Discurso durante a 132ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre o trabalho divulgado pelo IBGE sobre os cem últimos anos do Brasil, denominado Estatísticas do Século XX.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA NACIONAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Reflexão sobre o trabalho divulgado pelo IBGE sobre os cem últimos anos do Brasil, denominado Estatísticas do Século XX.
Publicação
Publicação no DSF de 01/10/2003 - Página 29688
Assunto
Outros > ECONOMIA NACIONAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • LEITURA, TRECHO, PUBLICAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTUDO, AUTORIA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), ESTATISTICA, SITUAÇÃO, BRASIL, AUMENTO, RIQUEZAS, CONCENTRAÇÃO DE RENDA, AMPLIAÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, REGISTRO, OCORRENCIA, REDUÇÃO, INFLAÇÃO, GESTÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, LANÇAMENTO, PLANO, REAL.
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REDUÇÃO, CRITICA, GESTÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, RESPONSABILIDADE, COMBATE, INFLAÇÃO, EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CUMPRIMENTO, PROPOSTA, PROGRAMA DE GOVERNO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) -

            A QUEDA DA INFLAÇÃO FOI UM DOS ÊXITOS DE FHC, COMO MOSTRA O IBGE

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a divulgação do excelente trabalho do IBGE sobre os cem últimos anos do Brasil, denominado Estatísticas do Século XX, é uma radiografia que convida à reflexão de todos nós. O País, como enfocaram quase todos os jornais, ficou mais rico e mais desigual. Se é inegável o avanço, o estudo sugere a continuidade do esforço pela justiça social.

Só assim, num futuro diagnóstico de nível equivalente, o seu resumo poderá revelar um país que ficou, além de mais Rico, mais igual.

Há, nesse estudo, dados sobre todos os setores de atividade no Brasil. Um deles, em particular, merece ser ressaltado. São os números do comportamento da inflação no Brasil. Por eles, fica evidente que, no século XX, isto é, nos cem últimos, a inflação foi contida na última década, período em que se situa a maior parte dos anos de Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ao analisar os dados agora divulgados, o jornal O Globo salienta:

O fim da inflação nos anos 90 ajudou a reduzir a concentração

de renda, pois os mais pobres deixaram de sofrer com o imposto

inflacionário.

Eis como O Globo, na edição dos dados do IBGE, considera o problema da inflação no País:

O estudo do IBGE mostra que, a partir da década de 30, a inflação apresentou tendência exponencial de crescimento, só invertida com o Plano Real, lançado na metade de 1994. Dos 6% apurados nos anos 30, a taxa anual média de inflação subiu para 12% nos anos 40; 19% nos anos 50; 40% nas décadas de 60 e 70; 330% nos anos 80; e 764% de 1990 a 1995. A queda ocorreu somente de 1995 a 2000, quando a taxa anual média de inflação passou para 8,6%.

Com essa realidade, baseada em estatísticas sérias, o Governo petista do Presidente Lula fica proibido de continuar dizendo tolices como as que cunhou de herança maldita, referindo-se ao Governo FHC.

A proibição faz muito sentido, sobretudo quando se constata que o Governo petista tem apregoado aos quatro ventos que o combate à inflação é uma de suas metas prioritárias. Tanto que, em sua defesa, mantém postura tímida na redução da taxa básica de juros, para, segundo adianta, evitar a retomada da inflação.

As cifras do IBGE deveriam servir de subsídios para ações do governo petista do Presidente Lula. Até aqui, este Governo não disse a que veio. E já decorreram os nove meses requeridos pelo próprio Lula, ao se queixar que o povo estava se mostrando impaciente.

Paciência, até que o povo tem, mas nem por isso ninguém vai deixar de exercer severa fiscalização da conduta do Governo, que, a rigor, não passou de frágeis ensaios, anunciando programas, desistindo de programas, acenando para o espetáculo do crescimento, sem passar, no entanto, de espetáculos de outro tipo, como o da implantação de um sistema de propaganda de obras e feitos que não existem.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/2003 - Página 29688