Discurso durante a 14ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre matérias dos jornais Correio Braziliense e O Estado de S.Paulo, e, reportagem da revista Veja, desta semana, acerca dos gastos do governo e ações do MST.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários sobre matérias dos jornais Correio Braziliense e O Estado de S.Paulo, e, reportagem da revista Veja, desta semana, acerca dos gastos do governo e ações do MST.
Publicação
Publicação no DSF de 08/03/2005 - Página 4420
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), O ESTADO DE S.PAULO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DENUNCIA, GASTOS PUBLICOS, CORTE, ORÇAMENTO, SANEAMENTO BASICO, FINANCIAMENTO, INVASÃO, TERRAS, MOVIMENTO TRABALHISTA, SEM-TERRA, INEFICACIA, CONTENÇÃO, CONFLITO, ZONA RURAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governo petista do Presidente Lula, além de grande gastador, gasta mal o dinheiro do povo brasileiro. Esse levantamento é a matéria principal da edição de ontem do Correio Braziliense, com chamada de primeira página.

A reportagem destaca três pontos:

1.- Dezenove das 28 áreas de investimento tiveram recursos reduzidos;

2.- Verbas para saneamento básico caíram 90% entre 2001 e 2004;

3.- Viagens e diárias de servidores custaram ao erário R$1,19 bilhão no ano passado.

Essa reportagem e outras estão anexadas ao meu pronunciamento, para que o historiador do futuro possa dispor de elementos para aferir o que terá sido o Governo Lula.

O Governo petista do Presidente leva muito pouco a sério a área social. E por isso é contemplado com outra matéria em primeira página, no jornal O Estado de S. Paulo. Diz a chamada do jornal paulista:

“Cresce insatisfação dos movimentos sociais com Lula.”

O Governo petista do Presidente Lula esquece o Brasil, deixa nossas estradas esburacadas, não aplica quase nada na infra-estrutura e, no entanto, empresta dinheiro do BNDES para o metrô de Caracas, para usina de energia a gás na Argentina e até para a compra de uma cervejaria no Uruguai.

O Governo petista do Presidente Lula dá dinheiro a rodo para o chamado MST, uma organização clandestina que insiste em não ter existência formal e cuja atividade principal é invadir fazendas, produtivas ou não.

Na capa de Veja desta semana, a chamada para a principal reportagem da revista: MST nós pagamos, eles invadem.

Esse movimento clandestino prospera como nunca. Como diz a mesma reportagem, o MST conta com uma mãozinha do Estado. A foto, da página 45 diz tudo, com uma legenda em que se lê: Stedile (tido como líder do movimento) entre o Ministro Miguel Rosseto, do Desenvolvimento Agrário, e José Fritsch, da pesca: governo parceiro.

Ao Ministro Rosseto, a boa pergunta seria: Que desenvolvimento agrário é esse? E ao Ministro Fritsch, caberia indagar o quê ele pesca em águas tão turvas?

O mesmo Governo petista do Presidente Lula, que sabe gastar e gastar mal, não apenas fecha os olhos para as criminosas ações do MST. A parceria do Governo petista é o passaporte para a intranqüilidade que o MST espalha pelo campo. Entre sábado e a madrugada de domingo, os ditos sem-terra invadiram mais duas fazendas no Pontal do Paranapanema, no Oeste do Estado de São Paulo.

Essas duas invasões, dizem os integrantes do MST são apenas um treino para abril vermelho. Quer dizer, eles agora apregoam o que vão fazer, fazem o que querem e o Governo petista fica quieto, a tudo assiste e ainda vira parceiro.

Uma das duas áreas invadidas, a Fazenda Estância Brasília é uma fazenda produtiva. Seu dono, Antonio Leão Cavalcanti, vai pedir reintegração de posse e o levantamento da situação judicial dos líderes da invasão.

Não é só isso. O MST, como mostra a reportagem de Veja, inaugurou em janeiro, no município de Guararema (SP), o que eles chamam de escola. Na verdade, segue uma rotina militar, com retratos de Che Guevara e do presidente venezuelano Hugo Chaves, o mais novo ídolo do movimento.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, Inciso 1º e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“MST faz "março quente" e invade mais duas fazendas no Pontal”

“Nós pagamos, eles invadem.”

“Os PH.Ds da invasão.”

“Área é produtiva, diz fazendeiro.”

“No pontal, MST treina para abril vermelho.”

“Aeroportos, mais um desafio do setor aéreo.”

“Cresce insatisfação dos movimentos sociais com Lula.”

“Desencanto da velha militância afasta de Lula movimentos sociais.”

“Governo Lula gasta mais, e mal.”

“Gastança federal.”

“Governo vai controlar passagens de servidor.”

MST faz "março quente" e invade mais duas fazendas no Pontal

Sorocaba - Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram mais duas fazendas no Pontal do Paranapanema, no oeste do Estado, entre a manhã de sábado e a madrugada desta domingo. Dois grupos distintos invadiram a fazenda Rancho Alegre, em Paraguaçu Paulista, cidade localizada no extremo norte da região, e a Estância Brasília, em Santo Anastácio.

Na sexta-feira, o movimento já havia reocupado a fazenda Santa Expedito, em Teodoro Sampaio, e invadido pela 12ª vez a fazenda Tupi Conan, em Presidente Epitácio.

Segundo o líder José Rainha Júnior, as ações fazem parte do "março quente", que ele comparou a um treinamento para a segunda edição do chamado "abril vermelho". No próximo mês, segundo ele, quando o movimento se mobilizará em todo o País, haverá uma seqüência de ocupações sem precedentes na região. "Vamos fazer a reforma agrária acontecer no Pontal."

Na primeira ação, na manhã de sábado, 300 militantes deixaram um acampamento na beira da rodovia que liga Paraguaçu à Raposo Tavares e entraram na fazenda Rancho Alegre. Eles usaram dois ônibus, um caminhão e cerca de 20 automóveis para o transporte. Segundo a Polícia Militar, os sem-terra entraram por uma porteira, mas arrancaram madeira e fios de arame das cercas para erguer os barracos. A fazenda, de criação de gado, tem mais de 2 mil hectares e pertence à família Leuzi.

À noite, outro grupo com 120 famílias invadiu a fazenda Estância Brasília, em Santo Anastácio. Foram usados dois ônibus e 12 veículos na ação. Segundo o proprietário Antonio Leão Cavalcanti, os sem-terra atearam fogo numa parte da área. Líderes do movimento disseram que o fogo atingiu apenas uma beira de estrada e foi colocado por empregados da fazenda. A invasão foi completada ontem de madrugada com a chegada de mais 130 sem-terra.

José Maria Tomazela


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/03/2005 - Página 4420