Discurso durante a 71ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

A inoperância do governo e sua vocação para gerar e agravar crises.

Autor
Antero Paes de Barros (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MT)
Nome completo: Antero Paes de Barros Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • A inoperância do governo e sua vocação para gerar e agravar crises.
Publicação
Publicação no DSF de 05/06/2004 - Página 17477
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, CONTRADIÇÃO, CONTROLE, CRISE, OBSTACULO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, INSUCESSO, PROGRAMA, COMBATE, FOME, POLITICA DE EMPREGO, PARALISIA, ECONOMIA, OMISSÃO, INVASÃO, SEM-TERRA, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, NOTICIARIO, IMPRENSA.

            O SR. ANTERO PAES DE BARROS (PSDB - MT. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores ocupo a tribuna neste momento para tratar da inoperância do Governo. O caso Waldomiro Diniz caiu como uma bomba sobre a imagem ética do PT. A partir disso, o governo Lula vem demonstrando uma vocação para gerar e agravar crises, para espanto até mesmo da oposição. Isto sem falar nos diferentes pesos e medidas utilizados na calibragem de reações, sempre caracterizadas pelo excesso. Exemplo disso é que, os trabalhos foram abertos com a expulsão de quatro Parlamentares do PT, mas, nesta época, toleraram viagens particulares de Ministros pagas com dinheiro público. Outra contradição: foram intolerantes com o jornalista do The New York Times, mas condescendentes com acusações de irresponsabilidade e sabotagem do Vice-Presidente da República e de seu Partido, o PL.

Assuntos como a decisão do salário mínimo, correção da Tabela do Imposto de Renda e a expulsão do jornalista que escreveu sobre o hábito de beber do Presidente explicitaram a inabilidade do governo para administrar crises. Tudo isso desgasta a imagem do governo e quem acaba perdendo é o Brasil, já que as bolsas caem, o dólar e o risco Brasil aumentam e os investidores se afastam.

Fica demonstrada a inoperância do Governo quando se comprova que, o programa escolhido como ícone do Governo, o Fome Zero, não foi bem estruturado, considerado um insucesso. Os dez milhões de emprego, prometidos na campanha, tornaram-se uma referência negativa. Empresários criticam, simplesmente: a violação de direitos empresariais por invasores “Sem Terras”, a sonegação e a carga tributária, a falta de metas de superávit de exportação anual e a falta de ações eficazes do governo para atrair investimentos. Em resumo, para os empresários, o Governo está parado.

Poucos acreditam que o Presidente Lula desconheça os problemas atualmente enfrentados por sua administração. A idéia de que é necessária alguma arrumação gerencial está consolidada. É preciso mudar o ritmo do governo, que assiste o desleixo até mesmo numa área tida como exemplo de excelência, a publicidade de Duda Mendonça, que permitiu que o nome do presidente fosse grafado de forma errada no pronunciamento oficial ao país. Mas a arrumação fica para depois das eleições municipais.

Por fim, para que no futuro não reste dúvida de que durante certo período da história do Brasil o Governo petista se mostrou inoperante, estou incorporando a este pronunciamento as matérias em anexo, dos nossos principais jornais, que, inclusive, fundamentaram este pronunciamento.

Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ANTERO PAES DE BARROS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Em perfeito desequilíbrio”, Jornal do Brasil, 20.05.2004;

“Reformas”, Folha de São Paulo, 22.05.2004;

“Fabricantes de crises”, Folha de São Paulo, 22.05.2004;

“Para empresários, governo está empacado”, O Estado de S. Paulo, 20.05.2004;

“A incomunicação do governo”, Jornal do Brasil, 24.05.2004.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/06/2004 - Página 17477