Discurso durante a 41ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogia programa de inclusão social por meio das atividades esportivas.

Autor
Leomar Quintanilha (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Elogia programa de inclusão social por meio das atividades esportivas.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2005 - Página 9429
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • IMPORTANCIA, PROGRAMA, GOVERNO FEDERAL, INCENTIVO, PRATICA ESPORTIVA, FUTEBOL, OBJETIVO, INCLUSÃO, NATUREZA SOCIAL, JUVENTUDE, BAIXA RENDA, BRASIL.
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, ORADOR, DIREÇÃO, FEDERAÇÃO, FUTEBOL, ESTADO DO TOCANTINS (TO).
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, MARINHA, INCENTIVO, FUTEBOL.

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PMDB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, entre as atividades que percebemos desenvolvidas na nossa sociedade, uma que efetivamente exerce a condição de inclusão social é a atividade esportiva, notadamente aquela atividade que contempla não os que se encontram no ranking, não os expressivamente talentosos, não os que foram protegidos pela natureza e trouxeram do berço um talento, uma condição especial para desempenhar qualquer modalidade esportiva que escolher na vida.

Tenho o particular agrado de comandar a Federação Tocantinense de Futebol. Sabidamente, o futebol está em primeiro lugar na preferência popular. O futebol é jogado no Brasil todo, no mundo todo. A organização maior do futebol, a Fifa, tem hoje um número maior de filiados do que os Estados membros da Organização das Nações Unidas.

O futebol continua crescendo, ganhando espaço, ganhando a simpatia do mundo inteiro. No entanto, no Brasil, mesmo para o futebol, para essa modalidade esportiva que está em primeiro lugar na preferência popular, distante do segundo lugar, ainda não há uma fonte de financiamento. Não há incentivo para o esporte amador, nem para o futebol, nem para o vôlei, nem para o basquete, nem para o handball, modalidades esportivas que têm contribuído sobremodo para a complementaridade da educação de berço do cidadão, para a complementaridade da educação dada pelas escolas às novas gerações, principalmente para as pessoas mais pobres, que habitam as regiões mais distantes das cidades. Nessas localidades, o futebol também é praticado, Sr. Presidente, entre outras modalidades esportivas.

Não raro, em cidades pobres, em bairros mais distantes, menos assistidos, o Brasil tem visto o surgimento de um talento em razão da oportunidade dada a um jovem mais pobre para mostrar as suas qualidades. Isso ocorre, por exemplo, quando há um campo esportivo, uma praça adequada para o desempenho de atividades esportivas. Assim, principalmente no que diz respeito ao futebol, o jovem tem a chance de ser observado pelos interessados em novos talentos, que seguem uma direção comercial para esse resultado e que têm transformado a vida de muitos cidadãos brasileiros. Esses jovens, ainda que tivessem a oportunidade de se qualificar, de se formar, de escolher outra profissão adequada e rentável, dificilmente teriam a condição financeira e social propiciada pelo futebol. O futebol brasileiro tem sido exemplo disso. Em larga escala no Brasil, observam-se inúmeros nomes que podem ser exemplo dessa minha afirmativa.

Quero voltar à atividade desenvolvida pela Federação Tocantinense de Futebol. O Tocantins é um dos Estados mais pobres da Federação, a exemplo da maioria dos Estados das regiões Nordeste e Norte deste País, onde também se joga o futebol. Mas é um futebol incipiente, em estágio embrionário. No Tocantins, Sr. Presidente, o futebol é uma atividade lúdica, de lazer, de entretenimento, sem a possibilidade do futebol de resultados, que atrai o foco da mídia, que envolve o negócio do futebol. O futebol do Tocantins procura democratizar a prática do esporte, procura dar oportunidade a um número cada vez maior de pessoas interessadas na modalidade.

É nesse sentido que gostaria de comentar o esforço que realizamos no Estado de Tocantins - assim como ocorre em outros Estados -, ao dar oportunidade ao jovem de estar em contato com uma modalidade esportiva, de es projetar, por meio do Programa Segundo Tempo, uma iniciativa do Governo Federal. Não precisamos ir longe para observar os resultados extremamente benéficos e salutares. Podemos imaginar o ser humano como prioridade, sem distinção de raça, cor ou estrato social, participando do Programa como atividade de inclusão social.

Tive o ensejo de visitar a Marinha e verificar que seu comando tem se dedicado a essa atividade, que é secundária na relação de atividades maiores das Forças Armadas, que têm responsabilidade constitucional, em uma demonstração de sensibilidade e preocupação com os substratos sociais.

A Marinha desenvolve, no Distrito Federal, um trabalho extraordinário na aplicação do Programa Segundo Tempo, pois fornece um veículo que vai às áreas mais pobres, escolhe as famílias mais carentes e mais necessitadas, extrai delas os filhos que têm vontade de participar de uma atividade esportiva e os transporta a um parque com os equipamentos mais modernos. Ali, além de orientação cívica, de disciplina e de hierarquia, tão necessária nos dias de hoje, também são ensinados a esses jovens os fundamentos das mais diversas modalidades esportivas.

Fiquei orgulhoso e envaidecido com o envolvimento da Marinha no empreendimento, já que busca a inclusão social de crianças que não têm culpa de terem nascido tão pobres e das injustiças que a elite brasileira ainda impõe aos substratos sociais, mas que sonham em ter uma oportunidade de participar das mais diversas modalidades esportivas, como qualquer jovem de qualquer região do Brasil, principalmente as mais aquinhoadas. Esses jovens têm à sua disposição equipamentos modernos adequados à prática das mais diversas modalidades esportivas.

Rendo minhas homenagens ao Governo do Presidente Lula e ao Ministro dos Esportes pelo extraordinário Programa Segundo Tempo, que é muito mais abrangente, pois propicia a fabricação de material esportivo, assim como sua distribuição às comunidades que têm dificuldade na aquisição, colocando em prática diversas modalidades esportivas que contribuem para evitar que crianças desocupadas, por total falta de oportunidades, se enveredem pelos descaminhos da vida, como a prostituição e a criminalidade, infelicitando seus familiares e o próprio País.

Sr. Presidente, cumprimento a Marinha Brasileira e presto minhas homenagens ao Ministro dos Esportes e ao Governo Federal pela oportunidade de aplicar no País esse rico programa que é o Segundo Tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2005 - Página 9429