O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Papa João Paulo II foi um mártir da fé e, sobretudo, um grande evangelizador. Foi alguém que revelou enormes características de liderança popular, que transcendia os limites da Igreja católica. Estimado por muçulmanos, respeitado por israelitas, acatado por onde quer que passasse, era sinônimo de paz pela sua trajetória, pela sua vida bonita. Foi o tempo todo um padre, uma figura enternecedora, que tocou muito profundamente o coração de todos nós.

Após cerimônia cuidadosa, meticulosa, que exige, se não me engano, 32 escrutínios até obter a fumaça branca e o habemus papam, Sua Santidade foi substituído por outro padre notável, o alemão Joseph Ratzinger. Como disse muito bem o Senador Maguito Vilela, esperamos que, com muita saúde, muitos anos de vida, e vida útil para a Igreja e para a paz, Sua Santidade possa realizar como Papa algo semelhante ao que fez João Paulo II. Esse é um vaticínio de muita ambição porque não é nada fácil, não é pouco imaginar para alguém o destino brilhante, bonito e santificado de João Paulo II.

Há pouco, o Senador Tasso Jereissati chamava minha atenção para as características de Ratzinger, que é agora o Papa Benedito XVI, ou Bento XVI. Como cardeal, ele revelou enorme talento administrativo, fez reformas que revitalizaram a Igreja com um senso de organização absolutamente respeitável, com um cabedal intelectual que o credencia, de fato, a cumprir um grande papel no mundo.

O tamanho geográfico diminuto da Santa Sé é desproporcional à sua importância para o mundo. Ali existe uma intrincada relação política, uma organização social muito sofisticada. Há uma peculiaridade quando se trata de Estado, pois é um Estado com todas as conformações de Estado, mas com todas essas peculiaridades e sofisticações.

Gostaria de chamar a atenção de V. Exª para o fato de que o notável em João Paulo II é que Sua Santidade fazia muito bem o papel político - com “P” maiúsculo -, importante de quem influenciava a favor da paz e espalhava liderança pelo mundo, mas era, sobretudo, o padre enternecedor, o conselheiro, aquele que ouvia todos, a figura humilde, que denotava bondade na face.

Tenho certeza de que esse processo cuidadoso que levou à escolha do novo Papa, consagrou também alguém que se marcará pela bondade, pela sabedoria, pela vida longa.

Sou católico e respeito sempre todas as religiões; inclusive, fiz questão de distribuir uma nota, pois me atribuíram uma frase desrespeitosa a uma igreja evangélica. Eu não desrespeitaria religião alguma, mas sou católico, não nego e não faria política com isso. Fico feliz porque vejo a minha igreja revitalizada, vejo a minha igreja pronta para oferecer grandes exemplos ao povo do mundo inteiro, sobretudo pensando em justiça social, pensando na paz e pensando na fraternidade, Sr. Presidente.

Era o que eu tinha a dizer.