Discurso durante a 124ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários a declarações do cientista político César Benjamin, em entrevista concedida ao jornalista Cabrini da Rede Bandeirantes de TV.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. LEGISLATIVO.:
  • Comentários a declarações do cientista político César Benjamin, em entrevista concedida ao jornalista Cabrini da Rede Bandeirantes de TV.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2005 - Página 26189
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. LEGISLATIVO.
Indexação
  • COMENTARIO, ENTREVISTA, CIENTISTA POLITICO, EMISSORA, TELEVISÃO, DECLARAÇÃO, FRUSTRAÇÃO, FALTA, ETICA, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REGULARIDADE, UTILIZAÇÃO, TRANSAÇÃO ILICITA, FINANCIAMENTO, DESPESA, FILIAÇÃO PARTIDARIA, CAMPANHA ELEITORAL, PERIODO, FUNDAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, EVOLUÇÃO, ATUALIDADE.
  • IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, SOLUÇÃO, CRISE, NATUREZA POLITICA, PAIS.
  • NECESSIDADE, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CONVOCAÇÃO, CIENTISTA POLITICO, DEPOIMENTO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Jorge Bornhausen, grande líder aqui das oposições no Brasil, Petrônio Portela, estadista do Piauí, que presidiu esta Casa, em momento difícil, quando foi fechada por Geisel, disse: “Este é o dia mais feio da minha vida”. Ele disse também que só não muda quem se demite do direito de pensar, Senador Paulo Paim.

E, realmente, quero dizer a esta Casa que nós tínhamos um pensamento benevolente para com o Presidente, no qual nós - como 53 milhões - votamos, com aquela história de que a esperança venceria o medo. Mas, agora, o que nós sabemos é que a corrupção afogou a esperança. Senador Paulo Paim, isso é muito grave.

Assisti, mais ou menos à meia-noite, Senador Agripino, a um programa de televisão da Rede Bandeirantes, domingo, com o jornalista Cabrini - conhecido. Ao chegar à Capital liguei a TV e ouvi Francisco Welfort dizer algumas palavras, e ele era apresentado como cientista político. Senador Agripino, o jornalista Cabrini indagava se ele tinha se decepcionado com o PT em 1995 e com Lula.

Então, César Benjamin, pessoa simpática, educada, culta, disse: “Não, em 1989, eu ajudei a fazer a campanha”. Foi do marketing da campanha. E chegamos à conclusão de que ele tinha que ser enérgico diante de acusações da Globo, naquela campanha contra o ex-Presidente Fernando Collor de Mello, de aborto. Aí, quando fizemos um texto, ele disse: “Não, eu não vou ficar contra a Globo”. Então, César Benjamin disse: “Eu passei, então, a meditar sobre ele e achei, naquele instante, que Luiz Inácio Lula da Silva era um homem fraco de caráter”. Eu não o conheço, não sou do PT, graças a Deus.

Mas ele continuou e disse o seguinte: “Que em 1990 isso existia”. Primeiro, os sindicalistas invadiram o FAT. Tiravam o dinheiro do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador - para ajudar o PT. Depois, esses fundos de pensão - a Previ, do Banco do Brasil; o da Petrobrás; o da Caixa Econômica -, depois das prefeiturinhas, como a de Santo André. Esses eram os da intimidade do Lula; não era o diretório do Partido. V. Exª é abençoado por Deus, Senador Paulo Paim, que somente entrou em 95, e isso começou antes, segundo ele.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Eu entrei em 1985.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - E ele disse que contestava isso. Atentai à gravidade! Que isso era contra os princípios da filosofia da esquerda, do socialismo, mas não era ouvido. E disse César Benjamin, Senador José Agripino, que em 94 Lula usou esses recursos para se reeleger no PT, que estava em dificuldade. E disse mais: elegia também o seu grupo da CUT e que esse grupo é que era da intimidade. Ele continuou com a sua tese e ficou decepcionado ao ver que não era ouvido em uma assembléia, em 1995, então, saiu. Foi quando V. Exª, Senador Paim, entrou. Quer dizer, Senador José Agripino, é antiga, é desde 1989. Eles eram useiro e vezeiro.

Petrônio Portella disse: “Só não muda quem se demite do direito de pensar”. Eu mudei. E acho que o País tem que analisar com mais severidade a fraqueza de caráter que César Benjamim começou a observar.

O Senado está aqui. O País está calmo. Senador Sérgio Cabral, que é do meu PMDB, o PMDB dos autênticos, que aqui existiu e redemocratizou, nós estamos aqui a exigir que este Senado cumpra com fidelidade aquilo que, ao longo dos 181 anos, ele, pelo menos dos males o menor, não permitiu: uma guerra civil. Nós vimos cair Presidente que chegou ao suicídio...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ... Presidente puro e honrado, como Getúlio Vargas; outro, que espontaneamente renunciou; Presidente que saiu por insanidade mental na História do Brasil; Presidente que saiu pelos canhões; Presidente que saiu pelo Congresso. Agora, o que não podemos perder, Senador Paim, é a esperança. Não podemos deixá-la morrer afogada na corrupção. Essa é a nossa advertência.

Queremos também pedir às Comissões que estão aí e que buscam a verdade que ouçam o jornalista, cientista político, fundador do PT, César Benjamim, que disse, em 1989, que achava o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva homem de fraco caráter. E nós precisamos de um Presidente da República de forte caráter, para guiar o forte povo do Brasil a melhores dias.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2005 - Página 26189