Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Esclarecimentos ao pronunciamento do Sr. Heráclito Fortes.

Autor
Cristovam Buarque (PT - Partido dos Trabalhadores/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Esclarecimentos ao pronunciamento do Sr. Heráclito Fortes.
Publicação
Publicação no DSF de 18/03/2005 - Página 5281
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • RESPOSTA, HERACLITO FORTES, SENADOR, AUSENCIA, CENSURA, OPINIÃO, MERITO, SESSÃO, SENADO, ANIVERSARIO, REDEMOCRATIZAÇÃO, REITERAÇÃO, OMISSÃO, HOMENAGEM, VITIMA, DITADURA, REGISTRO, FALTA, TEMPO, USO DA PALAVRA, ORADOR, JOÃO CAPIBERIBE, CONGRESSISTA.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PT - DF) - Sr. Presidente, creio que este debate, apesar da hora, pode ser positivo. Quero dizer ao Senador Heráclito que, primeiro, em meu dicionário não há a palavra censura.

O SR. PRESIDENTE (Aelton Freitas. PL - MG) - Vou conceder a palavra ao nobre Senador Cristovam Buarque para uma explicação pessoal, por dois minutos.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PT - DF. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Creio que este é um debate positivo para o esclarecimento da história deste País. Em primeiro lugar, a palavra censura não existe em meu dicionário. Existe discordância, e eu nem discordo do conteúdo do discurso feito por nenhum deles, nem da legitimidade, porque sem a participação daqueles parlamentares - Marco Maciel, Antonio Carlos Magalhães, José Sarney - não teria havido a democratização em 1985. Ela chegaria, mas ainda iríamos esperar muito. Então, não é nem deslegitimar a participação, nem fazer qualquer crítica ou reparo ao discurso deles, mas é dizer que, de fato, os 20 anos anteriores ficaram ignorados naquela belíssima festa que, felizmente, o Senado fez. Agora, reconheço, isso não seria tarefa dos que falaram. Outros poderiam ter sido indicados e outros estavam inscritos; eu mesmo estava inscrito. Penso que aqui há uma pessoa que talvez simbolize mais esse sofrimento, e estava inscrito, que é o Senador João Capiberibe. Mas não houve tempo de falarmos, é verdade.

Quero parabenizar o Senado por ter feito a sessão. Os oradores mereceram ter sido escolhidos, não tenho reparo ao discurso de cada um deles. Mas, vamos falar com franqueza: a festa dos 20 anos não ficou completa.

O SR. PRESIDENTE (Aelton Freitas. Bloco/PL - MG) - Eu gostaria de pedir aos nobres Senadores para que déssemos seguimento à sessão.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Sr. Presidente, quero apenas lembrar ao Senador Cristovam Buarque que realmente houve um esquecimento. Ninguém citou o fato de o Partido de S. Exª ter-se negado a participar do colégio eleitoral e expulsado de seus quadros aqueles que votaram em Tancredo Neves e votaram pela democracia. Esse é o único fato que foi esquecido na reunião.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PT - DF) - Sr. Presidente, creio que ainda tenho direito de falar. Além de ser interessante, o debate trazido pelo Senador Heráclito Fortes serve para esclarecer. Primeiro, eu pessoalmente não era do PT, e estive ao lado de Tancredo Neves. Segundo, isso poderia ser dito. Mas não ter votado no colégio eleitoral - que creio ter sido um equívoco - não faz esquecer a luta do PT pela democratização de outras formas, como nem Lamarca nem Marighella iriam participar da eleição indireta. Eu discordava daquele caminho deles, mas são pessoas que simbolizam. Só foram citados por Arthur Virgílio. Estou dizendo isso não para criticar os que não citaram, mas para elogiar o Senador Arthur Virgílio. E por que ele disse isso? Porque ele fez parte dos 20 anos anteriores. O Senador Arthur Virgílio fez parte da luta dos vinte anos anteriores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/03/2005 - Página 5281