Discurso durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Congratulações, em nome do Partido dos Trabalhadores, à Senadora italiana Emanuela Baio Dossi, em visita à Casa. Elogios ao piloto americano que evitou um acidente aéreo no aeroporto de Los Angeles. Debate sobre o projeto de reforma política, em tramitação na Câmara dos Deputados. (como Líder)

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. HOMENAGEM. REFORMA POLITICA. ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Congratulações, em nome do Partido dos Trabalhadores, à Senadora italiana Emanuela Baio Dossi, em visita à Casa. Elogios ao piloto americano que evitou um acidente aéreo no aeroporto de Los Angeles. Debate sobre o projeto de reforma política, em tramitação na Câmara dos Deputados. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 23/09/2005 - Página 31752
Assunto
Outros > SENADO. HOMENAGEM. REFORMA POLITICA. ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, VISITA, SENADO, PARLAMENTAR ESTRANGEIRO, PAIS ESTRANGEIRO, ITALIA.
  • HOMENAGEM, PILOTO CIVIL, REALIZAÇÃO, POUSO, EMERGENCIA, AEROPORTO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), PROTEÇÃO, VIDA HUMANA, IMPEDIMENTO, ACIDENTE AERONAUTICO.
  • ANALISE, DIFICULDADE, PRAZO, APROVAÇÃO, REFORMA POLITICA, EXPECTATIVA, REUNIÃO, PRESIDENTE, LIDER, SENADO, DEFESA, VOTAÇÃO, ACORDO, AMPLIAÇÃO, DEBATE, COMPLEMENTAÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, ROMEU TUMA, SENADOR, AUXILIO, CONCLUSÃO, TRABALHO, COMISSÃO ESPECIAL, ENTREGA, RELATORIO, MINISTERIO PUBLICO, REFERENCIA, CRISE, LEGISLATIVO, ESTADO DE RONDONIA (RO).

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco PT - AC. Pela Liderança do Bloco/PT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, também quero saudar a nossa colega Senadora italiana Emanuela Baio Dossi, que visita a nossa Casa. Seja bem-vinda. Congratulações do nosso Partido, o PT. Admiramos muito a terra de V. Exª. Tive o prazer de conhecer alguns pontos da Itália, junto com outros Senadores, e a Operação Mãos Limpas, que é uma experiência de sucesso para ser contada ao mundo inteiro.

Sr. Presidente, ontem, ao ligar a TV, já tarde da noite, vi uma matéria na Globo News. Vi a imagem de um avião sobrevoando a cidade. Quando comecei a ouvir o relato do narrador, fui me dar conta do que estava acontecendo. Pude observar os instantes finais para o avião fazer o pouso forçado. O piloto contou que o avião decolou de uma outra cidade e teve um problema no trem de pouso dianteiro. As rodas ficaram em sentido transversal à posição que seria normal. Daí, o piloto teve que sobrevoar o mar e liberar grande parte do combustível. Foram três horas de vôo sobre a cidade até ele arriscar aquele pouso. Estavam lá 145 pessoas. Senti-me, naquele momento, tão agitado como se estivesse dentro daquele avião.

Coincidentemente, ainda há pouco, estavam aqui dois diretores da Embraer, fazendo uma pequena demonstração de como se fabrica um avião. Tive a grata alegria, junto com o Heráclito Fortes, de visitar a Embraer, uma das empresas que me chamam bastante a atenção pela sua história, pela capacidade de ser uma indústria de porte, uma indústria eminentemente brasileira, que disputa mercados nacionais.

Aquele piloto é um herói. Não pude memorizar o nome dele, que foi falado várias vezes. Ele fez um pouso de sucesso. O avião pousou e as rodas incendiaram, sem nenhum risco nem para os passageiros nem para os tripulantes.

Sr. Presidente, eu também queria falar um pouco sobre o assunto da Casa: Reforma Política. Acompanho aqui atentamente os debates na tribuna do Senado Federal, na imprensa, em todos os lugares em que andamos e, por alguns instantes, imaginei que jamais poderíamos pensar que haveria uma alternativa para votarmos algumas das idéias aprovadas aqui no Senado sobre reforma política.

