Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à matéria publicada na Agência Folha, intitulada "Força rompe com a CUT e deixa conselho do governo".

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários à matéria publicada na Agência Folha, intitulada "Força rompe com a CUT e deixa conselho do governo".
Publicação
Publicação no DSF de 30/10/2003 - Página 34208
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REFERENCIA, ROMPIMENTO, SINDICALISTA, VITIMA, ESPIONAGEM, CENTRAL UNICA DOS TRABALHADORES (CUT), SAIDA, CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO (CDE).

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) -

            A espionagem eleitoral leva paulinho ao deixar o conselhão

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Paulinho Pereira da Silva, o Presidente da Força Sindical, preferiu não esperar por qualquer apuração de responsabilidades da espionagem praticada, segundo a revista Veja, por membros do PT. O dirigente sindical rompeu com a Central Única dos Trabalhadores e deixou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão de Lula.

Ainda de acordo com a reportagem, Paulinho foi um dos alvos da ação que os petistas praticaram ao longo da campanha presidencial, para prejudicar os candidatos que concorreram com Lula. Paulinho era então candidato a Vice-Presidente na chapa de Ciro Gomes, do PPS. Por causa das acusações do grupo petista, ele foi obrigado a declinar da candidatura.

Na época, as acusações de que Paulinho teria feito uso indevido de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador foram atribuídas a José Serra, candidato do PSDB. Mas, agora, a reportagem da revista Veja divulga que os autores dessas versões foram membros da CUT.

Ontem, desta tribuna, formalizei requerimento de informações ao Ministro da Justiça para saber quais as providências do Governo para apurar o caso. O Líder do Governo, Aloysio Mercadante, e o Líder do PT, Tião Viana, admitiram que o assunto é grave, pelo que, como disseram, exige apuração rigorosa e a imediata resposta do Ministro da Justiça também a respeito.

Sr. Presidente, dada a gravidade do assunto, requeiro que a matéria a seguir, da Agência Folha, seja considerada como anexo deste pronunciamento e, assim, passe a constar dos Anais do Senado da República.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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Força rompe com a CUT e deixa conselho do governo

Presidente de central sindical se diz vítima de dossiês

São Paulo (AF) - A Força Sindical vai se desligar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o "Conselhão" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e suspender todas as ações conjuntas com a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A medida é uma resposta às revelações publicadas pela revista "Veja" do último fim de semana. A reportagem diz que um grupo de petistas teria trabalhado, durante a campanha presidencial, para divulgar acusações e dossiês contra adversários de Lula - inclusive contra Paulinho, que era candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PPS), hoje ministro da Integração Nacional.

As acusações contra Paulinho envolviam o suposto uso indevido de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT).

Desde setembro, Força e CUT estavam realizando a campanha salarial unificada das categorias com data-base no segundo semestre. Além disso, Paulinho fazia parte do Conselho formado por Lula para reunir representantes da indústria, dos trabalhadores e da sociedade civil.

As relações do presidente da Força com o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e coordenador do Fórum Nacional do Trabalho, Osvaldo Bargas, que estaria envolvido nas revelações publicadas pela revista, também serão desfeitas. Bargas foi elogiado pelo próprio Paulinho quando assumiu o cargo no ministério.

No ano passado, Paulinho acreditava que as acusações contra ele teriam partido do então candidato do PSDB a presidente, José Serra. "Acho que vou ter de pedir desculpas ao Serra", declarou ontem.

O grupo que teria feito a divulgação das acusações era composto por membros da CUT, como Osvaldo Bargas. O presidente da CUT, Luiz Marinho, nega as informações da revista. Segundo ele, foi "uma armação de gente interessada em criar intrigas".

De acordo com a assessoria de imprensa da Força Sindical, independentemente do que comprovem as investigações das denúncias, a decisão do sindicalista de deixar o CDES é definitiva.

O presidente do PT, José Genoíno, foi evasivo ao comentar hoje as denúncias publicadas pela imprensa de que o seu partido teria fabricado denúncias contra Paulinho. "Eu estava envolvido com minha candidatura ao governo de São Paulo e não soube de nada sobre este assunto", disse. "Mas, pelas informações que tive pela imprensa, acho que é uma história com muita fantasia, muita criação, muita imaginação. O PT não investiga nem fiscaliza ninguém."

Genoíno também não quis comentar de maneira direta a decisão do presidente da Força, de abandonar a cadeira que ocupa no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. "O Conselho não é um organismo do PT", disse. "Não tenho competência para falar sobre o assunto."

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/10/2003 - Página 34208