Discurso durante a 55ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Despedida da Liderança do Bloco da Minoria.

Autor
Sergio Guerra (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PE)
Nome completo: Severino Sérgio Estelita Guerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA AGRICOLA.:
  • Despedida da Liderança do Bloco da Minoria.
Publicação
Publicação no DSF de 05/05/2005 - Página 13322
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • DESPEDIDA, FUNÇÃO, LIDERANÇA, BANCADA, MINORIA, SENADO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, RESPONSABILIDADE, BANCADA, MINORIA, OPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, INEFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, SOLUÇÃO, CRISE, AGRICULTURA, PAIS, GRAVIDADE, CONJUNTURA ECONOMICA, AMBITO INTERNACIONAL.

O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB - PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho a satisfação hoje de transferir a Liderança da chamada Minoria para um Senador também por Pernambuco, pertencente a um Partido aliado, o Partido da Frente Liberal. E tenho certeza de que não apenas Pernambuco estará bem representado nesta Liderança, mas também a Oposição e o Senado Federal. O Senador José Jorge tem condições técnicas, políticas e intelectuais suficientes para desenvolver uma ação competente, qualificada, efetiva na perspectiva da Minoria e na perspectiva de um combate seguro ao Governo ao qual fazemos oposição.

Fizemos uma oposição decente. Fazemos a Oposição decente. Não fazemos a oposição feita antes, que, por falta de reflexão, se transformou depois num grande conjunto de distorções e equívocos inexplicados, de mudanças de atitude, de alterações de rota que não se justificam senão na perspectiva da falta de seriedade intelectual e de compromisso político. A oposição sofrida pelo nosso Governo no passado tem uma qualidade absolutamente diferente da oposição que fazemos hoje ao Governo do Presidente Lula.

Não são boas as perspectivas. Na área em que estou trabalhando atualmente, a da agricultura, o prenúncio é o de uma grave crise: dólar em baixa e cada vez mais baixo; preços internacionais em declínio; insumos cujos preços cresceram de maneira assustadora; todo o sistema de endividamento crescente, a taxas de juro absolutamente incontroladas, incontroláveis e desproporcionais à capacidade da agricultura no geral; safras diminuídas pela seca. Um conjunto de variáveis que nos remete a uma crise grave, que pode ser compreendida, na sua maior extensão, pela incapacidade pública de enfrentá-la, seja pela falta de recursos no Ministério da Agricultura - muito mais de recursos e apoio do que de Ministro, já que o Ministro é qualificado -, seja pela incapacidade do Governo Federal de trabalhar a questão de endividamento agrícola na hora certa e de forma adequada e conseqüente.

Além do mais, falta capacidade política para intermediar e regular crises que se apresentam a cada dia, que deixam nos últimos anos, nas cadeias de produção, o resultado que a agricultura do Brasil acumulou nos últimos dois, três ou quatro anos, que foram resultados fundamentais para o País.

As perspectivas são estas: os primeiros três meses apontam excesso de déficit na área da Previdência, embora haja excesso de arrecadação. Não confere a afirmação de que o Congresso aumenta e inventa receitas. De fato, o Executivo é que omite despesas, que depois vão se apresentando e comprometendo os resultados das contas internacionais.

Não há alegria alguma que sustente esse otimismo, essa espécie de fantasia com a qual se procura convencer os brasileiros lá de cima de que aqui embaixo o País não é esse, é outro; que os fatos não são os que conhecemos, são outros; que a realidade não é a que vivemos, é uma realidade que é anunciada todos os dias pelo Presidente da República, de forma nem sempre refletida, mas sempre inconsistente.

A Oposição brasileira seguramente vai cumprir o seu papel. Vamos trabalhar de maneira segura, como trabalhamos no último ano com lideranças como a de Arthur Virgílio, José Agripino Maia e tantos outros, que não se afastaram dos seus compromissos, que não precisaram mudar o seu discurso para fazer oposição, porque o seu discurso foi antes, é agora e será sempre o discurso do compromisso com o País, da responsabilidade mais ampla com o interesse do povo brasileiro, que de forma alguma tem a ver com os resultados anunciados e não comprovados pela política do Presidente Lula, como não tem a ver com o discurso que o PT fez e não existe.

Então, neste momento, quero dizer da satisfação que tenho de transferir esta liderança de Oposição para o Senador José Jorge, que será um grande Líder da Minoria no Senado Federal. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/05/2005 - Página 13322