Eu quero apenas aqui comungar de muitas preocupações de outros Senadores que já falaram antes de mim, sobre o que poderia acontecer. Primeiro, uma PEC que pode prorrogar o prazo, não mais em 30 de setembro, mas até o final do ano, o que daria tempo à Câmara para resolver o problema da Presidência, às bancadas de se reaglutinarem, repensarem um pouco as coisas que estão acontecendo lá por dentro.

Digo a V. Exª que já estava um pouco angustiado, se nós tivéssemos o dissabor de amanhecer o dia 1º de outubro sem termos votado nada. Mas, agora, conversando um pouco ao lado de V. Exª, ouvi as preocupações de que, se mexer demais, de forma atabalhoada, podemos até ter um prejuízo maior no ano que vem. De forma que algumas idéias tão boas poderiam ir para o sacrifício e termos o dissabor de vê-las irem para o desprezo até, para a rejeição, e a reforma seria uma tragédia e não poderia cumprir um grande e salutar papel para o ano que vem.

Portanto, na reunião que o nosso Presidente, Senador Renan Calheiros, fará com os Líderes, deveria talvez insistir na possibilidade de votar o que é consenso. Esse é o primeiro ponto. Em segundo lugar, tentar trabalhar as coisas que não vão ferir, substancialmente, a forma de se fazer uma eleição.

E V. Exª lembrava que alguns jornalistas dos mais tarimbados nessa área da política têm levantado essas ressalvas de que determinadas medidas, para serem feitas e não serem muito bem cumpridas, é melhor que não as faça.

            Agora, o que eu imagino? O Senador Jorge Bornhausen apresentou ao Senado um projeto que chamou de mini-reforma: uma série de pontos para reduzir o custo de uma eleição no próximo ano. Talvez os pontos que modifiquem a estrutura dos partidos e outros fatores, como financiamento público de campanha, ainda não estejam muito claros para a sociedade. Votação em lista é assunto também muito complicado.

Digo a V. Exª que tenho hoje uma vontade muito grande de ver essa matéria aprovada, mas sempre alguém me faz aquelas perguntas fatais: Como vai funcionar? Quem será o primeiro da lista? Quem escolhe quem é o primeiro e quem é o último? Quem assume a cadeira dos que são eleitos?

Esse é um assunto que realmente chama a nossa atenção.

Sr. Presidente, eu diria a V. Exª que é realmente melhor estudar mais a matéria e votar o que for de consenso. Porém, insisto no fato de que o encurtamento dos prazos das eleições, para o próximo ano, é um tema muito importante que deve ser aprovado, e a proposta de baratear os custos de uma campanha eleitoral é um segundo tema que deve ser muito bem analisado. Trata-se das questões mais elementares para o próximo ano.

Quanto às outras questões, as mais estruturais, nós poderíamos deixar passar mais dois ou três meses para que as Bancadas se reúnam e, quem sabe depois, em outro clima, em outro nível de relação, apreciem melhor essas matérias.

            Sr. Presidente, para encerrar, retorno àquela situação de Rondônia. Eu pediria a V. Exª que, na medida do possível, nos ajudasse a concluir aquele trabalho. Gostaria de que, no máximo, até o início da segunda quinzena de outubro, concluíssemos aqueles trabalhos para entregar o nosso relatório ao Ministério Público, que, daí para frente, poderá fazer o que considerar mais importante.

Era esse o pronunciamento que eu queria trazer hoje a esta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Estou pronto para ser o soldado da equipe de V. Exª.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Porque julgo importante resolver o problema de Rondônia. Essa sempre foi uma das minhas preocupações quando estive na direção da Polícia Federal. O Estado de Rondônia deve ser fortalecido. A sociedade de lá não pode pagar o preço pelo erro dos seus políticos. E V. Exª tem se comportado exemplarmente com a Senadora e com a comissão especial que foi formada para apurar todo esse clima horroroso que surgiu em Rondônia, sem culpa da sociedade, a qual tem que ser preservada. É preciso demonstrar que o Estado merece o respeito de todos os brasileiros.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/09/2005 - Página 31752