Discurso durante a 88ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reivindicação de recursos para setores do agronegócio atingidos por dificuldades econômicas.

Autor
Jonas Pinheiro (PFL - Partido da Frente Liberal/MT)
Nome completo: Jonas Pinheiro da Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Reivindicação de recursos para setores do agronegócio atingidos por dificuldades econômicas.
Publicação
Publicação no DSF de 23/06/2005 - Página 20594
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, CRISE, PRODUTOR RURAL, RESULTADO, DESEQUILIBRIO, DESPESA, RECEITA, AUMENTO, JUROS, IMPOSTOS, CUSTO DE PRODUÇÃO, OCORRENCIA, SECA, EXCESSO, CHUVA, EPOCA, COLHEITA, REDUÇÃO, COTAÇÃO, DOLAR, PROVOCAÇÃO, INFERIORIDADE, PREÇO, VENDA, PRODUTO AGRICOLA.
  • SOLICITAÇÃO, APOIO, GOVERNO, ENTENDIMENTO, INICIATIVA PRIVADA, FORNECEDOR, INSUMO, PRODUTOR, GARANTIA, UTILIZAÇÃO, DINHEIRO, FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR (FAT), EMPRESTIMO, PARCELA, DIVIDA, POSSIBILIDADE, AGRICULTOR, CONTINUAÇÃO, LAVOURA.
  • APREENSÃO, RESULTADO, REUNIÃO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), PRESENÇA, MINISTRO DE ESTADO, SECRETARIO EXECUTIVO, ORADOR, REPRESENTAÇÃO, COMISSÃO DE AGRICULTURA, SENADO, COMISSÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, AUSENCIA, ABERTURA, GOVERNO, NEGOCIAÇÃO, PRODUTOR RURAL.
  • INFORMAÇÃO, REALIZAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), MARCHA, PRODUTOR RURAL, BRASIL, UTILIZAÇÃO, TRATOR, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, CONCLAMAÇÃO, GOVERNO, SOLUÇÃO, PROBLEMA, AGRICULTURA.

O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, já levantamos o problema, em várias oportunidades, sobre o que poderia acontecer com a agricultura, com o agronegócio no Brasil. Infelizmente, a situação é muito pior do que aquilo que estávamos prevendo.

O produtor rural não paga a conta com esse desequilíbrio que houve entre a despesa e a receita. A despesa, de um lado da balança, inclui juros altos, impostos e custo de produção elevadíssimos. E ainda tivemos a conseqüência desagradável devido ao tempo: seca em boa parte do País, sobretudo no Sul, chuvas em determinados pontos do País na época da colheita, e, no caso da soja, ainda houve a influência danosa da ferrugem asiática.

Por outro lado, o lado da receita, tivemos preço baixo em todo o mundo. E, pior do que o preço baixo em todo o mundo, a conseqüência dessa política econômica do Governo, que fez com que a cotação do dólar hoje fosse muito diferente daquela da época do plantio. Plantou-se uma lavoura com o dólar a R$3,20 e hoje se vai vender o produto dessa lavoura com o dólar a apenas R$2,40. Não há, portanto, como fechar.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos lutando com o Governo Federal, de forma incansável, para que o Tesouro não venha a tirar qualquer recurso do seu caixa. Estamos querendo apenas o apoio do Governo para o entendimento entre a iniciativa privada, os fornecedores de insumo e os produtores, no sentido de que seja utilizado dinheiro do FAT, que está à disposição para essa negociação, para que a parcela da dívida deste ano seja emprestada ao produtor, que ficará devendo esse recurso do FAT, mas que quer ter a possibilidade de continuar plantando no próximo ano.

Mas o Governo não está abrindo nenhuma hipótese de negociação.

Ainda ontem, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, houve uma reunião no Ministério da Agricultura, com a presença da Comissão da Agricultura da Câmara, com a minha presença, representando a Comissão de Agricultura do Senado, com o Secretário-Executivo, Dr. Murilo Portugal, com a presença do Ministro da Agricultura...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT) - ...e do Ministro Antonio Palocci. Saímos de lá muito mais preocupados do que quando entramos, porque não vimos abertura para fazer essa negociação.

Sr. Presidente, só para V. Exª ter uma idéia, a Esalq tem publicado o preço do boi gordo a R$52,00 a arrouba, em São Paulo. Esse era o preço de dez anos atrás, quando, nesse período, tivemos uma inflação de 183%. Portanto, não fecha a conta também dos pecuaristas.

Por último, quero anunciar à Casa, já que a Câmara fez isso...

(Interrupção no som.)

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Senador Jonas Pinheiro, vou prorrogar o tempo de V. Exª por dois minutos para que possa terminar o seu discurso.

O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Nos dias 28, 29 e 30 deste mês, como última medida, os produtores rurais do Brasil farão um movimento em Brasília. Entrará na cidade uma caravana de mais de mil tratores para chamar a atenção desta República. Cerca de vinte mil produtores rurais vão se reunir para clamar para que o Governo os escute e resolva esse problema no ano de 2005. Esperamos que, em 2006, esta situação esteja melhor disciplinada, a favor do Brasil.

Se não houver entendimento do Governo, o que vai acontecer, Sr. Presidente? Haverá desemprego generalizado, como já está ocorrendo, falta de alimento, queda nas exportações e, com certeza, toda cidade brasileira que depende, direta ou indiretamente, do setor agrícola ficará penalizada.

Esta é a situação que estamos antevendo, de forma muito clara, já para esses próximos dias, eu diria até para as próximas horas, se não dermos um atendimento ao agricultor. Eles estão pedindo apenas a possibilidade de continuarem trabalhando, contribuindo com o Brasil e criando suas famílias.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR JONAS PINHEIRO.

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/06/2005 - Página 20594