Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Protesto contra a não liberação de verbas para a duplicação da BR-101 e BR-470. (como Líder)

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Protesto contra a não liberação de verbas para a duplicação da BR-101 e BR-470. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2004 - Página 12252
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • DENUNCIA, FALTA, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL, AMPLIAÇÃO, RODOVIA, LITORAL, REGIÃO SUL, EXCESSO, PROMESSA, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, POPULAÇÃO.
  • ANALISE, DADOS, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), MELHORIA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, ESTRUTURAÇÃO, ECONOMIA, MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA, PROTESTO, DEMORA, AMPLIAÇÃO, RODOVIA, PREJUIZO, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO, PERDA, VIDA HUMANA, ACIDENTE DE TRANSITO.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por diversas vezes ocupei a tribuna do Senado Federal para tratar de um tema da mais alta relevância e que não tem recebido a devida e merecida prioridade das autoridades: a tão desejada duplicação da BR-101 e da BR-470.

Certamente, o meu retorno a esta tribuna, para falar novamente da BR- 101, poderá constranger algumas autoridades do meu Estado, até do Governo, por entenderem eles que o Governo esteja já tomando providências. Mas quero dizer que retornarei a esta tribuna tantas vezes quantas forem necessárias para pronunciar que o Governo Federal está enrolando e enganando os moradores, os catarinenses, como também o povo do Rio Grande do Sul e do Paraná, principalmente os moradores das cidades lindeiras à BR-101, na Região Sul.

Por inúmeras vezes, quando era Deputado Federal, também usava da tribuna, na Câmara dos Deputados, para cobrar de Fernando Henrique Cardoso a duplicação daquela rodovia. Felizmente, depois de uma ampla campanha dos moradores, das autoridades e dos parlamentares, conseguimos duplicar em torno de 600 quilômetros de rodovia graças ao Governo anterior - de Palhoça até o Paraná e um grande trecho de São Paulo.

E já me manifestei sobre esse assunto em entrevistas, audiências, fóruns, reuniões e discursos no Senado Federal, porque não se trata de um assunto apenas do interesse do meu Estado ou da Região Sul do Brasil, trata-se de uma obra de alta prioridade, essencial para o desenvolvimento econômico e social do País, e também vital para o nosso relacionamento com os países do Mercosul.

Santa Catarina é um Estado eminentemente exportador, gerador de renda e divisas necessárias ao nosso desenvolvimento e tem apresentado melhorias socioeconômicas acentuadas, como a redução dos índices de pobreza e indigência ao longo dos anos de 1992 a 2002, quando houve 46% de redução do número de pobres e 64% de redução do número de indigentes, o que significa um melhor desempenho nacional.

Temos, em Santa Catarina, um grande número de microempresas, de pequenas empresas e empresas de porte médio, o que contribui para uma melhor distribuição da renda e da riqueza, juntamente com um forte espírito empresarial, destacando-se aquilo que modernamente se denomina de empreendedorismo.

São milhares de pequenos negócios que são impulsionados, de forma dinâmica, geralmente por seus proprietários e suas famílias, o que significa uma forma muito peculiar de fortalecimento das empresas, das famílias e da economia local.

Na agricultura, predominam as pequenas propriedades, minifúndios de até 30 hectares, a maioria entre 10 e 20 hectares, em que se produzem suínos, frangos, ovelhas, peixes, frutas, grãos, hortaliças, ovos, leite, ervas e mel.

Na indústria temos também uma predominância de micro, pequenos e médios empresários, no setor têxtil, metal-mecânico, de plásticos, cristais, cerâmica, móveis, calçados, informática, comércio e serviços.

Temos, em Santa Catarina, empresas de grande porte, de reputação nacional, com marcas tradicionais e de alta qualidade, como Hering, Sulfabril, Teka, Artex, Karsten, Tigre, Weg, Embraco, Sadia, Perdigão, Seara, Chapecó, Cônsul, Fundição Tupy, Cecrisa, Eliane e outras, dos setores têxtil, plástico, de alimentos e de cerâmica.

O Estado de Santa Catarina está em condições de crescer, de gerar renda, emprego e criar novas oportunidades de negócios no Brasil e nos países do Mercosul. No entanto, está sendo travado, impedido pelo gargalo, pelo verdadeiro estrangulamento representado por estradas muito ruins, que não recebem a duplicação necessária para o nosso desenvolvimento e para evitar o grande número de acidentes que ocorrem a cada dia.

Não podemos aceitar passivamente essa situação cruel, em que vidas preciosas são ceifadas a cada dia e as autoridades responsáveis permanecem como se nada estivesse acontecendo.

Sr. Presidente, certamente, membros do Governo ou pessoas que defendem o Governo virão ao Senado dizer que estão sendo tomadas as devidas providências. Anteriormente, diziam que o novo Governo tinha apenas três meses, que era muito cedo; depois, disseram que tinha apenas seis meses e, mais tarde, disseram que era apenas o primeiro ano. Já se passou um ano e cinco meses...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Sr. Presidente, vou encerrar.

Até agora foram somente promessas. Na BR-470, a cada dia que passa, morrem mais famílias, trabalhadores, pessoas que precisam trafegar pela rodovia. E a duplicação da BR-101 não sai do papel. Todos estamos precisando dessas estradas.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP. Fazendo soar a campainha.) - Senador, apelo a V. Exª para que colabore com os outros colegas, para que não ocorra o mesmo que ontem.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Sr. Presidente, encerro meu pronunciamento, fazendo um apelo ao Governo Federal, aos Ministérios, à Base do Governo, para que definitivamente atendam às reivindicações dos catarinenses: dupliquem a BR-101 e a BR-470!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2004 - Página 12252