O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Pela Liderança do PT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu também gostaria, sim, de pensar um pouco, refletir junto com os Senadores e com a sociedade a respeito das dificuldades pelas quais o Brasil vem passando no momento.

Se pensarmos no combate à corrupção, eu diria que esse tem que ser o objetivo não só de um Partido político, mas de toda a sociedade brasileira. Se falarmos com qualquer setor da sociedade, o povo, por unanimidade, vai dizer que o combate à corrupção é prioritário. Ele tem que acontecer. É o dinheiro que está faltando, faltam políticas públicas para a cidadania, para que os direitos sejam assegurados à criança, ao idoso, ao menino de rua, falta educação, saúde, trabalho. São muitas as necessidades que o Brasil tem; faltam recursos por diversos fatores, entre eles a corrupção.

Temos que analisar também que, no Governo atual, muitas coisas estão sendo enfatizadas de uma maneira boa, correta. Se olharmos o trabalho da Procuradoria-Geral da República, do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles, de todo o grupo do Ministério Público Federal e também do Ministério Público do Trabalho, veremos que estão fazendo um trabalho efetivo e do qual temos que nos orgulhar, sem dúvida alguma. Isso é positivo.

Também é positivo o sorteio que faz a Controladoria-Geral da União para selecionar os Municípios sobre os quais deve recair um exame sobre a correção das verbas públicas aplicadas neles. Isso começou no Governo passado e foi consolidado neste, podendo melhorar muito mais ainda.

O trabalho da Polícia Federal, com dezenas de operações no Brasil, é também algo bom, pois a corrupção vem sendo combatida, não apenas no meio político, no Legislativo, mas também no Executivo, na própria Polícia Federal, no Judiciário, entre os empresários. A situação mudou, e vem mudando também o próprio conceito que a sociedade faz dessas iniciativas todas.

Surgiram problemas com um enfoque que envolve diretamente parlamentares e partidos políticos. Sem dúvida alguma, eu diria, esses fatos devem ser esclarecidos à sociedade e investigados até o fim. Há apenas um caminho, uma solução: investigar os acontecimentos, completa e totalmente, de forma transparente, para que toda a sociedade saiba que tudo foi feito de maneira adequada.

Quero abordar três aspectos em relação a todos esses fatos. O que podemos fazer para contribuir e proporcionar o clima de tranqüilidade e segurança que o País merece, inclusive para o povo saber em que sentido devemos enfatizar a nossa caminhada? O primeiro aspecto refere-se ao fato de que o Maurício Marinho não apresenta provas, não faz isso nem faz aquilo.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Houve uma confusão tremenda na CPMI. Isso pode estar ocorrendo, mas o objetivo daquela Comissão é deixar tudo claro. Esses depoimentos e tantos outros que já foram aprovados devem deixar tudo absolutamente transparente. Se alguém fizer uma declaração falsa, que seja punido. Aqueles que forem indicados, caso tenham culpa demonstrada, também devem ser punidos.

Houve fatos importantes na CPI, Sr. Presidente. Ontem, a manifestação do Senador César Borges, do PFL, e a do Senador Pedro Simon foram no sentido de assegurar para a sociedade que aquela questão de CPI chapa-branca não estava ocorrendo. O próprio Senador César Borges, que concorreu com o Senador Delcídio Amaral...

(Interrupção do som.)

O SR. FLÁVIO ARNS (PT - PR) - ... apontando, Sr. Presidente, no sentido de mostrar a transparência dos trabalhos.

Mas poderíamos ir adiante ainda. Devemos acabar com essa discussão de que se está tentando aplicar um golpe no Brasil. Falo como parlamentar do PT. O que todos temos que querer é transparência.

Vejo o Presidente do PSDB Nacional, o Senador Eduardo Azeredo, meu amigo de longos anos. Nenhum de nós jamais imaginaria o Presidente do PSDB, uma pessoa correta e valorosa, que pensa no Brasil, planejando qualquer tipo de golpe para o País. Eu fazia este comentário agora há pouco: é necessário parar com essa conversa.

O mesmo ocorre em relação ao Senador Jorge Bornhausen, que já prestou tantos serviços ao Brasil.

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Leonel Pavan. PSDB - SC) - Senador Flávio Arns, concedo mais um minuto a V. Exª para concluir.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - O Senador Jorge Bornhausen já conduziu tantos trabalhos adequados e corretos para o Brasil, como Senador e Governador. Trata-se de pessoa que atua com as Apaes no Brasil inteiro e respeita os movimentos sociais. S. Exª está longe de pensar em termos de golpe. Ao contrário, todos temos o desejo de que tudo seja apurado. Há que ser apurado e não há outra solução. O esforço deve ser nessa direção.

Causa ainda muita discussão a questão de o nosso Presidente Lula ter sido um operário que veio da área sindical. Foi ótimo. Mostrou que o Brasil é maduro. Vamos parar com essa discussão também de que haveria setores da sociedade que estariam com inveja desse fato. Nós, do PT, temos que responder às demandas, às necessidades do Brasil e principalmente da transparência.

Muito obrigado, Sr. Presidente.