Discurso durante a 33ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Participação dos vereadores do Estado de Santa Catarina na caminhada entre os municípios de Osório e Palhoça, em Santa Catarina, para reivindicar a duplicação da rodovia BR-101.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Participação dos vereadores do Estado de Santa Catarina na caminhada entre os municípios de Osório e Palhoça, em Santa Catarina, para reivindicar a duplicação da rodovia BR-101.
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2004 - Página 9771
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, MARCHA, VEREADOR, MUNICIPIOS, OSORIO (RS), PALHOÇA (SC), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), REIVINDICAÇÃO, AMPLIAÇÃO, RODOVIA, COBRANÇA, GOVERNO, CUMPRIMENTO, COMPROMISSO.
  • COBRANÇA, APROVAÇÃO, ALTERNATIVA, PROPOSTA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estão em Brasília Vereadores de Palhoça, Sombrio, Içara, Corupá e Garopaba que participaram de uma marcha, durante 24 dias, juntamente com algumas centenas de pessoas dos Municípios de Osório a Palhoça. Percorreram toda a região da BR-101, reivindicando a duplicação daquela rodovia, que já ceifou tantas e tantas vidas, que deixou tantas famílias sofrendo e deu prejuízos enormes para os Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, e para todo o Brasil, prejudicando enormemente a economia e as empresas.

A duplicação dessa rodovia tem o apoio dos Prefeitos, dos Vereadores, da sociedade, dos Deputados, de toda a Bancada de Santa Catarina. Hoje, esses Vereadores, juntamente com um grupo de pessoas de Brasília, tentarão, pela última vez, falar com o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. O ex-Ministro foi inúmeras vezes ao Sul do País e ao sul de Santa Catarina prometendo iniciar a obra.

Inúmeras vezes assumi esta tribuna e debati esse assunto com a atual Líder do Governo. S. Exª dizia que não iriam iniciar a obra nos primeiros três meses de Governo. Passados os três meses, prometeram que o fariam nos próximos três meses; depois, em mais um mês. Já se passaram dezesseis meses, e a obra ainda não começou.

Os Vereadores estão aqui hoje, com o Governador Luiz Henrique da Silveira - seu amigo, Senador Mão Santa, padrinho da sua filiação ao seu Partido -, para novamente pedir ao Presidente Lula que realmente comece a trabalhar, pare de achar desculpas e colocar a culpa no Parlamento, nos Senadores, pelo que não está fazendo. Que Sua Excelência comece a trabalhar, como disse Fernanda Montenegro, e comece a governar este País.

Aliás, após um ano e quatro meses, não foram cumpridas as promessas, e ainda se fala em herança maldita.

Quero informar à população brasileira que estamos prestes a ter um prejuízo maior ainda. As 24 Prefeituras do Sul de Santa Catarina estão preparando um movimento em que cada Município vai paralisar um dia aquela rodovia. Desde Palhoça até Osório, divisa com o Rio Grande do Sul, cada Município vai paralisar um dia a BR-101. Sabem o que é paralisar uma rodovia onde passam mais de 25 mil veículos por dia? Toda a nossa produção passa por aquela região. O prejuízo, o desemprego, será enorme. Cada dia paralisado tornará a obra mais cara, com toda a certeza. Calcula-se que os 24 dias de paralisação significariam quase 30 ou 40% do valor da obra, tamanho será o prejuízo que terão as empresas, os Municípios, os Estados e o nosso País.

Quero dizer aos Vereadores que não estive presente à caminhada, não pude dela participar. Entretanto, não apenas o Senador Leonel Pavan, mas outros Senadores, de outros Estados, por diversas vezes, usamos esta tribuna, pedindo ao Presidente para investir na BR-101, porque o mal dela afetará também outros Estados. Se a produção por lá não passar, isso vai encarecer cada vez mais os produtos, que vão chegar atrasados no destino final, trazendo enorme prejuízo para outros Estados.

A RBS TV está promovendo uma campanha, assim como o fez em 1995, para a duplicação do trecho norte de Santa Catarina. O Presidente Fernando Henrique Cardoso cumpriu a sua obrigação: entre Santa Catarina, Paraná e São Paulo, quase 500 quilômetros de rodovias foram duplicados. Agora, estamos aqui fazendo um apelo ao Senhor Presidente e ao novo Ministro dos Transportes para que o Presidente pare de discursar e comece a governar. Estamos aqui para cumprir o nosso papel e usar da tribuna todos os dias, se possível, para aprovar projetos bons do Governo e dos Srs. Senadores. Mas estamos aqui também para fiscalizar e chamar a atenção. Nós somos a extensão do povo brasileiro no Parlamento. Não podemos parar de falar. Reunimo-nos aqui diariamente para dizer o que sentimos e o que vimos neste nosso País.

Presidente, não nos mande parar de falar. Recomendamos que Vossa Excelência fale menos e comece a trabalhar, porque não é possível continuarmos desta forma. Todos os dias, vimos aqui cobrar compromissos, como a PEC paralela, investimentos no social e na agricultura, a geração de empregos, assentamento dos sem-terra, compromissos firmados pelo Presidente. Todos os dias relembramos que, em campanhas eleitorais, especialmente na campanha passada, Sua Excelência percorreu o País inteiro dizendo que, desde o primeiro dia, o Brasil começaria a mudar.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Leonel Pavan, lamento. V. Exª está cobrando tanto do Presidente, e quero cobrar também o cumprimento do Regimento quanto ao tempo.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Para encerrar, agradeço sua bondade enorme, Presidente Mão Santa, mas nós, que estamos aqui lutando tanto, se não pudermos usar os microfones do Senado Federal para chamar a atenção, alertar e até ser parceiros do Governo, dizendo o que é bom para o Brasil e o que realmente o povo sente nas ruas, então, não adianta ficarmos aqui no Parlamento.

Há pouco, falei com o Senador Paulo Paim que assumimos o compromisso com a população - assim como V. Exª, Senador Mão Santa, e como a Senadora Heloísa Helena, o Senador Ramez Tebet e tantas outras pessoas - de aprovar a reforma da previdência. Confiamos no Governo Federal e na sua Liderança de que a PEC paralela seria a extensão de um projeto e de um compromisso do Legislativo com o Governo, e hoje estamos sofrendo nas ruas.

Fico imaginando, Senador Paulo Paim, quem apóia o Governo! Sabemos que V. Exª apóia, mas também cobra todos os dias. Que vergonha! Como olhar para os aposentados? Como olhar para aqueles que esperavam que esse projeto fosse aprovado, se nós, com quinhentos e poucos Deputados, oitenta e um Senadores, não temos autoridade para exigir que o Presidente cumpra um compromisso assumido neste Parlamento e, pela imprensa, com o Brasil inteiro?

Obrigado, Presidente Mão Santa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2004 - Página 9771