Discurso durante a 132ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcrição do artigo do jornalista Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo, intitulado "Nasceu, presidente", sobre os nove meses do governo Lula.

Autor
Antero Paes de Barros (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MT)
Nome completo: Antero Paes de Barros Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Transcrição do artigo do jornalista Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo, intitulado "Nasceu, presidente", sobre os nove meses do governo Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 01/10/2003 - Página 29690
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DECLARAÇÃO, AUTORIA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONCLUSÃO, PRAZO, INICIO, PROMOÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

O SR. ANTERO PAES DE BARROS (PSDB - MT. Sem apanhamento taquigráfico.) -

A GESTAÇÃO SE CONCLUIU

Sr. Presidente, Srªs e Srs.Senadores, levando ao pé da letra, hoje é dia comemorativo. E pega uma das muitas metáforas usadas pelo Presidente Lula, para quem um Governo levaria o mesmo tempo de uma gestação, nove meses, para o efetivo nascimento.

Esse é o tom do artigo de hoje do jornalista Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo, cujo teor solicito seja transcrito nos Anais do Senado da República.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ANTERO PAES DE BARROS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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CLÓVIS ROSSI

Nasceu, presidente

SÃO PAULO - Se for para levar ao pé da letra as metáforas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então seu governo acaba de nascer. Já se foram nove meses desde a posse.

É verdade que o presidente insiste em que todos tenham paciência porque nascer não basta. Leva um tempo xis para andar e para começar a falar. Ainda assim, seria de supor que o bebê tivesse uma cara definida, um DNA reconhecível, o joelho com forma de joelho e assim por diante.

Nada disso dá para dizer sobre o governo Lula. Ele próprio já afirmou que a política econômica em vigor não é a dos seus sonhos nem a dos sonhos do ministro Palocci. Como a política econômica condiciona todas as demais, fica-se sem saber, portanto, com que bebê sonham Lula e Palocci, seu principal ministro.

À primeira vista, o bebê recusa-se a deixar a posição fetal, como se estivesse se defendendo de algo, talvez da "herança maldita".

O diabo é que, quanto mais tempo passa desde o fim do governo anterior, ela se torna menos herança e mais maldita.

O bebê não nasce virgem, para quem valoriza esse aspecto. Um dos seus muitos pais, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, admite, com a sem-cerimônia dos novos-ricos, que se pratica, sim, fisiologia na gestão petista. Ressalva que ela é "residual". Então, tá. É como virgindade residual. A criança vem ao mundo no instante em que a "parentaiada" se envolve em uma discussão sobre como deveria ser a sua cara. Uns divergem fortemente dos que estão mais próximos da rica manjedoura em que nasceu o bebê e, por isso, são ameaçados de expulsão.

Outros divergem menos ruidosamente. Parecem preferir esperar que uma plástica precoce devolva ao bebê a fisionomia com a qual sonharam.

Tudo somado, dá para chamar o bebê de uma criança do PT? Só na propaganda de Duda Mendonça, mestre na arte de usar crianças no marketing político. Para quem vê de longe, parece apenas um bebê igual aos muitos que a República pariu.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/2003 - Página 29690