Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Questão do salário mínimo.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Questão do salário mínimo.
Publicação
Publicação no DSF de 23/06/2004 - Página 19062
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REDUÇÃO, APROVAÇÃO, POPULAÇÃO, GESTÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, LOBBY, GOVERNO FEDERAL, CAMARA DOS DEPUTADOS, OBJETIVO, OBTENÇÃO, APOIO, PROPOSTA, INFERIORIDADE, REAJUSTE, SALARIO MINIMO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - 

A Guerra de Lula Insiste no Mínimo de R$ 260,00. E A Popularidade do Presidente Despenca de 34,6% para 29,4

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governo, como noticiam os jornais, montou uma verdadeira operação bélica, isto é, uma guerra com o objetivo de forçar a Câmara dos Deputados a manter o salário mínimo nos R$260,00 propostos pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Será, como é da praxe do PT e das práticas do Governo Lula, uma guerra contra o povo, principalmente os assalariados de baixa renda.

Ainda ontem, nada menos de 19 Ministros foram convocados para um jantar na residência oficial do Presidente da Câmara, o também petista Deputado João Paulo. Além dos Ministros, todos os líderes partidários. Objetivo: afiar as armas para o segundo tempo dessa guerra inglória de Lula contra o povo que o elegeu.

É uma guerra de aceitação muito difícil. Por isso, para que o historiador do futuro possa dispor de elementos de aferição do Governo Lula e sua obsessão contra os assalariados, estou incluindo neste pronunciamento a notícia em anexo, publicada na edição de hoje de O Estado de S.Paulo. Para que conste dos Anais do Senado da República.

Na cabeça do Governo Lula só é obsessão essa investida por um salário mínimo de apenas R$260,00. Promove-se de tudo, inclusive um jantar como o de ontem, pago com o dinheiro do contribuinte brasileiro.

Depois, Lula não venha dizer porque as pesquisas de opinião, como as divulgadas esta manhã pelo Sensus, apontam quedas sucessivas na aprovação deste Governo.

Transcrevo também esta nota do Estadão, mostrando o declínio de um Governo que já teve ascensão. Eis a nota:

 

************************************************************DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)*************************************************************

Matérias referidas:”Planalto mobiliza 7 ministros por mínimo de R$ 260” ”Em reunião convocada por João Paulo, para esta noite, eles receberão a missão de capturar votos”

Avaliação positiva do governo cai de 34,6% para 29,4%

Brasília - A avaliação positiva do governo Lula caiu de 34,6% em maio para 29,4% em junho, segundo nova rodada da pesquisa CNT-Sensus, divulgada hoje. A avaliação negativa do governo subiu de 20% para 24,1%. A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu de 60,2% para 54,1%. Nesta nova rodada da pesquisa, 47,6% dos brasileiros pesquisados disseram que não votariam em Lula hoje para presidente. Anexo. Notícia de O Estado de S.Paulo, edição de 21 de junho de 2004.

Planalto mobiliza 7 ministros por mínimo de R$260

CHRISTIANE SAMARCO e JAMES ALLEN

BRASÍLIA - O governo retoma hoje à noite a ofensiva para aprovar o salário mínimo de R$260,00 na Câmara, com uma reunião dos sete ministros que têm bancadas no Congresso e os líderes governistas e aliados na casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). O encontro foi sugerido por João Paulo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É a fórmula para acabar com o disse-me-disse em torno das disputas entre ministros e mostrar que o governo agirá unido para recompor o valor que os senadores aumentaram para R$275,00 quinta-feira.

A reunião servirá também para definir a estratégia do governo para enfrentar as dificuldades já mapeadas pelos líderes na votação da medida provisória do mínimo, marcada para amanhã. Os líderes governistas admitem que será difícil repetir o placar da primeira votação, principalmente pelo desgaste político de reduzir o valor do salário aprovado pelo Senado.

Foram convocados para a ofensiva na Câmara os Ministros do PMDB Eunício Oliveira (Comunicações ) e Amir Lando (Previdência Social), os do PL Alfredo Nascimento (Transportes) e Walfrido dos Mares Guia (Turismo), Eduardo Campos (PSB), da Ciência e Tecnologia, e Ciro Gomes (PPS), da Integração Nacional.

Todos sob o comando do Ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo (PC do B). A idéia de João Paulo é que os ministros saiam da reunião e passem um telegrama a cada um dos deputados de seus partidos, pedindo sua presença em Brasília e o voto favorável ao governo amanhã.

Ainda assim, não será tarefa fácil reunir votos. O líder do PMDB, José Borba (PR), admite que hoje o placar mais otimista é de 42 dos 78 votos da bancada. No PP, o líder Pedro Henry (MS) aposta que a bancada repetirá o desempenho da votação de 2 de junho, com apoio de 40 dos 54 deputados. No PSB, a decisão só será tomada amanhã. Dos 25 deputados socialistas, apenas 16 ficaram com o governo na primeira votação.

Sem vacilação - Em Belo Horizonte, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse que não pode haver "vacilação" na articulação política para aprovar a MP. "Nós temos reformas e projetos importantes para aprovar no Congresso ainda. Uma questão que temos de travar e resolver esta semana é a do salário mínimo, sem vacilação."

Na convenção do PT que aprovou a candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, Dirceu afirmou que o governo Lula é de coalizão, "de centro, de esquerda" e "com apoio de setores da direita". "E esse apoio tem de ser transparente e público, porque está apoiado num programa de mudanças que estamos fazendo", disse. "Nós não temos vergonha desse apoio. Pelo contrário, precisamos e agradecemos esse apoio de partidos que não são de esquerda", explicou. "O País vai precisar de novas reformas."

Ciro admitiu que o Planalto teve "o apoio de amplos setores da oposição" nas votações de "interesse estratégico" em que teve êxito no Congresso. Mas classificou de "teatro respeitável" a votação do mínimo no Senado. "A oposição não tem a responsabilidade de catar centavos lá para pagar a conta", criticou. Antes de ir ao encontro petista, Ciro esteve na convenção do PPS, que oficializou o apoio à candidatura de Pimentel.

No Rio, Rebelo, disse estar confiante de que o governo vai conseguir aprovar os R$ 260 na Câmara, "porque já ganhou antes, na primeira votação, com 99 votos a mais". O ministro considera que a posição do governo na Câmara é melhor. "No Senado o PFL e o PSDB são mais fortes. Por isso temos mais dificuldade", disse. "Na Câmara, o PT é o maior partido, mas no Senado é o terceiro, atrás de PFL e PSDB."

Rebelo esteve no Rio para participar da convenção de lançamento da candidatura da Deputada Jandira Feghali (PC do B) à prefeitura do Rio. Na primeira votação na Câmara, Jandira, que apóia o governo Lula, não esteve no plenário e não votou. (Colaboraram Eduardo Kattah e Adriana Chiarini)

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/06/2004 - Página 19062