Discurso durante a 67ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Rebate as críticas do Senador Hélio Costa.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Rebate as críticas do Senador Hélio Costa.
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/2004 - Página 16786
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • RESPOSTA, HELIO COSTA, SENADOR, CRITICA, CONDUTA, ORADOR, CONDENAÇÃO, VOTO CONTRARIO, PROJETO DE LEI, REFERENCIA, RECURSOS, PREVIDENCIA SOCIAL.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, brasileiras e brasileiros, como Cristo, devo dizer que o Senador Líder do Governo disse uma verdade e é preciso respeitá-la: não viu, não estava aqui. Essa é a verdade.

Aqui, sob a Presidência de Eduardo Siqueira Campos, em um dos melhores pronunciamentos nesta Casa, o Senador Paim, com sua delicadeza de gaúcho, me concedeu um aparte. Naquele momento, quis me somar à luta - que não é do Senador Hélio Costa - de todos trabalhadores, daquele que chega em casa e não tem dinheiro para pagar a água, a luz, comprar o feijão o arroz, o remédio da mulher.

Empolgado com essa luta de S. Exª, que hoje está entregue ao Governo do Planalto, quis dar a minha colaboração, como sempre fiz. Aqui disse - as palavras foram registradas pela Taquigrafia - que essa luta poderia ter acabado ali, Senador Hélio Costa, porque existe um Senador muito inspirado que, somado à consultoria da Casa e à sua, criou um projeto de lei que acabaria com o drama da Previdência. S. Exª propunha que os recursos arrecadados pelo órgão fossem depositados em uma conta e também as aplicações dele resultantes.

Fui apenas o humilde relator desse projeto, mas houve pressão, não de S. Exª, mas do Planalto. Todo o Brasil sabe que as ameaças do Planalto me tiraram a relatoria, e eu, que defendia a candidatura Lula, ensinei o povo do Piauí a cantar “Lula, lá, Mão Santa, cá”.

V. Exª tem que saber que os movimentos são assim. Talvez V. Exª, por conhecer muito a história norte-americana, não conheça tão bem a nossa, apesar de ela ter se passado em Minas Gerais. Ao lembrar as conquistas, citei a Inconfidência Mineira e alguns de seus personagens. Se V. Exª se aborreceu com a minha lembrança, é a sua mente. Eu invoquei a grandiosa história do povo mineiro, que, pelo Senador Eduardo Azeredo, condecorou-me com a sua comenda maior, o Libertas quae sera Tamen. Com essa lembrança, disse que a minha saída, como a Inconfidência Mineira, não seria o fim. Também lembrei que, depois, houve a Independência do Brasil, e fiz um paralelo: o nosso Dom Pedro, Senador Paulo Paim, iria continuar a luta por um salário digno. Busquei a força, a bravura de sua Minas Gerais, dos homens, das mulheres, de toda a família mineira. Ninguém mais do que eu tem invocado os mineiros.

Devo dizer que a história é essa, em nenhum milímetro estará acima do meu Piauí. A pose, a bravata, a televisão, o poder das multinacionais ou do Governo afronta a altivez do homem do Piauí. Quero dizer a V. Exª, Senador Eduardo Siqueira Campos, que, depois da independência, os portugueses aqui continuaram. Dom João VI disse: “Filho, fique com o Sul. Eu ficarei com o Norte, o Maranhão”. E nós, do Piauí, fomos à luta sangrenta. O único Estado que iniciou uma batalha sangrenta para expulsar os portugueses foi o Piauí, em 13 de março de 1823. Depois, a Bahia, no dia 02 de julho. Não é isso, Senador Rodolpho Tourinho?

É essa bravura que eu represento e vamos continuar representando-a. O paralelo continua. Aquele fracasso, eu não ia culpá-lo. O resultado foi 14 votos a 13. Se atingiu 14 Senadores, o voto dele não foi de Minerva. Na minha matemática, foi apenas um, com o direito que tem qualquer Senador.

A votação foi 14 votos a 13. Perdemos ali, mas aquela luta vai continuar, e eu cantaria com a mesma força - e quanto as forças, se ele teve mais votos, são proporcionais. Mas isso não significa nada. Eu apenas diria que continuo com a bravura do povo do Piauí, que diz: “Piauí, terra querida, filha do sol do Equador. Na luta, o teu filho é o primeiro que chega”. E eu cheguei nessa luta para defender o salário justo e digno contra qualquer força.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/2004 - Página 16786