Questão de Ordem durante a 147ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Possibilidade de apresentação, no plenário do Senado, de material audiovisual como complemento do pronunciamento do Senador Almeida Lima.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Questão de Ordem
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO.:
  • Possibilidade de apresentação, no plenário do Senado, de material audiovisual como complemento do pronunciamento do Senador Almeida Lima.
Publicação
Publicação no DSF de 23/10/2003 - Página 33149
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, IMPROPRIEDADE, CONCESSÃO, DIREITO DE DEFESA, PREFEITO, MUNICIPIO, ARACAJU (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE), DESRESPEITO, REGIMENTO INTERNO.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, situação constrangedora essa que vive o Senado Federal neste instante. Discute-se uma questão óbvia e, assim, ganha ibope e expectativa o discurso do Senador Almeida Lima, que está de parabéns por isso. Se não tivesse havido toda essa celeuma a respeito do pronunciamento ou da utilização do audiovisual, talvez o Senador Almeida Lima já tivesse terminado o seu pronunciamento.

Isso, Sr. Presidente, me lembra muito a minha infância. Um tio-avô velho do Rio de Janeiro levou para meu avô, em Teresina, um livro chamado A Carne, de Júlio Ribeiro. Houve, Senador Jefferson Péres, um estarrecimento na minha casa, cercada por tias velhas. Uma delas chegou a cobrir o título do livro. Passei anos e anos tentando alcançar aquela estante, para saber o conteúdo do livro. Anos depois, aquele episódio foi esquecido, e, quando tive acesso, cheguei à conclusão de que A Carne, de Júlio Ribeiro, era bem menos pornográfico do que a novela das oito, a que hoje o Brasil todo assiste. Espero - e, pela inteligência do Senador Almeida Lima, tenho certeza de que isto não ocorrerá - que não seja a repetição da frustração da minha infância em relação ao livro A Carne.

Porém, há uma questão que tenho que lamentar, em relação à outra parte envolvida, que é o ex-Deputado Marcelo Déda, uma pessoa queridíssima nesta Casa. Basta ver que o Senador Arthur Virgílio o defendeu, e todos são solidários, pela convivência que tivemos em um passado recente na Câmara dos Deputados.

No entanto, um problema me preocupa, e essa é a minha questão de ordem. Habilmente, o Senador Tião Viana, por duas vezes, invocou o direito de defesa. A minha dúvida é a seguinte: essa defesa será feita por um Senador correligionário de Marcelo Déda ou pelo próprio Prefeito? Ao que me parece, esta tribuna é reservada aos Senadores eleitos legitimamente pelo povo, a não ser que se convoque, em outras circunstâncias, o Prefeito Marcelo Déda.

É evidente que a presença dele neste plenário, em circunstâncias próprias e de acordo com o Regimento, seria bem-vinda. Mas quebrar o Regimento apenas para lhe dar o direito de defesa e, como diz o Senador Sibá Machado, dar-lhe o acesso - que todos querem, principalmente em uma tarde como esta - a essa sacrossanta TV Senado, aí não! Paciência, Sr. Presidente! Esta Casa é dos Senadores da República!

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/10/2003 - Página 33149