabalho, um trabalho sério e profícuo na Igreja Católica do meu Estado, a que, tenho certeza, os demais religiosos darão prosseguimento.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) - Senador Papaléo Paes, V. Exª pediu que fosse publicado o seu discurso, ou vai deixar para fazê-lo outro dia?

O SR. PAPALÉO PAES (PMDB - AP) - Sr. Presidente, farei nova inscrição.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/09/2003 - Página 26524