O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) -

Lágrimas de Crocodilo em Cenário Preparado

Para Uma Declaração de Incompetência

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago hoje mais uma contribuição para o historiador do futuro, ao pedir a transcrição nos Anais do Senado, como parte integrante deste pronunciamento, da matéria publicada na edição de hoje (17/03/04) do jornal O Estado de S.Paulo.

A notícia reproduz, inclusive, o cenário em que o Ministro-Chefe do Gabinete Civil, José Dirceu se declarou incompetente no caso Waldomiro. O texto vai em anexo.

Sr. Presidente, leio também, matéria da Folha de S.Paulo, cujo título é: “Assessor de Palocci foi sócio de Buratti em empresa de São Paulo”. A nota traz pormenores que mostram a vinculação de Rogério Tadeu Buratti com o escândalo Waldomiro Diniz. Buratti, como diz a “Folha”, manteve negócios com o atual chefe de gabinete do hoje ministro da Fazenda, Juscelino Antonio Dourado.

A nota segue em anexo.

Era o que eu tinha a dizer.

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Dirceu diz que foi incompetente no caso Waldomiro

LEONENCIO NOSSA

BRASÍLIA - Em longo e emocionado discurso que fez ontem à noite, no encontro em que foi homenageado pelos seus 58 anos, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, confessou que tem sido incompetente” para resolver a crise causada pela denúncia de corrupção praticada por seu ex-assessor Waldomiro Diniz. “Eu passei nesses 32 dias - não tenho vergonha de confessar - os

piores momentos de minha vida. Eu durmo tranqüilo, tenho consciência tranqüila, mas não me conformo com minha incompetência de não ter dado conta e resolvido esse problema, me dói no fundo da alma.” O discurso foi feito no Fórum Nacional de Prefeitos e Prefeitas

do PT - no qual, à tarde, havia falado o presidente Lula. Com os olhos marejados, Dirceu disse que não haverá mudanças na política econômica e elogiou o ministro Antônio Palocci, da Fazenda. “Não é verdade que no núcleo do governo exista oposição às medidas que

são adotadas.Existe solidariedade, coesão e apoio, mas não somos vacas de presépio nem somos um partido ou um governo antidemocráticos. Debatemos, discutimos e fazemos propostas no partido e no governo.” E foi aplaudido demoradamente pelas cerca de 300 pessoas presentes. Dirceu disse que não tem medo de recomeçar a vida, pois já fez isso outras vezes. “Vocês sabem que minha vida nada seria sem vocês. Minha vida se confunde com o Brasil, com o socialismo, o PT, com Lula e o governo.” Ele afirmou que fazer parte do governo não é apenas ser ministro. “Se eu deixar de ser

ministro, eu nunca vou deixar de participar do governo, nunca”, explicou. “Quero falar da minha inquebrantável determinação

de continuar servindo ao Brasil e ao presidente Lula, seja em que cargo for.” Campanha - Ele começou citando as suspeitas de que teria negócios irregulares com Waldomiro. “Na verdade, gostaria de falar o que não posso falar, vou deixar para falar daqui a 15, ou 30 dias”, disse. “Quero colocar pingos nos is. Não vou deixar nada sem resposta, mas não é o momento adequado.” No discurso, Dirceu contou que é “muito duro” passar por essa situação. O ministro chamou os militantes a enfrentar a aliança de forças que se opôs ao presidente Lula na campanha, aliança que “sonha com a paralisia do governo, a divisão do núcleo político do governo e até divergências entre as Forças Armadas e o governo”. Afirmou que as críticas dos oposicionistas a ele são uma forma

de iniciar a disputa eleitoral deste ano e pediu empenho dos petistas. “Estamos vivendo a reconstrução da aliança que nos enfrentou (em 2002). Sonham em nos derrotar em 2004.” Apoio - O clima do encontro era o de um ato de apoio: painéis de 3 metros com fotos de Dirceu da época em que era líder estudantil cobriam paredes do auditório e de alguns corredores, com a frase “Uma vida inteira lutando pelo Brasil e pelo povo brasileiro”. Após o discurso, os presentes cantaram

Parabéns a Você. Do presidente do PT, José Genoino, o ministro ganhou uma gravata. Genoino

disse que o encontro era “uma festa de companheiros e companheiras” para Dirceu.”