Pronunciamento de Antonio Carlos Magalhães em 23/05/2005
Discurso durante a 66ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Contradita ao pronunciamento do Sr. Aloizio Mercadante.
- Autor
- Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
- Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
- Contradita ao pronunciamento do Sr. Aloizio Mercadante.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/05/2005 - Página 16082
- Assunto
- Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
- Indexação
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- RESPOSTA, DISCURSO, ALOIZIO MERCADANTE, SENADOR.
- ESCLARECIMENTOS, ATUAÇÃO, ORADOR, APOIO, REGIME MILITAR, AUXILIO, PRESO POLITICO, AUTONOMIA, LUTA, REDEMOCRATIZAÇÃO, REPUDIO, OFENSA, VIDA PUBLICA.
O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES ( PFL - BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senador Mercadante trouxe à baila... Não citei aqui o nome do pai dele, mas que ele, infelizmente, traz nas veias o sangue de 64, não há dúvida, tendo em vista que o pai dele, um homem ilustre, meu amigo pessoal, foi um artífice de 64. E foi fiel a 64 até acabar 64. Eu ajudei a acabar 64, mas nem todos os generais ajudaram.
Quero dizer que, no regime militar, eu ajudei muitos esquerdistas brasileiros, principalmente os baianos. Ajudei como Prefeito, ajudei como Deputado. Fui ao quartel, fui à casa de detenção, levei refeições para várias deles. Está aí o Deputado Mário Lima como testemunha. Ouçam Mário Lima.
E mais: tive a coragem, que não sei se alguns petistas teriam, de dar várias obras municipais a Rubens Paiva, que tinha uma empresa, cujo presidente era um almirante da reserva. Dei para ele construir seis viadutos em Salvador. Tive a coragem de enfrentar o SNI quando me perguntou, em nome do Presidente da República, se eu tinha estado com o Sr. Juscelino Kubitschek. Respondi que tinha estado e que iria estar no dia tal e que, se ele quisesse aparecer, que aparecesse. Era o General Carlos Alberto Fontoura.
Portanto, eu tenho uma vida que não me mete vergonha. Atacam-me aqui, como fez outro dia o “Senador Lupi”. Mas não apontam um fato da minha vida sobre corrupção. Atacam-me politicamente, porque ninguém tem - e eu desafio o Senador Aloizio Mercadante e toda a Bancada do PT ou de qualquer outro Partido a apontar - qualquer fato que desabone a minha conduta moral no que diz respeito à coisa pública.
Logo, tenho autoridade para utilizar esta tribuna quando e como quiser. Se ele vai derrotar o PSDB em São Paulo, o importante para mim é que, na Bahia, nós vamos derrotá-lo, como já o fizemos várias vezes.
O próprio Presidente Lula mandou emissários à Bahia para ter o nosso voto no segundo turno. Foi no dia 24 de setembro, antes do primeiro turno, quando foram lá o Sr. José Dirceu e o Dr. Márcio Thomaz Bastos. E nós votamos, no segundo turno, no Presidente Lula.
Foi uma decepção, mas isso não importa. O que importa é que estamos aqui debatendo com coragem, sem medo. Não queremos ofender ninguém, mas não queremos ser ofendidos.
E falar sobre a minha empáfia, todos podem falar, menos o Senador Mercadante. S. Exª sabe disso. É coisa do seu temperamento. E, sendo do seu temperamento, temos de respeitar. Nem por isso, S. Exª deixa de ser maior ou menor.
Portanto, Sr. Presidente, com as minhas palavras, quero dizer que não tenho medo de enfrentar a luta. Se, evidentemente, houver harmonia, contarão comigo; mas, se quiserem a luta, estou pronto também.