O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Amaral Peixoto foi um brasileiro de vida cheia de vitórias. Dedicou todos os seus momentos à política e ao País, passando por muitas e importantes funções. Lembro que esse notável homem público, também Senador, foi uma das nossas figuras de forte influência em episódios graves, tensos e importantes do Brasil.

Político de primeira linha, foi exemplar conciliador, que em muito contribuiu para o bom encaminhamento de questões delicadas em períodos conturbados da vida nacional.

Exemplos do que digo são:

- a eleição de Juscelino Kubitschek;

- o episódio decorrente da renúncia de Jânio Quadros;

- o cenário que envolveu o episódio do afastamento de Jango;

- a resistência ao regime militar que se seguiu;

- a passagem do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves;

- a fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro;

- sua passagem por diversos cargos, inclusive como Ministro, Governador, Deputado e Senador.

Nesta sessão de lembrança de um grande nome da política brasileira, Sr. Presidente, evoco também dois outros pontos dessa notável trajetória de lutas de Amaral Peixoto.

Em 1970, foi ele eleito Senador pelo Estado do Rio de Janeiro, na legenda do então MDB, com 467 mil votos. Foi um dos poucos senadores eleitos pelo partido naquele ano. Com uma circunstância: com 100 mil votos a mais do que o partido, o que demonstra prestígio maior que o da própria legenda.

Um ano depois, Srªs e Srs. Senadores, em 1971, numa entrevista a Veja, Amaral chamou a atenção do Governo para a conveniência e a necessidade de densa revitalização da atividade partidária no Brasil.

Suas ponderações foram das primeiras no encaminhamento do processo que então se iniciava o que culminou com a revogação do AI-5. Daí resultou a chamada anticandidatura de Ulysses Guimarães à Presidência da República, pelo voto indireto e. em momentos subseqüentes, a outros eventos que, encadeados, terminaram por extinguir a ditadura militar.

A homenagem, portanto, é justa. Indispensável. Necessária. Histórica.

Era o que eu tinha a dizer.