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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO NA SESSÃO DO DIA 12 DE ABRIL DE 2005, QUE, RETIRADO PARA REVISÃO PELO ORADOR, ORA SE PUBLICA.

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O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, sei que V. Exª está ansioso para começar a Ordem do Dia, assim como nós. Porém, o jornalista Ricardo Noblat, no seu blog, faz uma denúncia que, no mínimo, merece a meditação de todos nós.

O meu papel, se eu fosse um Líder de Oposição destrutivo, seria deixar a coisa acontecer e surfar em cima de um escândalo. Mas o fato é que aquela Transbrasil, que foi tão malversada e tão vilipendiada por gestão de incúria e de desonestidade, estaria sendo revivida, segundo os planos de alguns setores do Governo, por meio de uma associação com a Empresa Ocean Air, que pertence ao Sr. German Efromovich. Então, Transbrasil mais German Efromovich (leia-se Ocean Air) formariam uma terceira Transbrasil para transporte de cargas, funcionando sob a bandeira Transbrasil.

Muito bem. Eu poderia ficar quieto, deixar a coisa evoluir e, depois, repito, surfar em cima de um escândalo. Entretanto, estou avisando, desde agora, que esse assunto não cheira bem. Essa operação de salvação da Transbrasil não passa pela consciência nacional e não passa pela consciência deste Congresso Nacional.

Portanto, este é o primeiro aviso que a Oposição dá. Daqui em diante, estaremos mais atentos do que nunca. O ideal é que qualquer má intenção do Governo nesse campo morra no nascedouro, e é bom saberem que estamos tornando pública a idéia que corre nos bastidores do Governo, de uma aliança entre o Sr. Cipriani, da Transbrasil, e o Sr. Efromovich, da Ocean Air, para, com a ajuda do Governo, que se portaria não como uma viúva, mas como uma mãe generosa e perdulária, fazerem voar outra vez uma empresa que faliu em face da incúria com que foi tratada, com o desvio, segundo a CPI do Banestado, de US$100 milhões para fora.

Portanto, a Oposição está alertando que já sabe que é possível que estejam pensando nisso. Se assim estão, desistam porque não compactuaremos com o prejuízo à coisa pública, de maneira tão deslavada; e, nem que não o fosse, não compactuaremos com o desvio de nenhum recurso para se fazer algo que para mim e para o Jornalista Ricardo Noblat cheira mal.

Então, é conveniente que digam que nunca pensaram nisso, e, se nunca pensaram nisso, estou errado em estar preocupado. Mas estou preocupado porque é bom que depois venham para dizer que nunca pensaram nisso. Não toleraremos que se consume algo parecido com esse fato.