Discurso durante a 153ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários relativos aos resultados da avaliação do Dieese sobre os acordos para reajustes salariais. Destaque para o Estado de Santa Catarina que conseguiu o melhor desempenho nas negociações salariais em todo o país. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SALARIAL. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Comentários relativos aos resultados da avaliação do Dieese sobre os acordos para reajustes salariais. Destaque para o Estado de Santa Catarina que conseguiu o melhor desempenho nas negociações salariais em todo o país. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 07/09/2005 - Página 30345
Assunto
Outros > POLITICA SALARIAL. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, AVALIAÇÃO, DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATISTICA E ESTUDOS SOCIO ECONOMICOS (DIEESE), EFICACIA, ACORDO, REAJUSTE, SALARIO, INDUSTRIA, COMERCIO, APRESENTAÇÃO, DADOS, ELOGIO, ORADOR, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, TRABALHADOR, EMPRESARIO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), NEGOCIAÇÃO, REAJUSTE, SALARIO, COMENTARIO, EFICACIA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, REGIÃO.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pela Liderança do PT. Sem revisão da oradora.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores e, de forma especial, Senador Paulo Paim - imagino que V. Exª também vai tratar do assunto que trago à tribuna -, está nos principais jornais de hoje o resultado da avaliação do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos - a respeito dos acordos salariais. Os dados do Dieese são extremamente positivos:

Os reajustes salariais negociados no primeiro semestre deste ano tiveram o melhor resultado dos últimos dez anos de acompanhamento dos acordos e convenções coletivas. Levantamento nacional divulgado ontem pelo Dieese mostra que 84% dos acordos e convenções firmados no período garantiram reajustes iguais ou superiores à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurados pelo IBGE nos 12 meses anteriores à cada data base.

(...)

Resultados

Os trabalhadores da indústria foram os que conseguiram os melhores resultados - 78% tiveram reajuste acima da inflação.

No comércio, o percentual foi de 73% e, no setor de serviços, de 53%.

(...)

O levantamento ainda mostra queda no parcelamento dos reajustes, usado em apenas 5% dos acordos, ante 8% no ano passado. Também diminuíram as ocorrências de reajustes escalonados (caracterizados por diferenciação de índices, conforme a faixa salarial), de 11% para 7%. A concessão de abonos correspondeu a menos de 4%, ante 8% [obtidos nos levantamentos do ano passado].

Senador Paulo Paim, não vim à tribuna apenas para falar dos resultados nacionais, que são extremamente positivos. Vim à tribuna na segunda-feira e estive aqui na sexta-feira também, trazendo os números positivos. A crise política pode ser muito grave, mas o resultado das ações do Governo está sendo extremamente benéfico para a população.

Portanto, o resultado dos melhores acordos salariais, dos melhores reajustes obtidos pelas categorias nos acordos salariais dos últimos dez anos, significa melhoria na qualidade de vida, melhor salário e melhores condições de trabalho para os brasileiros.

Mas o que me traz à tribuna - e eu não poderia deixar de vir aqui para trazer estes dados - é o fato de que o Estado de Santa Catarina, entre todos os Estados brasileiros, foi o que teve o melhor nível de reajuste. Santa Catarina liderou em nível nacional. A reposição da inflação foi concedida a 98,8% de todas as negociações no primeiro semestre. Ou seja, os trabalhadores catarinenses conseguiram o melhor desempenho nas negociações salariais, no primeiro semestre, em todo o País. Oitenta, das 81 negociações, receberam reposição salarial, a maioria acima da inflação.

É muito importante que eu traga esses dados, porque, em Santa Catarina, há uma economia diversificada, regionalizada, com forte estrutura industrial, agroindustrial, de indústria de ponta, de exportação e de atendimento ao mercado interno. Portanto, exatamente porque consegue manter essa alocação de pólos industriais e agroindustriais - um modelo que defendo, de forma bastante enfática, para todo o Brasil -, essa diversidade econômica, regional, de produtos e de inserção internacional e nacional, talvez seja Santa Catarina o Estado que apresenta melhor resultado em termos de negociações salariais. É muito importante salientar que a quase totalidade das negociações salariais no primeiro semestre, em Santa Catarina, garantiu essa reposição superior à inflação. Foi identificado pelos diretores da Fiesc e pelos nossos empresários que isso foi fruto inconteste da expectativa de maior crescimento econômico no segundo semestre e da possível redução da taxa Selic, já a partir deste mês.

Isso fez com que as negociações tivessem esse saldo positivo. Não somente pelo bom resultado da economia, que, em Santa Catarina, manteve um crescimento significativo, mas pela sinalização dos empresários de perspectiva positiva para o segundo semestre, com possibilidade de redução da taxa Selic. Inclusive, foi apontada, na semana passada, uma perspectiva de melhora significativa do PIB no segundo semestre, o que fez com que as negociações fossem movidas por essa potencialidade de repasse, para os trabalhadores, do ganho da economia. Além disso, tradicionalmente, na segunda metade do ano ocorrem as vendas de Natal, com aumento de empregos e, conseqüentemente, maior crescimento industrial.

Então, o aumento do PIB e a tendência de queda da inflação indicam que as negociações do segundo semestre poderão ser ainda melhores. Se, no primeiro semestre, de 81 negociações, 80 foram extremamente favoráveis aos trabalhadores em Santa Catarina, no segundo semestre os dados poderão ser ainda mais favoráveis.

Senador Paulo Paim, fiz questão de me referendar em V. Exª para fazer esses anúncios. Espero que o Rio Grande do Sul possa-se emparelhar a Santa Catarina e tenhamos a comemorar, no final do segundo semestre de 2005, dados ainda mais positivos para os trabalhadores brasileiros e, de forma muito especial, para os dos nossos respectivos Estados.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/09/2005 - Página 30345