Discurso durante a 43ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do quadragésimo quinto aniversário de Brasília.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do quadragésimo quinto aniversário de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 21/04/2005 - Página 9913
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), COMENTARIO, HISTORIA, INICIATIVA, CONSTRUÇÃO, CAPITAL FEDERAL, ELOGIO, ATUAÇÃO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESENVOLVIMENTO, INTERIOR, BRASIL.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, JOAQUIM RORIZ, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF).

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meus cumprimentos ao Exmº Sr. Presidente Paulo Octávio, Exmº Sr. Governador Joaquim Roriz, Exmºs Srs. Senadores Cristovam Buarque, Eduardo Azeredo, Demóstenes Torres e outros Senadores que se encontram neste plenário, IImª Srª Drª Anna Christina Kubitschek, Presidente do Memorial JK, que muito nos honra com a sua presença. Cumprimento também o Presidente da Federação Brasiliense de Futebol, nosso amigo Weber Magalhães; cumprimento todos os Deputados Federais e Distritais aqui presentes. Prefeitos, eu os cumprimento em nome do extraordinário prefeito de Valparaíso, meu amigo José Valdécio Pessoa. Cumprimento ainda todas as autoridades civis, militares, eclesiásticas aqui presentes, a imprensa, que registra esta solenidade histórica, memorável para todos nós.

Sr. Presidente, é com grande prazer que subo hoje a esta importante tribuna para prestar uma homenagem a Brasília. Esta bela cidade, que surgiu em terras goianas, amanhã comemora 45 anos de fundação.

Brasília é o retrato da miscigenação brasileira. Aqui se encontram brasileiros de todos os cantos, de norte a sul, de leste a oeste. Mais do que isso: Brasília cresceu com a participação ativa de milhares de pessoas que para cá vieram e fizeram desta a sua terra. Muitas dessas pessoas são conterrâneas e amigas do meu querido Estado de Goiás.

Brasília tem com os goianos uma ligação muito forte, muito especial. A cidade nasceu no coração de nosso Estado e foi construída também com o esforço de muitos goianos. Não é por acaso que guardamos por ela, por Brasília, um carinho diferenciado.

Pessoalmente, vivi em Brasília grandes momentos de minha vida, seja como soldado do Batalhão da Guarda Presidencial, onde servi o Exército ainda moço, seja como Deputado Federal, em 1988, quando tive a rara oportunidade de ajudar a escrever a nossa última Constituição, e, novamente agora, exercendo o honroso mandato de Senador da República.

Mas a história gerou fatos que me ligam ainda mais fortemente a esta cidade. Foi em Jataí, minha terra natal, que há 50 anos o então candidato a Presidente, Juscelino Kubitscheck de Oliveira, assumiu o compromisso de transferir a capital do Brasil para o Planalto Central. (Palmas.)

Era exatamente o dia 4 de abril de 1955. Jataí se preparava para receber o comício de abertura da campanha de JK, quando uma forte chuva de final de verão transformou o que seria uma grande manifestação pública numa reunião menor, com cerca de 500 pessoas, que se amontoaram no galpão de uma oficina mecânica da Studbaker, lá na minha cidade.

Formou-se então um cenário informal, propício para que um jovem audacioso, Antônio Soares Neto, conhecido como Toniquinho JK, interpelasse o futuro Presidente acerca da premissa constitucional que previa a transferência da capital. Depois de pensar um pouco, JK assumiu, naquele momento, em minha cidade, o compromisso que mudaria todo o processo de desenvolvimento de Goiás, do Centro-Oeste e do Brasil como um todo. 

O destino ainda fez do jovem Toniquinho meu cunhado, esposo da minha irmã mais velha, um amigo fraternal de JK. Também como Senador, Brasília me acolheu justamente no cargo que JK ocupou nesta Casa, representando o meu Estado, após deixar a Presidência da República.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, construir Brasília foi uma decisão de grande coragem e de grande visão futurista. Uma visão digna de grandes estadistas, como foi Juscelino. Não foi uma decisão fácil. JK teve que vencer, com sua incansável disposição e seu invejável otimismo, as barreiras do derrotismo que dominavam o País naquela época.

A construção de Brasília foi um marco histórico e econômico, pois, por meio dela, foram lançadas as sementes da industrialização e da modernidade, especialmente nesta região que era esquecida e tinha muito pouca importância à época. Brasília expôs o valor do Brasil do interior e a necessidade inadiável de se construir um processo de crescimento uniforme, sem tantas desigualdades.

