Fala da Presidência durante a 165ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à Bandeira brasileira.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Bandeira brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 20/11/2004 - Página 37387
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, BANDEIRA NACIONAL.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Francisco Mozarildo Cavalcanti, Senadoras, Senadores aqui presentes, brasileiras e brasileiros que acompanham esta sessão de sexta-feira, 19 de novembro, do Senado da República.

            Hoje é o Dia da Bandeira, da nossa bela bandeira, que aqui está, traduzindo a nossa história de independência - independência imperial e depois independência republicana.

            Senador Edison Lobão, que tão bem preside a mais importante Comissão deste Senado e também uma das que funcionam com mais eficiência, a de Constituição Justiça e Cidadania, comissão que entregou ao País, dentro do possível, a reforma do Judiciário. Senador Mestrinho, meu maior orgulho é quando me chamavam filho do Joaz, meu pai.

            O lema de nossa bandeira - Ordem e Progresso - foi uma inspiração filosófica de Augusto Comte, Senador Mozarildo, uma inspiração do positivismo, do filósofo francês, uma inspiração da cultura da França e que teve influência em nosso País. 

            Senador Edison Lobão, eu aprendi com um parnaibano, meu tio, que desenvolveu o Maranhão, Almir de Morais Correia, que também era positivista o seguinte: o princípio: o amor; a base: a ordem; o fim: o progresso. E isso os republicanos condensaram em Ordem e Progresso.

            Será que estamos vivendo isso neste País, Senador Edison Lobão?

            Lamento, ó, Presidente da República! Vamos cancelar o almoço e o jantar. Vamos entregar a cada parlamentar uma bandeira: Ordem e Progresso; a cada membro do seu Partido, ao Zé Dirceu. Vamos hastear a Bandeira brasileira e esquecer a cubana: Ordem e Progresso.

            Senador Edison Lobão, a desordem nunca foi tanta, nem a violência! Aquela justiça, que, segundo Montaigne, é o pão de que mais a humanidade necessita, apesar do esforço desta Casa, não se está vendo. Vemos o oposto: a violência, a guerra interna neste País.

            Sou encantado pelo Rio de Janeiro, onde tive o privilégio de estudar. Eu queria até passar o réveillon lá. Recordo-me de que há poucos dias, vendo um noticiário de TV, foi feita uma comparação entre a criminalidade do ano passado e deste ano no Rio de Janeiro. Adalgisa, graças a Deus, cochilava, Os índices avançavam. Apareceram na televisão centenas e centenas de crianças; mais da metade das que foram tiradas das ruas já tinham sido envolvidas em crimes. E isso piorou, Presidente Lula. Eu posso lhe ensinar, eu devo lhe ensinar; fui prefeitinho e governei o Estado, quando tiramos todos meninos da rua. Daí por que estou aqui, pelo reconhecimento e pela gratidão.

            Eu estudava no Rio, Senador Antero Paes, fazia cirurgia no hospital do Servidor do Estado, Ipase, grande escola dos anos 60. Dona Marisa, estude a vida de Getúlio, homem austero, Senador Edison Lobão. Aquele “diariozão” dele eu já li quase todo. Sete de setembro ele terminava o desfile, Antero Paes, e ia se debruçar para estudar, trabalhar. No Natal, terminava a ceia e ia de novo. E aí houve um milagre. Este país foi feliz nos anos do Governo de Pedro II e de Getúlio Vargas.

            Mas, Senador Antero Paes de Barros, vimos centenas e centenas de meninos, garotos de rua, todos, retirados das ruas e já envolvidos no crime.

            Senador Edison Lobão, atentai bem. Eu freqüentava a Casa do Pequeno Jornaleiro, que era do lado do hospital. Havia um convênio para jogarmos, os médicos residentes, uma pelada aos sábados,. A esposa de Getúlio mantinha a Casa do Pequeno Jornaleiro, de meninos, todos cuidados, que entregavam os jornais. Facilitávamos, pois era um hospital gigantesco. Eram os chamados anos dourados, os anos 60. Isso já foi possível.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/11/2004 - Página 37387