Pronunciamento de Eduardo Azeredo em 23/08/2005
Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro do editorial de capa do jornal Estado de Minas, do dia 7 de agosto próximo passado, intitulado "Em defesa de Minas".
- Autor
- Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
- Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Registro do editorial de capa do jornal Estado de Minas, do dia 7 de agosto próximo passado, intitulado "Em defesa de Minas".
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/08/2005 - Página 28826
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
-
- COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, EDITORIAL, JORNAL, ESTADO DE MINAS, EXCESSO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REGISTRO, TRADIÇÃO, POLITICO, REGIÃO, PARTICIPAÇÃO, POLITICA NACIONAL.
O SR. EDUARDO AZEREDO - (MIN - PSDB) Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores: venho hoje a esta Tribuna para com especial orgulho registrar o Editorial de Capa do Jornal Estado de Minas, em sua edição domingueira de 7 de agosto próximo passado.
Intitulado “Em defesa de Minas”, registra que “Na avalanche de denúncias que há dois meses escandaliza o País, Minas Gerais tem sido citada com indesejável freqüência.”
Afirma que as acusações, embora reais, passam ao largo da verdade dos fatos, a de que as atividades e os recursos envolvidos vem de todos lugares do país e até fora dele.
Por outro lado chama a atenção sobre a tradição que Minas tem na política. Cita a galeria de mineiros que militaram na política brasileira em todos os partidos, como Milton Campos, Gabriel Passos, Bias Fortes, Bilac Pinto, Israel Pinheiro, Pedro Aleixo, Aureliano Chaves, o velho Antônio Carlos, Afonso Arinos e outros tantos.
Naturalmente ressalta: “Antes de Brasília, o desenvolvimento do País se limitava ao litoral. JK, primeiro presidente civil a completar o mandato depois da Revolução de 30, desbravou o Oeste, varreu o atraso, uniu os dois Brasis. Foi o bandeirante do século XX.”
E encerra com o ensinamento de Tancredo Neves, “de que se pode buscar o ponto de convergência sem abrir mão dos princípios democráticos.”
Sr. Presidente, para que conste dos anais do Senado Federal, requeiro que o artigo acima citado seja considerado parte integrante deste pronunciamento.
Era o que eu tinha dizer.
Muito obrigado!
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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO AZEREDO EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matérias referidas:
“EDITORIAL Estado de Minas - Domingo, 07 08 2005 - Capa”
“Em defesa de Minas.”
Na avalanche de denúncias que há dois meses escandaliza o País, Minas Gerais tem sido citada com indesejável freqüência.
Associa-se o Estado à corrupção instalada no Brasil que movimenta milhões de reais para a compra de apoios ao governo e outros fins também questionáveis.
Nada mais injusto.
O vínculo se deve a Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema conhecido como mensalão. Por que o elo? Porque ele é sócio recente das antigas agências DNA e SMPB, localizadas em Belo Horizonte. Só. Faz-se uma generalização injusta - como muitos fazem em relação a Brasília.
Marcos Valério não representa Minas.
Não tem cargo ou mandato no Estado.
Por acaso, dirige empresas cujas sedes estão nesta capital. Poderiam estar em São Paulo, Rio, Porto Alegre. Ademais, o Sr. Marcos Valério é repassador dos recursos.
De onde eles vieram? Dinheiro não nasce em árvore. A sociedade brasileira tem o direito de saber a verdade.
Minas está acima desse mar de denúncias.
A maior parte dos suspeitos vem de outros estados. A origem de um e outro, porém, longe está de contaminar a população.
E que os culpados pelos desmandos com o dinheiro público sejam exemplarmente punidos.
Minas tem tradição na política. A galeria de mineiros que dignifica a política brasileira não tem fim. Milton Campos, Gabriel Passos, Bias Fortes, Bilac Pinto, Israel Pinheiro, Pedro Aleixo, Aureliano Chaves, o velho Antônio Carlos e tantos e tantos outros contribuíram de forma substantiva na construção nacional. Não há período na História do Brasil sem presença mineira marcante.
Este ano, comemora-se o centenário de Afonso Arinos, homem de cultura enciclopédica que uniu a política à intelectualidade.
Tancredo, radical na moderação, fez escola. Ensinou que se pode
buscar o ponto de convergência sem abrir mão dos princípios democráticos.
Com talento, inteligência e dignidade, foi o principal artífice da redemocratização do País.
Juscelino mudou a geografia nacional.
Antes de Brasília, o desenvolvimento do País se limitava ao litoral. JK, primeiro presidente civil a completar o mandato depois da Revolução de 30, desbravou o Oeste, varreu o atraso, uniu os dois Brasis. Foi o bandeirante do século XX.
Hoje, Minas dá exemplo às demais unidades da Federação. Graças ao choque de gestão implantado, é o único Estado que não só zerou o déficit público, mas apresenta superávit. De julho de 2003 a julho de 2004, o PIB cresceu mais que a média nacional - 1,83% contra 1,67%. A agropecuária e o setor de serviços também: 11,70% contra 5,68% e 3,17% contra 2,82%.
Minas atrai investimentos nacionais e estrangeiros. A balança comercial ocupa o 1º lugar no ranking brasileiro. Responde por 20,7% do saldo comercial do País.
A indústria é a que mais emprega proporcionalmente na Federação. O ensino melhora. É o desenvolvimento sustentado que finalmente finca raízes no Estado.
Constitui, pois, tentativa inócua e primária misturar a política mineira com a república de Delúbios ou Sílvios Pereira.
O berço de Tiradentes deu à luz grandes nomes - homens íntegros e honestos -, que engrandecem o Brasil, na situação e na oposição.