O Centro-Oeste deve à Brasília de JK a aceleração de seu progresso, que se deu no período posterior a 1960. De lá para cá, o desenvolvimento começou, de fato, a marchar para o Oeste.

Ao longo desses 45 anos, Brasília cresceu não apenas como a Capital administrativa do País. Aqui se preserva o maior espaço urbano de área verde no País. A arquitetura brasiliense é única e desperta a atenção de turistas de todas as partes do mundo.

Em Brasília mora uma população culta, inteligente e de uma educação exemplar. (Palmas.) Daqui emanam os maiores exemplos de educação no trânsito, de respeito às liberdades individuais, das boas regras da convivência democrática. (Palmas.)

Um modelo que começa pela sua estrutura urbanística, concebida pelos extraordinários Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Niemeyer dizia que Brasília foi criada para que aqui vivessem os homens mais próximos, mais amigos e, sobretudo, iguais.

O modelo do Plano Piloto carrega esse conceito. Prédios semelhantes, onde viveriam desde os políticos a funcionários públicos, trabalhadores da construção e profissionais liberais.

Se hoje muitos vivem nas cidades satélites e no entorno é porque Brasília não poderia fechar as portas àqueles que acreditaram nesta região e para cá vieram, numa proporção acima do que se esperava. Até nisso, Brasília foi democrática e extremamente acolhedora. (Palmas.)

Brasília é o retrato do Brasil democrático, mas também do Brasil otimista, que luta e acredita sempre em um futuro melhor.

De Brasília começou a nascer um novo Brasil. O Brasil do interior pujante, honesto e produtivo. E daqui também devem sair os novos conceitos para a construção de uma Nação mais justa, que olhe para os brasileiros de forma igual. Um País que crie condições para a eliminação do quadro perverso das injustiças sociais em todos os Estados brasileiros.

Fica registrada, neste dia, a homenagem de todos os goianos a esta grande cidade. (Palmas.) A nossa homenagem ao fantástico, ao extraordinário e ao imortal JK, o maior estadista da história do Brasil e um dos maiores estadistas do mundo, um exemplo que temos de estadista para o mundo inteiro.

Ficam as homenagens do povo goiano aos brilhantes Senadores de Brasília, Paulo Octávio, Valmir Amaral, Cristovam Buarque, Israel Pinheiro e tantos outros que colaboraram e colaboram para a grandeza desta Capital.

As nossas homenagens também ao Governador Joaquim Roriz, goiano que para cá veio e se fixou. Depois de ser Prefeito na capital de Goiás, Goiana, Joaquim Roriz se deslocou para Brasília e está no seu quarto mandato. Ninguém, político nenhum neste País talvez tenha governado seu Estado por quatro mandatos, como o fez Roriz no Distrito Federal, sendo que, em três deles, foi legitimamente eleito pelo povo desta Capital. (Palmas.) Roriz é, sem dúvida, o político que individualmente mais contribuiu para o progresso desta Capital. Espírito empreendedor, como foi o de JK. Tocador de obras, haja vista as milhares de avenidas duplicadas, os inúmeros viadutos escoando melhor o nosso trânsito, a ponte que hoje é referência no mundo inteiro, a ponte mais linda desta cidade. (Palmas.)

Enfim, sou um dos políticos que defendem que governante tem que tocar obra, tem que trabalhar, tem que fazer, como fez Juscelino Kubitschek. O Brasil está precisando disso. São as obras que trazem conforto, comodidade; são as obras que geram empregos; são as obras que geram esperança para o povo de Brasília, de Goiás, do Brasil. (Palmas.)

Joaquim Roriz é hoje, sem favor nenhum, o maior tocador de obras deste País. (Palmas.)

Minhas homenagens também à família Kubitschek: D. Sara; Márcia, que foi minha colega na Câmara dos Deputados e foi Vice-Governadora, quando fui Vice-Governador de Goiás; Maristela; Anna Christina, que preside tão bem o Memorial JK. Minha homenagem a toda essa família, a quem o Brasil deve muito.

De forma muito especial, fica registrada a nossa homenagem a todos que aqui moram, indistintamente; aos que aqui nasceram e aos que para cá vieram, a fim de contribuir para a construção desta grande cidade. A todos, sem distinção, a homenagem e o reconhecimento do povo goiano.

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/04/2005 - Página 9913