Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo para a reabertura da Casa de Misericórdia de Manaus.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Apelo para a reabertura da Casa de Misericórdia de Manaus.
Publicação
Publicação no DSF de 23/02/2005 - Página 1941
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, AUDIENCIA, BANCADA, DEPUTADO FEDERAL, SENADOR, ESTADO DO AMAZONAS (AM), MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), SOLICITAÇÃO, REABERTURA, SANTA CASA DE MISERICORDIA, CAPITAL DE ESTADO, SOLIDARIEDADE, ORADOR, NECESSIDADE, INICIATIVA, GOVERNO FEDERAL, BENEFICIO, SAUDE PUBLICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Parte das Bancadas de Deputados Federais e Senadores do Amazonas esteve hoje em audiência com o Ministro da Saúde para tratar de um assunto muito importante para o meu Estado, que é a reabertura da Santa Casa de Misericórdia de Manaus.

Não pude comparecer com a Bancada a essa relevante audiência porque estava, entre outros compromissos, com V. Exª, cuidando da reforma política e depois, aqui na Casa, tentando desbastar a Ordem do Dia que se apresentou já no início dessa gestão.

Encaminho à Mesa, Sr. Presidente, pronunciamento em que reforço a idéia de que é fundamental o Ministério da Saúde sensibilizar-se para o apelo que lhe faz o Estado do Amazonas, por meio de sua Bancada, no sentido de, como autor principal, dar o primeiro passo para o reerguimento de uma entidade que tem todas as evocações positivas na saúde, na poesia e na vida do meu Estado, que é a Santa Casa de Manaus, Sr. Presidente.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO

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O SR. ARTHUR VIRGILIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs, Senadores, esta tarde, parte das bancadas do Amazonas no Senado e na Câmara serão recebidas em audiência pelo Ministro da Saúde, Humberto Costa Lima, para o trato de problema que se vem se arrastando há alguns meses na Capital do meu Estado. É situação insustentável, que afeta o atendimento médico a milhares de pessoas, que, antes, se valiam dos inestimáveis serviços da Santa Casa de Misericórdia de Manaus.

Não me será possível comparecer à audiência no Ministério. O horário coincide com os muitos compromissos de Liderança, nesta fase inicial dos trabalhos legislativos, em 2005. Sabe este Plenário que o momento é de intensas conversações, principalmente diante de mais uma investida do Governo contra o bolso do já combalido contribuinte brasileiro.

Refiro-me à Medida Provisória 232, que chegou de pára-quedas, na calada da madrugada estendida de 31 de dezembro até 2 de janeiro, com tantos absurdos nela embutidos. Tudo contra o povo. E isso exige acompanhamento sem tréguas, para impedir essa brutal elevação da carga tributária, verdadeiro confisco.

Lamento minha própria ausência na audiência com o Ministro, eu que, em duas oportunidades anteriores, trouxe o assunto a este Plenário.

A Santa Casa de Manaus, Sr. Presidente, está com suas atividades paralisadas, atingida por séria crise financeira. Enquanto foi possível, ela resistiu.

Esse é um hospital que já existia há 124 anos e seu fechamento representa uma perda com a qual não nos conformamos.

Tanto não nos conformamos que, Deputados e Senadores amazonenses, unimo-nos, numa tentativa de salvar a Santa Casa de Manaus.

Faço questão de registrar neste Plenário esta tentativa junto ao Ministério da Saúde. A iniciativa partiu do Deputado Carlos Souza. Incorporo-me a ela, mesmo não podendo ir ao Ministério. Por isso, novamente, trago aqui o problema. Não apenas como dever de Parlamentar, mas, sobretudo, como amazonense.

Falo em nome de milhares de habitantes do meu Estado. E faço um apelo ao bom senso em favor da sobrevivência da Santa Casa de Manaus.

Ainda hoje, para ilustrar a vontade férrea dos amazonenses de salvar a instituição, alguns de seus mais abnegados servidores resolveram promover uma rifa para conseguir o mínimo possível em recursos financeiros e, assim, tentar restabelecer parcialmente as atividades da Santa Casa. Claro que essa é uma iniciativa heróica, que, no entanto não vai conseguir resolver a crise atual do hospital.

O significado de iniciativas como essa, de que fui informado esta manhã, revela o desejo de não entregar os pontos. Trata-se da firme manifestação de vontade de uma comunidade que chora o fechamento da Santa Casa. A vontade é de todos os habitantes de Manaus e o Ministério da Saúde deve e precisa a ela se incorporar. Ajuda que, afinal, seria para as populações pobres do Amazonas.

Em sua trajetória centenária, esse hospital, como assinalou o repórter Júlio Pedrosa, de A Crítica, tem uma história de luta e dedicação ao ofício de salvar vidas. De lá até aqui, muitas histórias se passaram pelos amplos corredores e enfermarias da Santa Casa de Manaus.

Hoje, Srªs e Srs. Senadores, esses corredores estão vazios e em suas enfermarias já não há médicos nem enfermeiros, muito menos pacientes. Prevalece a incerteza. A Santa Casa é parte integrante da vida de Manaus.

Não imaginamos o fim dessa instituição, que merece o apoio de todos, inclusive do Ministro da Saúde. O reerguimento da Santa Casa é indispensável. Manaus não pode abrir mão de sua presença, como núcleo de saúde que, ademais, acaba colaborando com o Governo, a quem compete prestar assistência médico-hospitalar ao povo.

Esse reerguimento depende de esforços de todos nós, mas, no momento, principalmente do Ministério da Saúde, para que, de imediato, a Santa Casa possa reaparecer em nossa Capital, como instituição indispensável que é.

Estou anexando a este pronunciamento a reportagem a que me referi, de autoria do jornalista Júlio Pedrosa, de A Crítica, para que, assim, passe a constar dos Anais da República.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art 210, Inciso 1º e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Santa Casa tem uma história de dedicação ao Amazonas.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/02/2005 - Página 1941