O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vou-me ater aos cinco minutos que V. Exª me concede.

Não poderia deixar de registrar o meu mais forte repúdio, como cidadão brasileiro e como vice-presidente do maior partido político do Brasil, à reportagem publicada, no último final de semana, pelo jornal americano The New York Times, que traz ilações preconceituosas, falsas e irresponsáveis sobre o cotidiano do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora vários Senadores - tanto do Governo quanto da Oposição - já tenham ocupado esta tribuna, para manifestar repúdio à atitude sensacionalista desse jornal, sinto-me na obrigação, primeiramente como cidadão brasileiro, repito, de manifestar a minha total indignação.

A matéria do jornal americano não é apenas irresponsável. Trata-se de uma das mais bem-acabadas peças de molecagem que um periódico poderia produzir. E torna-se ainda mais inaceitável em função da importância e da reputação internacional do jornal The New York Times.

Discordo da análise de alguns articulistas brasileiros de que a reação do Governo à matéria teria sido exagerada. Foi no tamanho correto da afronta gratuita à figura de um dos mais importantes e influentes líderes mundiais, que é o Presidente Lula.

E vou mais além: a reportagem do jornal americano não é ofensiva apenas ao Presidente e ao Governo, mas a todo o povo brasileiro, que elegeu Lula com a segunda maior votação proporcional que um candidato a presidente já recebeu no hemisfério ocidental, em toda a história da democracia.

A molecagem do correspondente do jornal americano não fica no campo das ilações. Ela chega às vias da invencionice ao dizer que os hábitos pessoais do Presidente são objeto de preocupação nacional. O Brasil, ao contrário, em especial o Presidente, está preocupado em buscar caminhos seguros para a retomada do crescimento e para a geração de emprego. A não ser na cabeça oca do jornalista americano e na sua inaceitável falta de ética, os hábitos do Presidente estão na ordem do dia.

A reação do Governo e das instituições governamentais não pode parar apenas na expressão de nossa indignação, nem em ações diplomáticas. É preciso levar adiante medidas judiciais contra o correspondente do jornal e contra a publicação que acolheu tal reportagem.

Não se pode permitir que fique na impunidade um jornal de tão grande influência, quando perpetra um ataque calunioso como o que vimos no último final de semana.

A Presidência da República é uma instituição nacional, talvez a mais importante instituição num País democrático e presidencialista. Por isso mesmo, é preciso defendê-la com toda ênfase.

Manifesto, portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma vez mais meu repúdio à atitude preconceituosa e irresponsável do jornal The New York Times e registro a minha total e irrestrita solidariedade ao Presidente Lula.

O Governo brasileiro, a despeito de todas as dificuldades e da herança recebida do governo anterior, tem tido a coragem de tomar decisões difíceis, mas essenciais ao processo de retomada do crescimento e de geração de empregos. Essas duas, sim, as maiores preocupações do Governo e do povo brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente, e mais uma vez colaboro com a Mesa, encerrando minha fala exatamente nos cinco minutos concedidos por esta Presidência.