Discurso durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao aumento do desemprego no governo Lula.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESEMPREGO.:
  • Críticas ao aumento do desemprego no governo Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 26/09/2003 - Página 29180
Assunto
Outros > DESEMPREGO.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), O GLOBO, JORNAL DO BRASIL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REGISTRO, AUMENTO, DESEMPREGO.
  • LEITURA, COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), APRESENTAÇÃO, DADOS, COMPROVAÇÃO, PERDA, PODER AQUISITIVO, POPULAÇÃO, APREENSÃO, PRESIDENTE, TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST), POSSIBILIDADE, OCORRENCIA, CONFLITO, EMPREGADO, DESEMPREGADO, RESULTADO, AUSENCIA, POLITICA, CONTENÇÃO, DESEMPREGO, INSUFICIENCIA, RENDA, TRABALHADOR.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem revisão do orador.) -

MAIS UM RECORDE NO GOVERNO PETISTA DO PRESIDENTE LULA: DESEMPREGO DE 13%

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o desemprego atingiu o índice recorde no Brasil, de 13% no mês de agosto, conforme dados do IBGE. A notícia caiu como uma bomba entre a população brasileira, diretamente atingida e prejudicada por mais esse espetáculo do retrocesso da economia.

Quem culpa o governo petista do Presidente Lula por esse vergonhoso índice não é o PSDB, não é a oposição. É a Força Sindical, para a qual a política econômica de Lula é equivocada.

            O que temos certeza é que esse marco vai ser a herança maldita a ser herdada pelo governo que deverá suceder ao atual, dentro de menos de quatro anos.

As degradantes conseqüências do improvisado governo petista do Presidente Lula não param por aí. A Central Única dos Trabalhadores, a CUT dos velhos amigos de Lula foi além e sentenciou: “que a taxa de desemprego continuará batendo recordes em 2003." Antes de 2004, não teremos taxas de desemprego que não sejam recordes," disse Luiz Marinho, o presidente da entidade que Lula ajudou a criar.

A conclusão, lamentavelmente, é uma só e é o que diz a Folha de S.Paulo, no título da notícia sobre o recorde de desemprego: “CUT dá 2003 como perdido.”

Para quem, com a arrogância própria de dirigentes improvisados, que haveria de criar 10 milhões de empregos no Brasil, tudo caminhou ao contrário, em marcha a ré, sem freio que a consiga deter.

Segundo informa o jornal O Globo, na edição desta quinta-feira, a taxa de desemprego é a maior de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em outubro de 2001. As taxas anteriores foram de 12,8% em julho e de 13% em junho. Em agosto de 2002, a taxa de desocupação havia sido de 11,7%.

Tem mais recordes negativos no governo petista do Presidente Lula. O Jornal do Brasil, em sua edição de hoje, diz que o rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu 13,8% em relação a agosto de 2002. Por conta própria caiu 3,9% Todas as regiões investigadas apresentaram queda: Recife (-19,2%), Salvador (-5,4%), Belo Horizonte (-12,5%) Rio de Janeiro (-18,1%), São Paulo (-12,2%) e Porto Alegre (-8,5%). O IBGE também observou queda no rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (-9,5%), dos empregados sem carteira (-4,7%) e dos trabalhadores por conta própria (-21%) na comparação agosto de 2003/agosto de 2002.

E não fica nisso. Eis outra notícia, também de hoje, da mesma Folha de S. Paulo:

Salário do trabalhador em SP é o menor para julho desde 93

Segundo o jornal, em matéria assinada pela jornalista FABIANA FUTEMA, o rendimento médio dos trabalhadores na região metropolitana de São Paulo em julho caiu 6,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Acrescenta, com base em pesquisa Seade/Dieese, que, em julho, o rendimento médio da região correspondia a R$ 898,00 --o pior para o mês de julho desde 1993. Em julho de 2002, o valor era de R$ 965,00.

Na comparação com o mês anterior, quando o rendimento médio correspondia a R$ 913,00, houve uma queda de 1,6%.

A redução foi mais intensa para o trabalhadores do comércio, cujo salário médio caiu de R$ 747,00 em julho de 2002 para R$ 641 em julho de 2003, um recuo de 14,1%.

O rendimento dos trabalhadores autônomos caiu 12,5% no mesmo período, passando de R$ 705,00 para R$ 617,00.

Se o ano de 2003, que passou em brancas nuvens, não fez o País crescer, não criou esperanças nem para o futuro nem acena a famosa luz no fundo do túnel, fico imaginando como serão os próximos três anos do governo petista do Presidente Lula...

Já hoje, o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ministro Francisco Fausto fez em Brasília uma declaração que preocupa. Disse ele, conforme noticia o Jornal do Brasil:

            TST: desemprego pode levar país a viver guerrilha urbana

Para o Presidente daquele Tribunal ''a inércia do governo no desenvolvimento de políticas consistentes de inserção social poderá levar, em pouco tempo, a uma situação de caos generalizado no país''. E acrescentou: ''se não ocorrer o tal espetáculo do crescimento', o Brasil acabará transformado num campo de guerrilha urbana entre empregados e desempregados.’

Requeiro, Sr. Presidente, que a notícia da Folha de S.Paulo seja considerada parte integrante deste pronunciamento, para que conste dos Anais do Senado da República.

“Força responsabiliza Lula por desemprego; CUT dá 2003 como perdido

FABIANA FUTEMA

da Folha Online

A Força Sindical responsabilizou a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva pela taxa de desemprego recorde. Pesquisa divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)mostra que o desemprego surpreendentemente voltou a crescer para o patamar recorde de 13% em agosto.

"A política econômica de Lula é tão ruim ou pior que a de FHC. É uma política recessiva e que privilegia o juro alto em detrimento da produção", disse o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Segundo ele, enquanto o governo não fizer cortes mais bruscos na Selic e reduzir ainda mais o compulsório dos bancos, faltará investimento na atividade produtiva, que gera emprego. "Quem tem dinheiro ganhará mais comprando títulos da dívida pública no cenário atual do que investindo na produção."

Já o presidente da CUT, Luiz Marinho, afirmou que a taxa de desemprego continuará batendo recordes em 2003. "Antes de 2004, não teremos taxas de desemprego que não sejam recordes."

Marinho disse que a redução do desemprego está alinhada ao desempenho da economia brasileira. "Se prevê um crescimento do PIB de 3,5% a 4% para 2004. Esse crescimento deve melhorar a situação do emprego."

Medidas emergenciais

Marinho defendeu a adoção de medidas emergenciais para aliviar os efeitos do desemprego elevado nas maiores cidades do país.

Entre as medidas que poderiam ser adotadas está a criação de frentes de trabalho nos grandes centros urbanos.

Marinho afirmou que as frentes de trabalho poderiam utilizar a mão-de-obra de desempregados em obras emergenciais, como saneamento básico e obras de infra-estrutura.”

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/09/2003 - Página 29180