Discurso durante a 161ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apelo pela adoção de medidas destinadas à ampla averiguação das denúncias relacionadas à corrupção no atual Governo.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Apelo pela adoção de medidas destinadas à ampla averiguação das denúncias relacionadas à corrupção no atual Governo.
Aparteantes
Heloísa Helena, Ney Suassuna.
Publicação
Publicação no DSF de 20/09/2005 - Página 31310
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, CRISE, POLITICA NACIONAL, CORRUPÇÃO, EXPECTATIVA, LONGO PRAZO, TRANSFORMAÇÃO, BRASIL, SEMELHANÇA, TRATAMENTO, DOENÇA, CONCLAMAÇÃO, POPULAÇÃO, IMPRENSA.
  • CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NEGLIGENCIA, FAVORECIMENTO, CORRUPÇÃO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, SENADO, SEMELHANÇA, PODER MODERADOR.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Papaléo Paes, Senadoras, Senadores, brasileiras e brasileiros que estão presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, neste 19 de setembro, minhas primeiras palavras são em homenagem ao bravo povo gaúcho, tão bem representado, neste recinto, pelo Senador Paulo Paim e, no meu Partido, pelo símbolo das virtudes, o Senador Pedro Simon, e o Senador Sérgio Zambiasi, do Partido de Getúlio Vargas.

O Brasil deve fazer uma reflexão sobre as conquistas políticas. Senador Paulo Paim, na Farroupilha, os gaúchos nos dão o exemplo. Dez anos! Dez anos em que eles sonharam - foi o primeiro sonho - com a República e com a libertação dos escravos. Dez anos de luta! E a colheita veio depois. Senador Paulo Paim, dez anos após o sacrifício dos gaúchos, dos lanceiros negros, que foram à luta com a promessa da libertação dos escravos, e ela veio depois. A colheita é depois.

Portanto, atentai bem, Senador Papaléo Paes, desse “embrulho” que acontece em nosso Brasil não vamos ter resultado já, já não. Senadora Heloísa Helena, dessa confusão na democracia brasileira não vamos ter resultado já não, porque ela é grande.

Senador Paulo Paim, para onde vamos levamos nossa formação profissional. Eu e o Senador Papaléo Paes somos médicos, e sei que o País está doente. Gravemente doente. E a doença não tem cura rápida não. Não será curada por uma cirurgia de urgência, como eu tanto fiz - uma apendicectomia, uma hérnia, uma úlcera estrangulada. Não. A doença é velha, é crônica. O País fez o diagnóstico agora, mas ela é velha. A roubalheira é muito grande, é muito antiga. O diagnóstico veio, mas é como aquela tuberculose antiga, como lepra ou como, no meu caso Senador Papaléo Paes, osteomielite crônica. Lá na Santa Casa do Piauí, Senadora Heloísa Helena, eu era cirurgião geral. Abríamos o osso, com a infecção dentro, e lavávamos com soro e com antibiótico, todos os dias, por dias, semanas, meses, às vezes anos.

Quis Deus aqui chegasse nosso Shakespeare, o Senador Ney Suassuna, um estudioso. E Shakespeare disse: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Já pensou o que Shakespeare diria, Senador Ney Suassuna, neste reino de Lula?

            Ele disse: “É melhor ser mendigo em Nápoles do que rei na Dinamarca”, tal era a corrupção.

            Entendo, Senador Ney Suassuna, que democracia são os três poderes, que Montesquieu foi aperfeiçoando. Que eles se freiem, que se respeitem, que se fiscalizem. François Mitterrand, Senadora Heloísa Helena, morreu dizendo: “Se eu voltasse” - e ele foi Presidente da França por 14 anos - “fortaleceria os contra-poderes”.

            Mas Lula não entende nada, Senadora. François Mitterrand disse isso. Deve se fortalecer e não acabar, como quiseram acabar.

            Senador Ney Suassuna, este aqui é o mais frágil, o mais débil, o mais exposto. Cada um tem o seu salariozinho... O Poder Executivo é podre, mas tem a mídia, todos os jornais e televisões o defendem e protegem. O Poder Judiciário - ouço a voz rouca das ruas - está podre também.

            Senador Ney Suassuna, preste atenção: “A fraude de Nelson Jobim”. Ele foi julgado e condenado por Leonel Brizola, um mês antes de morrer, em um dos “tijolaços”. Então, não tem negócio não.

Contudo, Senadora Heloísa Helena, convoco todos: o povo, que é puro, que é sábio, e está sendo punido por essa podridão, e a imprensa, que tem exposto a transparência, a verdade. Vamos entrar nesse tratamento crônico. É crônico, é demorado. Vamos começar, dar os primeiros passos, as primeiras penicilinas, os primeiros antibióticos, as primeiras vitaminas C, e fazer as primeiras higienizações. É longo o tratamento. Não vamos nos iludir, não vamos!

