Discurso durante a 30ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à Campanha do Desarmamento. (como Líder)

Autor
Juvêncio da Fonseca (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MS)
Nome completo: Juvêncio Cesar da Fonseca
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Críticas à Campanha do Desarmamento. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2005 - Página 7095
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, REDUÇÃO, ACEITAÇÃO, CAMPANHA, DESARMAMENTO, PROXIMIDADE, REFERENDO.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, JORNAL DO SENADO, DISTRITO FEDERAL (DF), DECLARAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), ASSUNTO, UTILIZAÇÃO, ARMA DE FOGO, CRIMINOSO, POPULAÇÃO, ANALISE, ORADOR, LEGISLAÇÃO, RESTRIÇÃO, PORTE DE ARMA, CONTESTAÇÃO, CAMPANHA, DESARMAMENTO.

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PDT - MS. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o índice de aceitação da população brasileira diante da campanha de desarmamento, empreendida pelo Ministério da Justiça principalmente, teve sua aceitação reduzida de 72% para 48%. Em conseqüência, reacenderam-se as mobilizações para que a campanha de desarmamento encontrasse novamente um rumo de conquista do coração do brasileiro.

Mas a ponderação do Ministro Márcio Thomaz Bastos no sentido de reativar essa campanha presta um desserviço ao conhecimento da população. E passo a ler parte de matéria publicada no Jornal do Senado de 17 de março último:

Como lembrou, durante o seminário, o Sr. Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, um dos principais argumentos contrários à aprovação do estatuto era o de que se estariam retirando as armas das mãos dos “homens de bem” e não de bandidos.

Esse é o forte argumento daqueles que fazem campanha contra o desarmamento e que já adotamos desta tribuna por várias vezes: tenta-se tirar das mãos do homem de bem uma arma de defesa para deixá-la apenas nas mãos dos bandidos.

Mas o que se tenta fazer, explicou ele, é evitar a continuidade dos crimes cometidos por motivos fúteis.

Queremos tirar a arma das mãos do marido que brigou com a mulher e que pode se sentir tentado a matá-la, assim como queremos evitar que as armas estejam nas mãos de meninos que se envolvem em briga de rua, de torcedores de futebol exaltados, de pessoas estressadas no trânsito - acrescentou o Ministro da Justiça.

Ora, a legislação, Srªs e Srs. Senadores, não dá nenhuma guarida para quem quer que seja que porte uma arma na rua. A campanha do desarmamento está enfocando de maneira errada o problema existente em nossa sociedade. A lei hoje não permite que o cidadão tenha uma arma comprada legalmente e que saia com ela à rua, uma vez que não permite o porte de arma para quem quer que seja, a não ser para as autoridades, que a podem portar na rua.

Portanto, não há preocupação alguma com referência a armas na mão de criança nos bares da vida, a armas na mão de torcedores de futebol, a armas com pessoas estressadas no trânsito. Para esses casos, não existe autorização legal. Se não existe autorização legal, não tem como o Ministro incluí-los como razões para a campanha do desarmamento.

Temos dito continuamente que a legislação hoje existente permite apenas que o cidadão adquira a arma e a tenha em casa, após passar pelo crivo da Polícia Federal, sem levá-la para a rua. A lei permite que se tenha a arma em casa para proteger a sua família e o seu patrimônio. Esse é o objetivo da legislação hoje.

Para que se tenha o registro e a compra da arma, é necessário que se passe, como disse, pelo crivo da Polícia Federal, ou seja, que se prove, por meio de certidões negativas de todos os cartórios, a inexistência de crime ou processo. Há que se ter adestramento para o uso da arma, exame psicotécnico, residência definida, profissão definida; com tudo isso, um pai de família, um chefe de família pode ter sua arma em casa. Não se trata de arma para sair à rua, para marido matar mulher, para criança usar na rua, para torcedor levar para campo de futebol. O Ministro está enfocando errado a questão. A campanha não traz a verdade dos fatos, para conquistar o voto da população no referendo de outubro, como está previsto.

Por essas razões, a população, cada vez mais, está descrendo dessa proposta de desarmamento dos homens de bem em que o Estado permite que as armas fiquem na mão do bandido.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2005 - Página 7095