O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, vou sair muito pouco do ponto que interessa ao País.

Primeiro, o tal boom das exportações - peço inclusão nos Anais deste gráfico do IMD - mostra que boom é o da China. No Brasil, o gráfico, Senador Jefferson Péres, aponta para a continuidade. Em algum momento, foi dada a virada. O gráfico indica uma performance brasileira medíocre - ainda medíocre infelizmente.

Em segundo lugar, ouvi uma salada de argumentos que passavam por repetições de frases sobre o econômico já várias vezes proferidas, surradas estatísticas. E a verdade é apenas uma. No econômico: 4,9% de crescimento no ano passado; 0,5% no outro; 5,4% nos dois anos. Já dizem que pode chegar a 8% em três anos. E uma interrogação brutal, a depender do político sim, uma interrogação brutal para 2006. Ou seja, não há crescimento além do que tem sido o dilema do País de não conseguir sustentar altas taxas durante tempos que pudessem propiciar a nosso povo saldos sociais e, à Nação, conquistas econômicas duradouras e efetivas.

Mas, Sr. Presidente, em outro minuto digo, de maneira bem simples, didática e clara, que o Rodoanel é uma grande obra sim. E, mais ainda, não tenho conhecimento de ação da Polícia Federal, nem de quem quer que seja, investigando corrupção no Governo do Sr. Geraldo Alckmin. A tal CPI de Minas, se não saiu, não tem nada a ver nem comigo nem com ninguém desta Casa, até porque não adianta tentarmos forçar uma compreensão diferente da Constituição Federal. Não sou Líder da Oposição na Assembléia Legislativa do Amazonas. E não há Senador algum que possa se arvorar a Líder de Deputados Estaduais. Isso deve ser feito por quem é Deputado Estadual. Mas, muito bem, em Minas Gerais se discutia se o Governador Aécio Neves teria aplicado ou não 12% em educação. O caso dos Correios é roubo! Está se discutindo roubo! No caso Waldomiro Diniz, discute-se roubo! No caso de Santo André, discute-se roubo e assassinato! Nós discutimos a presença de pessoas envolvidas nesses esquemas todos, na proximidade - para ser tautológico, repetitivo - mais próxima do centro do poder. Disse e vou repetir: não falo como inimigo. Neste momento, falo como adversário, até porque foi essa a imposição das urnas. Afirmo que falta a lealdade de aliados do Presidente Lula em relação a Sua Excelência. É preciso que digam ao Presidente que seu Governo está se desmoralizando, a cada momento. Sua Excelência poderá dizer: “Eu, Lula, quero deixar meu Governo se desmoralizar”. É seu direito. Teremos que voltar à tribuna para dizer, então, que, lamentavelmente, temos um Presidente que causa esse tipo de instabilidade.

Traçar cenários panglossianos, de otimismo desvairado, de delírios ambulantes, não faz bem à saúde do Governo. E eu não estaria tão preocupado, Senadora Heloísa Helena, se não estivesse em jogo a saúde da Nação, a saúde da democracia do País.

Não se trata, hoje - é esta minha opinião -, de discutir o Governo passado, se o vereador da comunidade não sei de onde está indo bem ou mal, se é preciso fazer uma CPI na Assembléia do Amazonas ou de Minas Gerais. Estamos discutindo, hoje, que não há um exercício efetivo do comando, da liderança, pelo Presidente da República. O Brasil está, a meu ver, desgovernado porque não surgiu no Presidente, até agora, a energia, a competência e a organização para comandar sua equipe de Governo. Melhor ainda, para trocá-la por outra mais competente, dando ao seu Ministério o caráter do binômio “competência e probidade”, inquestionável aos olhos da Nação. Isso devolveria o respeito à figura do Presidente. Devolveria a Sua Excelência até a chance de disputar eleições. E eu não falei em eleição. Vi a pesquisa. O resultado eleitoral, Senador Jefferson Péres, é pífio. O Presidente já não consegue mais chegar a 40%. Corre sozinho. Antigamente, Sua Excelência concorria com a Senhora do Destino, agora está perdendo para a Sol, de América, que dá um Ibope muito maior. O Presidente não tem mais 40% contra candidatos que não são candidatos. Sua Excelência não tem mais 40%, e deveria ter 65%, 70%, Sr. Presidente, ...

(Interrupção do som.)

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) ...se estivesse, pura e simplesmente, governando a Nação com serenidade e até aproveitando o clima de favoritismo que cerca quem se candidata a uma reeleição no País. Sua Excelência acaba pondo em risco a reeleição, acaba perdendo a eleição. E não fui eu quem primeiro falou em eleição aqui. Ao contrário, quero que saibamos fazer o País transitar de maneira pacífica para a eleição. Quem vai ganhar não importa. Quero que o Presidente Lula entregue o País para seu sucessor de maneira melhor do que encontrou, e que seu sucessor entregue o País melhor do que encontrou, quando o recebeu de seu antecessor. Não quero discutir aqui surradas estatísticas. Temos que saber se o Presidente Lula é capaz de dar uma virada e de deter a escalada de roubo, de permissividade e de desrespeito à coisa pública que está acontecendo e que já começa a ser percebida por amplíssimos setores da opinião pública do País.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso i e § 2º, do Regimento Interno)

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Matéria referida: gráfico do IMD