O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senadores, brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado; Senador Delcídio, que tão bem lidera o PT, recebi, como todos nós recebemos, muitos e-mails; um deles, Senador Almeida Lima - em respeito a V. Exª -, veio de Santa Catarina e lembra o seu amor ao Direito.

Assim começa Lígia, de Santa Catarina:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa)

Hoje o vi pela TV e desde o primeiro instante simpatizei com o senhor. Espero que esta mensagem chegue em suas mãos. Caso contrário não há muito sentido em divulgarem o e-mail.

Enfim, ela termina assim:

Infelizmente nosso País é visto lá fora como o país dos ladrões... é essa a imagem suja que alguns, alguns não se envergonham de passar.

Ando desiludida com tanta sujeira, e eu, pessoa honesta que sou não conseguir nada... e quem não é está aí se dando bem! O que adianta tantos bons valores?

É uma mulher que estuda, fala três idiomas e fez aqueles concursos, nesse mar de corrupção.

Senador Almeida Lima, eu diria o seguinte: corrupção é o maior motivo de vergonha no País, segundo a Agência Estado. Hoje, Senador Duarte, não é mais o desemprego o que está envergonhando mais o nosso País, é a corrupção.

A corrupção é, para os brasileiros, o principal motivo de vergonha do Brasil, segundo a pesquisa do CNT/Sensus divulgada hoje. O levantamento mostrou que o número de entrevistados que tem orgulho de ser brasileiro subiu de 91,8%, em agosto do ano passado, para 92,5%, em maio deste ano, enquanto os que não se orgulham da nacionalidade diminuíram de 7% para 6,4% [...]

Já a corrupção é o principal destaque entre os motivos para não se ter orgulho do Brasil, com 27,1% das citações [...]

Depois, é o desemprego.

Entendo, Senador Augusto Botelho, que a corrupção é uma doença que assola a Pátria. Senador Ney Maranhão, para onde vamos, levamos a nossa profissão. Como médico, eu quero dizer que a causa, a origem dessa corrupção foi lá em Santo André. Deixaram. Em Santo André, todo mundo sabe. A gloriosa Polícia Federal, vamos deslocar para lá. Senador Almeida Lima, a doença se alastra. Vira endemia. Hoje, vivemos uma epidemia. Como médico, eu entendo, Senador Romeu Tuma, que a CPI seria...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Estamos fazendo as prorrogações. Os três minutos já foram, além de mais dois.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - O coração de V. Exª é grande, mas a corrupção é muito maior. Então, o tempo foi pequeno.

Esse Governo está aí há quase três anos e não a combate. Então, ela se propaga. Aí está: a endemia passa a uma epidemia. Entendo, Senador Almeida Lima, que a CPI é uma vacina de corrupção. Agora, vacina precisa de doses sucessivas. Não teve mais CPI e ela se alastrou.

Eu queria terminar, e as últimas palavras são as seguintes: “Aprovação do Governo cai; a de Lula, também”. Quero dizer aqui, Senador Ney Maranhão, Senador Heráclito Fortes: “Aprovação do Governo cai; a de Lula, também”.

Olha, eu já conheci muito freio: freio em caminhão, em bicicleta, em carro, em avião, até em homem mulher bota. A Adalgisa bota freio em mim? Bota. Mas, em queda política, não conheço freio, não! Vão cair o Governo e o Lula, e, no dia da eleição, eu sei quem vai subir: é a democracia, é o povo do Brasil, com o melhor governo que vamos escolher.