Discurso durante a 63ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade com os trabalhadores do Brasil, tendo em vista o desemprego existente no País. (como Líder)

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. DESEMPREGO. POLITICA SALARIAL.:
  • Solidariedade com os trabalhadores do Brasil, tendo em vista o desemprego existente no País. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2004 - Página 15981
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. DESEMPREGO. POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • REGISTRO, FRUSTRAÇÃO, POPULAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL, CRIAÇÃO, EMPREGO.
  • COMENTARIO, DADOS, ESTATISTICA, AUMENTO, DESEMPREGO, BRASIL.
  • COMENTARIO, EMENDA, AUTORIA, ORADOR, AUMENTO, VALOR, REAJUSTE, SALARIO MINIMO.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mais uma vez ocupo esta tribuna para me solidarizar com os trabalhadores do nosso País, principalmente com aqueles que tinham a esperança de, após a eleição de Lula, conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Essas pessoas tinham esperança porque havia uma promessa de 10 milhões de empregos. Hoje, em esquinas, igrejas, lojas, ruas, eventos, deparamos a todo momento com pessoas angustiadas, desesperadas, arrependidas por terem acreditado que o Governo criaria os empregos prometidos. Agora, não vendo mais essa oportunidade, sentem-se arrependidas e frustradas porque não conseguem ter a seu alcance o emprego que há tanto procuram.

Na semana passada, eu disse aqui que, em visita ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Sua Excelência nos dizia que já havia criado pouco mais de 500 mil novos empregos, querido amigo Senador Paulo Paim, o que me deixou bastante feliz. Confesso que usei esta tribuna para noticiar a criação desses 500 mil novos empregos. Pelo menos estaríamos começando a atender aquilo que se prometia à população, mesmo faltando 9,5 milhões de empregos.

Lamentavelmente, deparamos com a seguinte notícia na Folha on-line:

O desemprego atingiu em abril 13,1% da população economicamente ativa das seis maiores regiões metropolitanas do Brasil, de acordo com o IBGE.

Essa é a maior taxa desde que a pesquisa de emprego começou a ser feita, em 2001.

            Hoje temos aqui a presença do Deputado Federal Gervásio Silva, de Santa Catarina, que nos fala da mesma angústia nas ruas da grande Florianópolis e no oeste de Santa Catarina, o sentimos isso mais acentuadamente no litoral.

O recorde do desemprego foi de 13%, em junho.

Em agosto do ano passado e em março deste ano, a taxa estava em 12,8%. Lula conseguiu bater o seu próprio recorde. O maior recorde da história do desemprego está ocorrendo no atual Governo. O total dos desempregados pulou de 2,7 milhões de pessoas em março deste ano para 2,81 milhões em abril.

A maior taxa de desemprego está justamente nas capitais maiores do nosso País, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, mas o desemprego também está lá no interior, onde não se cria nenhuma oportunidade para que os nossos jovens possam trabalhar.

Agora, deparo com mais uma notícia, uma notícia triste, podemos dizer. No Uruguai, o Presidente da OAB afirma para toda a população daquele país e para o mundo que a culpa do recorde de desemprego no Brasil é do Governo Lula. Quem fala é o Presidente da OAB. Segundo o Dr. Roberto Busatto, esse fenômeno se dá porque o Governo Lula não consegue implementar um plano de ação que fuja da ortodoxia do mundo econômico internacional e não tem conseguido sanar as necessidades de emprego do País.

Ora, vejam em que ponto estamos. Nem a OAB consegue mais levar um pronunciamento de entusiasmo, de alegria, de crescimento do nosso País para o mundo afora.

Além disso, Sr. Presidente, além do desemprego que está ocorrendo no País, temos a questão do salário mínimo, que não quero comentar neste momento. Sou autor de uma emenda que eleva o salário mínimo de R$260,00 para R$275,00. Grande parte do PT e da base do Governo a aprovam, mas o Senador Paulo Paim não concorda com ela, porque quer o salário mínimo equivalente aos US$100 - e com razão. Também quero, mas como não faço oposição com o fígado, com raiva, acredito que os R$275,00 vêm ao encontro das contas feitas por Guido Mantega. Se tivemos um superávit recorde, com R$6 bilhões de sobra, daria para dar os R$275,00 tranqüilamente. Além dessa emenda, temos outra, para que o salário seja corrigido no mês de abril e não no mês de maio.

Fica registrado aqui, em nome da Liderança da Minoria no Senado, que estamos frustrados, envergonhados, de ter que explicar à população brasileira que o Governo que se implantou é um governo do engodo, do engano, da frustração. Lamentamos isso. Já usei esta tribuna para elogiar o Governo e, certamente, voltarei outras vezes, mas desta vez sou obrigado a dizer que o País está indo por um caminho sem volta. Se o Governo não tomar posição firme, forte, para gerar empregos e fortalecer a economia, o Brasil será exemplo negativo para o resto do mundo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2004 - Página 15981