Isto aqui: virtudes. Falta Deus, falta Cristo, falta entendimento. Deus chamou Moisés e disse: “Toma, Moisés!”, e instituiu leis para serem obedecidas. E lá está: “Não roubarás”.

Trouxe aqui o predileto da Senadora Heloísa Helena. Sei que roubo é velho; no reino de Portugal havia muito. E aqui eu sei quando chegou. Descobriram o Brasil e, na carta de Pero Vaz de Caminha, Pedro Álvares Cabral disse: “Manda o rei libertar meu primo, que fez um roubinho besta e está na África preso”. Todos sabem que houve corrupção na construção da capital, Salvador; as obras eram superfaturadas. Essa é velha. Mas temos que controlar.

Está nas Leis de Deus: “Não roubarás”. Precisamos de Deus. O que houve de melhor no País foi a proliferação de igrejas, essa conscientização. Hoje podemos ver jovens andando com a Bíblia, que é a Constituição do universo, e a nossa.

Faço uma homenagem à Senadora Heloísa Helena e ao Padre Antônio Vieira, que, além de pregador, bravo, geneticista e libertador de índio, foi um político. Não existia o Senado naquela época. Não existia nem rádio e nem televisão. Ele usava a tribuna para sensibilizar os reis que aqui chegavam, os reis de Portugal. Ele andou por aqui.

É apenas uma homenagem. A Senadora Heloisa Helena está até com um outro livro do Padre Antônio Vieira, um maior. Eu estou com um menor, com o sermão “O Bom Ladrão”. Dizem que ladrão aqui não é novidade não. O Padre Antônio Vieira já os denunciava. Vejam o que ele diz, em latim - o Senador Ney Suassuna sabe, porque foi seminarista, não é, Senador?

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Não, fui professor, Senador Mão Santa.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Foi professor. Naquela época, aprendíamos latim. A Senadora Heloisa Helena é novinha, mas nós estudamos latim.

Principes tui socii furum: os teus príncipes são companheiros dos ladrões.” Oh, Lula! “E por quê? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhe dão os postos...” Oh, Lula, a história se repete. Você é companheiro dos ladrões, você quem os colocou aí. “São companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo.”

A história é longa e vai terminar no inferno. Não vai se restringir a cassações, CPIzinha, àquele negócio, não; vai terminar no inferno.

Atentai bem, Senador Ney Suassuna!

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - AL) - Permite-me V. Exª um aparte, Senador Mão Santa?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Com a palavra, a admiradora Senadora Heloísa Helena, de quem até tenho inveja porque é profunda conhecedora da vida de Pe. Antonio Vieira. Uma das frases mais bonitas dele é: “O bem nunca vem só; ele sempre traz outro bem. O exemplo o arrasta”. V. Exª tem a palavra, Senadora Heloísa Helena.

