Discurso durante a 113ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Regozijo com a inauguração da Ponte Binacional Brasil/Bolívia e lançamento da pedra fundamental para a construção da ponte Brasil/Peru. (como Líder)

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA EXTERNA.:
  • Regozijo com a inauguração da Ponte Binacional Brasil/Bolívia e lançamento da pedra fundamental para a construção da ponte Brasil/Peru. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2004 - Página 27263
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, INAUGURAÇÃO, PONTE INTERNACIONAL, LIGAÇÃO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, REGISTRO, SOLIDARIEDADE, INTEGRAÇÃO, POPULAÇÃO.
  • REGISTRO, HISTORIA, BRASIL, AMPLIAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, ESTADO DO ACRE (AC), FRONTEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, PERU.
  • IMPORTANCIA, CONSTRUÇÃO, PONTE, RODOVIA, LIGAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC), PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, PERU, INTEGRAÇÃO, AMERICA DO SUL, ACESSO, BRASIL, OCEANO PACIFICO, BENEFICIO, EXPORTAÇÃO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela Liderança do Bloco/PT. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, boa-tarde. Aproveitando a ocasião para comentar a inauguração da Ponte Binacional Brasil-Bolívia, dia 11 último, que recebeu o nome do Sindicalista Wilson Pinheiro.

Antes, eu gostaria de relembrar os principais eventos históricos envolvendo o Brasil, a Bolívia e o Peru. No final do século XIX, início do século XX, havia uma situação de litígio, uma guerra travada entre seringueiros e seringalistas, liderada por Plácido de Castro, contra o Exército boliviano. Esse conflito veio a ser definitivamente resolvido com o Tratado de Petrópolis, em 1903. Depois disso, a situação era como de uma guerra fria entre a população brasileira do Acre e os bolivianos e peruanos daquela fronteira.

De lá para cá, Srª Presidente, com a queda do preço da borracha, a chegada da pecuária, iniciou-se uma onda de violência no campo, em nosso Estado, que levou ao assassinato do líder sindical, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, Wilson Pinheiro.

Na missa de 7º dia da morte de Wilson Pinheiro, estava presente o então Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo Luiz Inácio Lula da Silva, que, em seu discurso, disse: “Está na hora da onça beber água”, vindo a ser penalizado pela Lei de Segurança Nacional, tendo que responder em juízo. Só não foi preso porque era considerado réu primário.

No dia 11 de agosto de 2004, Luiz Inácio Lula da Silva, agora Presidente da República Federativa do Brasil, volta ao Acre para inaugurar a Ponte Binacional Brasil-Bolívia e lança a pedra fundamental da outra ponte que interligará o Brasil ao Peru.

A construção dessas pontes está de acordo com os objetivos do nosso Governo que é interligar os países andinos, Chile, Bolívia, Peru e fará com que o nosso Estado do Acre deixe de ser o fundo do quintal de nosso Brasil e passe a ser uma das portas de entrada para os Andes e de exportação de nosso País via Oceano Pacífico. Isso não é pouco.

Srª Presidente, e qual não foi a alegria daquela população, com aquele ato, porque percebeu que era o fim definitivo de uma relação malsucedida que aconteceu no início do século passado? Vimos lá o povo boliviano, do Município de Cobija, do povo brasileiro do nosso Estado, dos Municípios de Brasiléia e Assis Brasil, do povo do Peru, do Município de Inãpari, todos cantando os seus hinos nacionais e aplaudindo as suas autoridades. Naquele momento, lá estavam nada mais do que o Presidente do nosso País, o Presidente Lula, o Presidente da Bolívia, Carlos Mesa e o Presidente do Peru, Alejandro Toledo; e também o Governador do Estado do Acre, Jorge Viana. Foi uma emoção muito grande ver essa interligação definitiva. Para o nosso Estado, ela representa muito, tanto para as relações econômicas quanto culturais. Fico emocionado ao ver o grau de responsabilidade do nosso País ao lidar com essas relações internacionais, principalmente com os países que até então eram tratados como de terceira categoria.

Em seu discurso, o nosso Presidente Lula disse que até então países como Bolívia e Peru procuram de maneira isolada mercados como os da Europa e dos Estados Unidos, às vezes esquecendo de buscar o intercâmbio econômico com seus vizinhos.

Recentemente, soubemos dos problemas vividos pelos peruanos e bolivianos relativos ao gás e ao petróleo da Bolívia. Mas, em julho passado, houve um referendo que deu à população daquele país ganho de causa, foi dada importância necessária para que o Presidente Carlos Mesa possa conduzir, da forma como está fazendo, a política energética daquele país. Com isso, os trabalhos que a Petrobras tem realizado na Bolívia estão preservados.

O asfaltamento entre a capital do nosso Estado e o Município de Assis Brasil, que faz fronteira com Iñapari, no Peru, bem como a ponte que será colocada sobre o rio Acre interligarão definitivamente nossas economias.

Oxalá, Srª Presidente, nosso Estado não seja apenas um simples corredor de exportação, mas também um exportador de sua produção para aquele país.

Nesse sentido, nosso crescimento é muito grande no setor da indústria florestal, na verticalização da nossa pecuária e, principalmente, na industrialização de produtos extrativistas, como é o caso da castanha. Como disse o próprio Ministro Luiz Fernando Furlan, da Indústria e Comércio Exterior, do ano passado para cá, nosso Estado já dobrou suas exportações. E, no ritmo em que está indo, nos próximos cinco ou seis anos, substituirá 50% dos recursos investidos - hoje, 80% são repasses nacionais - por renda própria.

Parabenizo o Presidente Lula, o Governador Jorge Viana, a Bancada Federal do Acre e a unidade dos Parlamentares da Assembléia Legislativa, pelo bem que têm feito ao nosso Estado e ao País.

Era o que tinha a dizer, Srª Presidente. Muito obrigado


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2004 - Página 27263