Discurso durante a 190ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo às autoridades econômicas do Governo, para solucionar a dramática situação em que vivem os agricultores brasileiros e, em especial, os do Mato Grosso do Sul, após o surgimento de focos da febre aftosa.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Apelo às autoridades econômicas do Governo, para solucionar a dramática situação em que vivem os agricultores brasileiros e, em especial, os do Mato Grosso do Sul, após o surgimento de focos da febre aftosa.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2005 - Página 37312
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • GRAVIDADE, SITUAÇÃO, AGRICULTOR, PECUARISTA, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), OCORRENCIA, FEBRE AFTOSA, PREJUIZO, EXPORTAÇÃO, CRITICA, CONTRADIÇÃO, ATUAÇÃO, BANCO DO BRASIL, SUSPENSÃO, CREDITO AGRICOLA, ALEGAÇÕES, AVALIAÇÃO, NECESSIDADE, MEDIDA DE EMERGENCIA.
  • ELOGIO, PRESENÇA, COMISSÃO DE AGRICULTURA, SENADO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), ESCLARECIMENTOS, LUTA, DESENVOLVIMENTO AGRARIO.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, é claro que serei breve, mas, na brevidade de minhas palavras, faço um apelo às autoridades econômicas do Governo, um apelo ao Banco do Brasil, para que entenda a situação dramática que vivem os agricultores e os pecuaristas brasileiros, muito especialmente os de Mato Grosso do Sul, onde surgiu o foco de febre aftosa, que está sendo um desastre para a economia nacional, influindo no Produto Interno Bruto, prejudicando as exportações do Brasil - e o prejuízo é incalculável.

Sr. Presidente, é inacreditável, mas o Banco do Brasil resolveu suspender as linhas de crédito existentes para as pessoas que trabalham no campo. Em um momento como este, suspendem-se as linhas de crédito, com toda certeza, para que o Banco do Brasil faça aquilo não deveria fazer, que é pensar exclusivamente nos juros exorbitantes que cobram inclusive do setor da agricultura e da pecuária. Se a situação é ruim, para que emprestar dinheiro?

Senador Antero Paes de Barros, V. Exª é de Mato Grosso e também sente as conseqüências daquilo que começou em meu Estado - o Brasil inteiro sente. Era a hora de o Banco do Brasil abrir mais o crédito, era a hora de estabelecer uma linha emergencial para os produtores, que, em razão da febre aftosa, e de 41 países terem fechado as portas para a compra de carnes do Brasil, enfrentam uma situação dramática, pois o produto não tem preço.

Senadora Heloísa Helena, V. Exª é de Alagoas, um Estado grande como o meu na generosidade de seu povo, mas que não tem a característica econômica de Mato Grosso do Sul. V. Exª, que é uma mulher sensível, deve estar percebendo que essa não é uma maneira de ajudar o Brasil.

Sr. Presidente, telefonei ontem para meu amigo Ricardo Conceição, diretor desse setor, que me disse: “Senador, estão suspensos. Até segunda ou terça-feira, daremos uma opinião; vamos ver o que fazer”. Perguntei: “Mas por que suspenderam?” “Para uma avaliação da situação” - respondeu ele. “Mas a avaliação é dramática, Ricardo Conceição.” A situação é dramática, Presidente do Banco do Brasil! A situação é dolorosa, Ministro Antonio Palocci! Ajudem aqueles que produzem. Não puxem o tapete em um instante de maior gravidade. Abram linhas de crédito emergencial. É esse o dever do Governo. Na Europa, os governos subsidiam os produtores. Aqui, até para abrir crédito, pensam nos juros que o Governo pode auferir de lucro. Essa é a verdade verdadeira e deve ser dita. Por isso, venho aqui como representante do meu Estado.

Agora mesmo, conversava com o Deputado Federal Waldemir Moka, que foi Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, na gestão anterior, e hoje é um de seus membros. S. Exª está constantemente em contato com o Ministro da Agricultura e com as autoridades, assim como nós também estamos, mas não é possível ficar só conversando. É preciso resolver o assunto.

Por isso, venho a esta tribuna fazer um apelo: chega de jogar a culpa; é muito fácil jogar a culpa nas costas daqueles que produzem. Não quero dramatizar ou politizar a situação, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mas a situação é dramática em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil. Abram linha de crédito, concedam linha emergencial. É isso que o Governo, se tiver sensibilidade, tem que fazer.

            Sr. Presidente, estou falando aqui, para uma comunicação inadiável, por cinco minutos, por deferência...

(Interrupção do som.)

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - ...de alguns Senadores, porque tenho que viajar. Estou encerrando minha fala. Estou vendo que já se passaram cinco minutos. Falar mais do que isso é improdutivo, mas não vou deixar esta tribuna sem saudar o Ministro Roberto Rodrigues, que ontem esteve na Comissão de Agricultura, onde realizamos uma grande reunião. S. Exª explicou sua luta, disse que vai lutar enquanto tiver esperança. Confiamos, ainda, em que haja um fio de esperança para ajudar aqueles que produzem em Mato Grosso do Sul e no Brasil.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2005 - Página 37312