Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise dos acontecimentos nas CPIs dos Correios e Mensalão.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA.:
  • Análise dos acontecimentos nas CPIs dos Correios e Mensalão.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2005 - Página 27192
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA.
Indexação
  • PARTICIPAÇÃO, ORADOR, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), MESADA, ANALISE, DIFICULDADE, TRABALHO, INDICAÇÃO, PRESIDENTE, RELATOR, APREENSÃO, ALTERAÇÃO, DOCUMENTO, ORIGEM, BANCO PARTICULAR, DIVULGAÇÃO, DEPUTADO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), RELAÇÃO, NOME, CONGRESSISTA, RECEBIMENTO, PROPINA.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, VICE-PRESIDENTE, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA, ENCONTRO, PUBLICITARIO, ACUSADO, NECESSIDADE, ESCLARECIMENTOS, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DEFESA, GARANTIA, INVESTIGAÇÃO.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sou membro titular das duas Comissões, a CPMI dos Correios e a CPMI da Compra de Votos - do Mensalão - e posso testemunhar que a montagem dessas duas Comissões foi marcada por uma forte tensão.

Num primeiro momento, dizia-se - e dizia-se com justeza, desconfiança - que a eleição do Senador Delcídio Amaral para Presidente, do Senador Maguito Vilela para Vice-Presidente e a indicação do Relator, Deputado Osmar Serraglio, seriam a marca de uma CPI “chapa branca”. Revelou-se exatamente o contrário, e hoje acredito que é unanimidade nesta Casa a opinião sobre o trabalho que está sendo conduzido com muita seriedade. O Brasil inteiro tem acompanhado de perto, tanto é que até a audiência da TV Senado subiu bastante diante da expectativa de ver o resultado dessa situação.

Sr. Presidente, sou membro do PT e sinto que nós temos dois problemas muito fortes para resolver. Um deles é dar essa contribuição ao Brasil, da elucidação dos fatos, e a outra é o desgosto de sentir na pele o que está acontecendo.

A montagem da segunda CPI também recrudesceu essas animosidades, e eu queria reproduzir algumas. Tão logo foi escolhido o Deputado Ibrahim Abi-Ackel para Relator, de imediato apareceu o nome do Deputado como um dos beneficiários de Marcos Valério. Eu não sei de onde partiu a idéia, mas estava lá, como se fosse um recado para S. Exª.

Em seguida, tivemos o problema dos documentos que chegam até a CPMI dos Correios, os documentos do Banco Rural, que qualquer leigo no assunto - e eu tive oportunidade de ver os documentos - podia perceber claramente que estavam sendo alterados, que tinham chegado à Comissão de forma alterada. Dava para observar que os documentos tinham sido desgrampeados e que alguns papéis tinhas sido trocados e outros, quem sabe. até sumido. Parece-me que estão sendo periciados, agora, pela Polícia Federal, que, provavelmente, deve comprovar isso. Solicito que esta CPI forme uma comissão para ir ao Banco Rural para tirar a limpo essa situação.

Sr. Presidente, o Deputado, Líder do PFL na Câmara, divulgou para a imprensa uma versão da lista de nomes que depois não se configurou, o que criou uma animosidade muito forte. E não houve de nossa parte nenhum tipo de crucificação para cima do Deputado, até porque, pessoalmente, nós acreditamos na sua segunda versão, quando explicou por que aquilo aconteceu.

Sr. Presidente, há um outro problema. Quero dizer que, se no afã de prestar um serviço, o Deputado Paulo Pimenta tivesse apresentado uma lista, mesmo que apócrifa, naquele momento, diriam que era uma troca de tiros entre uma pessoa muito animada da Oposição e uma pessoa muito animada do lado do PT.

Mas é realmente muito ruim estarmos tratando aqui do fato de o Deputado ter entrado no carro do Marcos Valério. A CPMI durou ontem, se não me engano, 14 horas, ouvindo o Marcos Valério e, reiteradas vezes, perguntou-se a ele se havia uma segunda lista. E ele, reiteradas vezes, disse que não a possuía, que imaginava que havia outros nomes, mas que não podia citá-los porque não tinha nenhuma comprovação. E aí houve o encontro na garagem. Sobre esse gesto é que eu acho que a penalização, o descrédito do Deputado foi muito forte, deixando todos nós...

Mas o que eu preciso assegurar nesta Casa, a todos os Parlamentares, é que a orientação não houve, Sr. Presidente. Não se pode imputar isso a nós. Do contrário, eu seria obrigado a acreditar que o Deputado Rodrigo Maia estaria orientado pelo PFL para tomar aquela atitude, o que eu não acredito.

Nesse sentido, acho que a minha Bancada, o meu Partido deve, sim, uma satisfação sobre o fato. E acredito que a Comissão e a própria Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados vai tomar a posição cabível neste momento para que se elucidem os fatos.

Mas, de nossa parte, quero garantir que a investigação siga em frente, Sr. Presidente, sem nenhum prejuízo, porque é isso o que a sociedade quer, e é isso o que o Congresso deve a toda a sociedade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2005 - Página 27192