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - AL) - Saúdo o pronunciamento de V. Exª, Senador Mão Santa, porque qualquer pessoa de bom senso, que tem o mínimo de sensibilidade para acompanhar o Congresso Nacional, os trabalhos da CPI, o jornalismo investigativo, já tem sentido claramente como, de forma sofisticada, mas igualmente safada, está se estabelecendo uma operação abafa nas investigações. Isso é claramente perceptível, primeiro, em face da ausência de disponibilização rápida dos documentos a serem analisados; além disso, intencionalmente se disponibilizam os documentos para que não se consiga analisá-los de pronto. A sociedade vai se cansando, o que é absolutamente natural. É aquela história: “Na vida do pobre é cada dia uma agonia. No mundo da política, é cada dia uma patifaria.” Então, como são tantas as denúncias de corrupção, a população, de alguma forma, vai se cansando ou vai se banalizando a corrupção. Portanto, é sempre importante que alguém ocupe a tribuna para trazer um assunto que é absolutamente atual, porque - por mais que seja crônico, como de forma correta diz V. Exª - parte importante da elite política e econômica vem parasitando, privatizando, corrompendo o aparelho de Estado há muito tempo. E lembrava V. Exª até da Carta de Caminha, quando esse enviou uma carta para D. Manuel, dizendo que estava vendo a bela terra de Vera Cruz e já foi fazendo tráfico de influência, dizendo: “Olha, o meu genro, aquele que roubava igreja e batia em padre, libera ele; ele está lá em São Tomé, na África; libera para ele voltar para a Corte Portuguesa”. É verdade. Agora, o que não se pode é usar o passado ou Pero Vaz de Caminha, ou o Governo Collor, ou o Governo Sarney, ou o Governo Fernando Henrique, ou o Governo Itamar, ou qualquer outro governo para justificar a corrupção do atual Governo. Infelizmente, cada governo que vai se sucedendo, em vez de abrir procedimentos investigatórios para estabelecer mecanismos de condenação de quem roubou no governo passado, faz um grande acordo para não investigar nada do governo anterior, como ocorreu atualmente, no Governo Lula, que deu o maior atestado de moralidade a um Governo que tinha corrupção dentro do seu seio que era o Governo Fernando Henrique. Ele entregou o atestado a Fernando Henrique, ou seja, não abriu um procedimento investigatório, uma auditoria, absolutamente nenhuma investigação e acabou dando atestado de moralidade pública. Mas há algo que traz V. Exª hoje, Senador Mão Santa, desse sermão que é o sermão do bom ladrão. É que aí, em toda a história do povo de Deus, há algo absolutamente diferente. Como o próprio Jesus Cristo, que, com trinta e tantos anos de histórica paciência, acabou entrando lá para expulsar os vendilhões do templo no chicote. Mas, como em toda a história, inclusive do povo de Deus, o ladrão pobre é tratado de forma diferente do ladrão rico. Em toda a história do livro que conta a história do povo de Deus, o ladrão rico é tratado de um jeito e o ladrão pobre, de outro. Ao ladrão pobre é dada inclusive a possibilidade da inocência - está no Livro de Salomão. Quem foi o primeiro que o próprio Jesus Cristo levou ao Reino de Deus? Dimas, um ladrãozinho pobre que nada tinha a devolver, que estava do lado Dele, igualmente crucificado, e que, ao pedir perdão a Ele, pediu que o levasse ao Reino de Deus. Foi o primeiro que Ele levou. O Zaqueu, que era o ladrão rico, teve que devolver quatro vezes o roubado. Então, em toda a história, é assim. Era como pensavam os velhos humanistas espanhóis que diziam que a mesma lei tem de ser flexível para o fraco, para o firme para o forte, implacável para o contumaz. Na nossa sociedade, é o contrário. O pobrezinho, aquele que rouba um pão no desespero para alimentar o seu filho, tem como destino ou o assassinato ou a cela malcheirosa ou o espancamento ou o presídio ad infinitum, porque jamais virá um advogado para ver se ele já cumpriu ou se ainda deveria estar cumprindo aquela pena. Agora, os chamados delinqüentes de luxo, os senhores ratos de terno e gravata que circulam, às vezes, até com serenidade - o rato rouba com mansidão, ele é bem diferente dos outros animais -, esses senhores circulam com muita onipotência, pois têm a seu favor a impunidade. É justamente o contrário. Agora, em toda a história de luta e libertação do povo de Deus na Bíblia, em toda a história dos profetas, em toda a história da humanidade, vê-se com clareza que o pobre que peca, o pobre que, na hora do desespero, acaba cometendo um ato diferente, contrário à Lei Divina, ele é analisado de outra forma. Mas aqui é completamente diferente, é completamente diferente. Portanto, quero saudar o pronunciamento de V. Exª. É essencial que por mais que saibamos que é um problema crônico, não podemos usar o passado, a corrupção do passado, a corrupção da carta de Pero Vaz de Caminha ou do Governo Fernando Henrique para justificar a corrupção do Governo Lula e a sua promiscuidade, apodrecida, safadinha na sua relação promíscua com o Senado, com a Câmara, com o Congresso Nacional, com empresários apaniguados na estrutura de poder, com fundos de pensão, com banqueiros, com orgias sexuais para comemorar dinheiro público roubado, com lavagem de dinheiro sujo do narcotráfico, um monte de dinheiro que chega, é trocado em dólar e mandado para o exterior, e essas coisas todas. Então, Senador Mão Santa, só nos cabe realmente exercitar o jus esperniandis. Espero que a sociedade saiba cobrar o que é necessário porque não é o cheiro de pizza - pizza é uma coisa boa, a gente vai para a cozinha e faz com os filhos, é uma beleza -, mas é o cheiro de lama que está cada vez mais forte. E é importantíssimo que a sociedade brigue, fiscalize, para que não se dê uma grande operação abafa nas relações promíscuas entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradeço e entendo a interpretação não como Senadora ou como professora, mas como enfermeira porque eu apenas disse que o diagnóstico é crônico, mas merece tratamento. Merece tratamento a doença crônica do Brasil, a corrupção crônica, como merece a lepra, e vence-se a lepra; a tuberculose, a osteomielite crônica e outras enfermidades crônicas. Nós temos de estar vigilantes; não é rápido o tratamento. Vai ter esse esforço desdobrado de todos os brasileiros.

