A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fui muito clara e franca, vim a esta tribuna reconhecendo a dificuldade que muitas vezes tenho que enfrentar para não responder a determinadas situações e o quanto isso tem me custado.

Tenho buscado contribuir para o que entendo ser o melhor para nosso País neste momento: a atitude construtiva para podermos fazer avançar aqui, nesta Casa Legislativa, as questões do interesse da população brasileira e que acontecem principalmente nas votações, como fizemos ao longo de todo o ano de 2003, de temas importantes como foram a reforma tributária, a reforma da previdência, o Estatuto do Idoso, o Estatuto do Desarmamento, enfim, inúmeras votações que estavam encalhadas ao longo de décadas no Congresso Nacional. Tive a oportunidade de citar pelo menos sete ou oito matérias que esta Casa tem que apreciar, ainda está na urgência de apreciar, e vai exatamente nessa linha de poder contribuir para que a retomada do crescimento seja alicerçada pelas mudanças estruturais de que tanto temos necessidade neste País.

Agora, de forma muita calma, sem usar nenhum adjetivo, apenas explicitando aqueles que considerei inadequados, indevidos, que foram utilizados nesta tribuna, na sessão em que não tinha ninguém para responder, quero dizer que aquilo de que fui acusada, de estar fazendo pronunciamentos a respeito de quem não está no plenário, isso foi usado também contra nós. Portanto, apenas me senti na obrigação de responder aos ataques indevidos, injuriosos e desrespeitosos que nos fizeram sexta-feira desta tribuna.

Quanto à outra questão, as declarações e afirmações veiculadas pela imprensa de proeminentes figuras da política, também de nenhuma forma desrespeitosa, fiz apenas questão de relembrar a história política, e que, portanto, têm responsabilidades, como todos nós, com a situação que o País vive hoje. Todos nós - quem esteve no Governo ou quem esteve na Oposição ao longo das últimas décadas - temos responsabilidade para com a situação em que o País se encontra. Portanto, nenhum de nós tem o que esconder ou escamotear.

Faço bom debate, fiz debate político. Apresentei aqui a minha opinião, da mesma forma como foi veiculada, pela imprensa, a opinião de outras personalidades que compõem este Plenário. Agora, os discursos feitos na sexta-feira, estes sim, foram absolutamente desrespeitosos, os adjetivos foram de baixo calão, inadmissíveis nesta Casa, e eu não poderia, em hipótese, alguma permanecer calada. Por isso fiz questão de citá-los, de dizer em que conjuntura eles estão se dando, com que objetivos entendo que eles estão sendo colocados, para antecipar o debate eleitoral e, inclusive, de macular, por meio da repetição, sem qualquer embasamento na verdade, nas questões que vem sendo aqui tratadas reiteradas vezes.

E como já fiz outras vezes, venho com tranqüilidade à tribuna também para elogiar quando setores da Oposição contribuem, participam das negociações, dão sugestões que fazem parte dos acordos e dizer que podemos ter a convivência respeitosa nesta Casa.

Então, da mesma forma em que venho tecer as minhas opiniões e trazer o que não concordo de forma respeitosa, também já vim inúmeras vezes à tribuna para tecer elogios a Parlamentares da Oposição.

Faço isso no entendimento de que é melhor desta forma contribuir para o bom andamento do Senado da República.