O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, quero registrar a nova fase que o Governo vive: censurar a palavra de quem quer fazer uso dela.

O que eu disse aqui foi que a Senadora atacou Parlamentares, colegas Senadores que não estavam em plenário. Diferentemente, Sr. Presidente, do que os Senadores fizeram na sexta-feira, quando não houve nenhuma citação a nenhum Senador, a nenhum Parlamentar, mas ao Governo.

Agora, o lamentável e o triste de tudo isso, e que vem acontecendo com muita freqüência, é que nas sextas-feiras, como na passada, das 9 horas até o final da sessão, não tivemos nenhum Parlamentar do Governo para defendê-lo dos ataques sofridos ininterruptamente por todos os oradores.

Eu quero apenas fazer uma justiça. A Senadora Serys Slhessarenko esteve em plenário, embora rapidamente, mas foi a única presença; e, salvo engano, também uma presença um pouco triste, sofrida e ainda magoada do Senador Cristovam Buarque, que não se tem manifestado para defender o Governo. É um direito de S. Exª que respeito.

O vergonhoso foi o Governo, na sexta-feira, não dispor de ninguém para defendê-lo aqui. É muito diferente de a Líder do Governo vir aqui e atacar colegas, sem avisá-los, sem preveni-los. Ressalto com muita tranqüilidade que ninguém evoluiu tanto e tão rapidamente neste Senado quanto V. Exª, Senadora Ideli Salvatti. E pronuncio estas palavras com tristeza, apenas porque V. Exª diz que cada um está tentando construir um bom caminho. Eu, por exemplo, estou tentando fazê-lo. Não assinei uma CPI que tanto poderia prejudicar o Governo de V. Exª por considerar que esse não é o caminho. Lamentavelmente, porém, colegas são insultados sem sequer estarem aqui presentes e sem terem o direito de defesa.

O Sr. José Jorge (PFL - PE) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Não cabe aparte, Senador José Jorge, pois se trata de uma explicação pessoal.

O Sr. José Jorge (PFL - PE) - Mas serei breve, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Depois V. Exª poderá fazer uso da palavra.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Eu gostaria que V. Exª entendesse isso apenas como uma intervenção pedagógica. Não existe na ética parlamentar, principalmente no Senado da República, o costume de atacar...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Senador Heráclito Fortes, solicito a V. Exª que se dirija à Presidência, conforme reza o Regimento, e não à Senadora Ideli Salvatti.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Dirigir-me-ei a V. Exª e agradeço-lhe a observação, Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma. É bom que a Líder, a noviça Líder do Governo aprenda isso. Abriu a metralhadora giratória. Até pareceu-me como àquelas mulheres-bomba, muito comuns em países em guerra. Estamos num momento de entendimento. Não se abre uma segunda-feira agredindo pessoas que V. Exª sabe que darão resposta. A abertura de uma segunda-feira nestas circunstâncias não será um bom inicio para o Governo, porque vai passar mais uma semana sendo atacado aqui, e a Senadora vai continuar...

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Nobre Senador, retire a expressão “mulher- bomba” - atinge até os antecedentes do nosso Presidente Romeu Tuma.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Não entendi.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - S. Exª pediu que V. Exª retire a expressão “mulher-bomba”.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Mas não tem “mulher-bomba”. Estamos implantando aqui agora. E não retiro, não. Fica a expressão “mulher-bomba”, porque o que se está fazendo aqui é destruindo o Governo, um Governo que a escolheu exatamente para defendê-lo. Muito obrigado, Sr. Presidente.