Senador Papaléo Paes, contamos com a inteligência privilegiada da enfermeira Heloísa Helena, da qual necessitamos, porque este País está doente, e sua doença é a corrupção. Como dizia Ulysses Guimarães, Senador Garibaldi: “A corrupção é o cupim da democracia”. Portanto, devemos combatê-la.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Nobre Senador Mão Santa, permite-me V. Exª um aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Preciso permitir porque V. Exª, agora, conseguiu a unidade do nosso PMDB, que está grandioso.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Todos nós conseguimos.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - V. Exª lidera os autênticos, os conservadores e agora o PMDB, esperança e certeza da melhoria da democracia deste País.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Se Deus quiser. Senador Mão Santa, vejo V. Exª como um leitor contumaz. A toda hora, V. Exª está com um livro, está pesquisando, está lendo. Quero recomendar-lhe um livro grosso mas que vale a pena ler para analisar o histórico dos problemas que até hoje afligem as nossas democracias: A História da Vida Privada. Como os franceses são loucos por história, eles a publicam em folhetins que começam no ano 0 e vão até o ano 800, revelando como os latinos tiveram a sua formação no Império Romano. Com certeza, esse livro será de grande valia para V. Exª, que já se baseia em tanta bibliografia e em tantos dados. V. Exª vai exultar e citar essa obra em seus discursos, com os quais vibro, mas nem sempre concordo na totalidade. Vibro, porque V. Exª é uma vertente do nosso grande PMDB, que tem tantas vertentes, mas, na hora em que é necessário, junta todo mundo e parte para buscar a melhoria do País. Parabéns.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Suassuna, que eu o apelido Shakespeare justamente por isso. E eu quero lhe dizer que um dos livros que já citei, numa das teses que defendi sobre saúde, quando se defendia a higiene bucal, foi um livro com um poema seu sobre sorriso, alegria.

Senador Suassuna, V. Exª - eu peço permissão para continuar - puxou o Senado romano. Senador Mozarildo, aqui é o Senado. O Senado é o mesmo, na sua filosofia. Naquele momento difícil, Deus mandou Moisés buscar os mais velhos e experientes para o ajudarem a carregar o fardo do povo.

E, Senador Suassuna, V. Exª lembra que, lá no Coliseu, o povo pedia para alimentar os leões com cristãos? Estavam lá os senadores do lado do César. Estavam lá Cícero, Brutus, Marco Antônio. Senado é isso. De acordo com sua época. E este Senado, há 181 anos, foi um poder moderado, Senador Papaléo, evitando guerras neste País. Crises tivemos. Quem não sabe que este Senado foi capaz de afastar um Vice-Presidente, o Presidente da Câmara, Carlos Luz, e colocar Nereu Ramos, para pacificar o País e esperar Juscelino Kubitschek?

Mudou para parlamentarismo. Teve saída. Então, o Senado - atentai bem, povo brasileiro! - é este, está vigilante. Agora ele é um poder moderador. Ele não é de vanguarda, ele espera o desejo do povo. O povo estava pedindo punição, já mandou uma bandeja com dezoito e vai mandar outra à la Severino. E cuide-se o Presidente da República! Se o povo pedir, pelas mazelas que estão surgindo, será afastado aqui. É um poder moderador, não é um poder de vanguarda. É aqui!

Mas, Senadora Heloísa Helena - já concluo, Senador Papaléo Paes -V. Exª foi muito feliz, quando citou “punição aos poderosos”. “Atentai bem”, Bill Clinton era Governador do Arkansas, e o Tribunal de Justiça condenou seu irmão pelo uso de maconha e de cocaína. Ele, Governador, viu e cumpriu. Winston Churchill, o maior herói político e militar, que nos deu a vitória contra os regimes totalitários, que decidiu o Dia D, logo em seguida à guerra a sua filha também foi condenada.

É esse País que esperamos nascer, não numa cirurgia de urgência, na ilusão de que uma reforma, a toque de caixa, vá resolver o problema. Não! Mas convocando todos os brasileiros e brasileiras, com a imprensa vigilante, para curarmos essa doença crônica da falta de vergonha e da corrupção no Brasil. Vamos à cura de nossa Pátria!

            Senador Papaléo Paes, fui agora Paraninfo de uma turma lá no meu Piauí. E, no meu discurso, Senadora Heloísa, busquei falar sobre como começou o saber. Platão ensinou que, ousadia, só com prudência. Sócrates disse que só tem um grande bem: o saber; e só tem um grande mal: a ignorância. Eu disse à turma: vocês estão vendo que, sem saber, não dá certo. Está aí o Legislativo, que botou um sem saber. Está aí o Executivo. Então estudem, estudem, estudem, porque vamos ter um Piauí e um Brasil melhores.

Fui aplaudido de pé, no meio do discurso.

Então, atentai bem, Lula, porque Sócrates já dizia: só tem um grande bem, o saber; e um grande mal, a ignorância. E a ignorância do PT tem sido audaciosa e tem arrasado o Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/09/2005 - Página 31310