Discurso durante a 190ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcurso dos 80 anos do Movimento Pestalozzi no Brasil.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Transcurso dos 80 anos do Movimento Pestalozzi no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2005 - Página 37457
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ENTIDADE, EDUCAÇÃO, ASSISTENCIA SOCIAL, PESSOA DEFICIENTE, REGISTRO, HISTORIA, AMPLIAÇÃO, ATENDIMENTO, TERRITORIO NACIONAL, ELOGIO, ATUAÇÃO.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia de hoje, 26 de outubro de 2005, o movimento Pestalozziano no Brasil comemora 80 anos de existência, sendo referência para o País no atendimento de pessoas com deficiência.

Em 1925, da iniciativa do casal Thiago e Joana Würth em desenvolver um trabalho com crianças com dificuldades de aprendizagem, surgia, em Canoas, no Rio Grande do Sul, uma escola pensionato nos moldes da pedagogia social do educador suíço Johan Heinrich Pestalozzi.

O trabalho de Johan Heinrich Pestalozzi, dedicado aos segmentos marginalizados da sociedade, principalmente aos portadores de deficiência, tornou-se referência para aqueles que desejavam transformar a realidade e buscavam inovar os moldes educacionais da época. Suas teorias defendiam o desenvolvimento integral da criança e a sua individualidade. A pedagogia social de Pestalozzi revolucionou sua época e influenciou trabalhos em todo o mundo.

Foi buscando transformar a realidade que, em 1932, a pesquisadora e educadora russa Helena Antipoff fundou a primeira Sociedade Pestalozzi do Brasil, em Belo Horizonte, com o objetivo de atender as crianças com deficiência. Helena Antipoff chegou ao País em 1929, a convite do Governo do Estado de Minas Gerais, para introduzir a pedagogia social, baseada na educação com amor propagada por Pestalozzi.

Na Pestalozzi de Belo Horizonte, os alunos com desajustamento de conduta ou incapacidade de aprendizagem completavam suas atividades escolares e de educação psicomotoras com atividades manuais e agrícolas. Existiam, também, oficinas, hortas e serviços domésticos como partes integrantes da educação.

Além da área educacional, a Sociedade Pestalozzi atuava em diversos aspectos de exclusão social causados não só pela miséria ou abandono como também pelas dificuldades decorrentes da deficiência, buscando resguardar os direitos das crianças em situação de risco.

A semente de amor plantada por Helena Antipoff germinou e deu frutos. Em 1945, a educadora fundou a Pestalozzi do Brasil, no Rio de Janeiro. Em 1948, a Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, e em 1952, a Pestalozzi de São Paulo. Hoje, o movimento congrega 200 instituições filiadas à Federação Nacional das Associações Pestalozzi e presta atendimento a milhares de crianças com deficiência em todo o País.

O trabalho que as Pestalozzis desenvolvem no Brasil é considerado referência não só pelo pioneirismo no atendimento às pessoas com deficiência, mas, principalmente, pela qualidade dos serviços oferecidos e pela dedicação dos profissionais que atuam nas áreas clínica, educacional e profissionalizante.

Saúde, Educação e Trabalho. São elementos fundamentais na condução para a cidadania da pessoa com deficiência. O atendimento integral, fundamentando nos princípios de Pestalozzi e Helena Antipoff, é essencial para que o cidadão com deficiência possa se desenvolver de forma completa.

Desta forma, quero saudar a todas as Pestalozzis brasileiras por estes 80 anos vividos com carinho e dedicação a estas crianças. Que o trabalho que vocês desenvolvem com tanto amor possa continuar transformando a realidade destas pessoas e, conseqüentemente, a realidade de nosso País.

Que o movimento Pestalozziano, como assim é chamado, prossiga cada vez mais unido e atuante buscando evolução em todos os sentidos, por meio da constante qualificação das pessoas envolvidas, do entrosamento, da racionalização dos trabalhos, da definição dos objetivos de luta e do apoio de autoridades sensíveis e conscientes da dimensão e importância da questão da deficiência tanto no aspecto preventivo como no do atendimento.

Parabéns a todos!

Muito obrigado,


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2005 - Página 37457