Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise a atuação do Governador Ivo Cassol, de Rondônia.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Análise a atuação do Governador Ivo Cassol, de Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2005 - Página 15097
Assunto
Outros > ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DEMORA, GOVERNADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO), DIVULGAÇÃO, PROVA, CHANTAGEM, DEPUTADO ESTADUAL, DEFESA, ORADOR, INVESTIGAÇÃO, APOIO, CRIAÇÃO, COMISSÃO EXTERNA, SENADO, REITERAÇÃO, QUESTIONAMENTO, EXPANSÃO, CORRUPÇÃO, AMBITO, ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tem completa razão o Líder Aloizio Mercadante ao se referir a um dever não cumprido pelo Governador Ivo Cassol. S. Exª se refere ao fato de que, tomando conhecimento da proposta escabrosa dos Deputados, o Governador não tenha tomado providências imediatamente. A questão nos levou à tribuna quando o Presidente Lula, em um de seus arroubos, disse que tomara conhecimento de corrupção no Governo passado e, em nome não sei de que, não providenciara uma investigação pronta e clara.

É sempre muito bom buscarmos algumas lembranças. Não há ninguém aqui sofrendo de falta de memória

Mas vou ser muito claro, Sr. Presidente: não estou aqui para defender o Governador Cassol, não. Se o Governador Cassol for o que diz a Senadora, eu peço a expulsão dele do Partido. Não quero transformá-lo em réu daquele processo que eu vi na televisão, porque a única que eu sei lá, de verdade: naquele processo, havia deputados propineiros pedindo ao Governador mesada - portanto, dinheiro público - para votarem matérias de interesse do Estado.

O Governador se recusou, não denunciou logo. Foi um fato grave esse, mas o Governador, em algum momento, mostrou a podridão que reina ali. Ou seja, digamos que o Governador não mereça punição. Vamos constatar isso. Digamos que ele mereça. A punição tem que sair por alguma via que não seja aquela Assembléia apodrecida de lá. E não eram base do Governador aqueles que pediam a ele mesada para apoiá-lo, até porque se alguém é base de alguém não pede mesada para apoiá-lo; e, se alguém acha que alguém que é base de alguém pede mesada para apoiar, fica-se dando crédito à idéia de que tem mesada correndo hoje aqui no Governo Federal, conforme fartamente denuncia a revista Veja já de algum tempo para cá.

            Portanto, nós não temos como partir para a universalidade. Diz Tolstoi que sempre que quisermos cantar o mundo, basta cantar a própria aldeia. Eu peço cautela, concordo com a confecção de uma equilibrada comissão externa do Senado Federal. Eu tenho a maior curiosidade de saber o que representa de fato a gestão do Sr. Ivo Cassol. Sem dúvida alguma, imagino que as pessoas flagradas naquele episódio têm moral talvez para renunciar aos seus próprios mandatos e jamais para punir a quem quer que seja.

Mas estou disposto até a integrar essa comissão. Já me ofereço, de início, para integrar essa comissão e ver in loco os fatos para que possamos propor algo que não seja partidário, grupista, mas que seja justo e universal para o povo de Rondônia, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2005 - Página 15097