Discurso durante a 191ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelo Dia dos Servidores Públicos. Reflexão sobre a corrupção no Brasil.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Homenagem pelo Dia dos Servidores Públicos. Reflexão sobre a corrupção no Brasil.
Aparteantes
Paulo Octávio.
Publicação
Publicação no DSF de 29/10/2005 - Página 37531
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, SERVIDOR PUBLICO CIVIL.
  • CRITICA, CORRUPÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, PREJUIZO, ESTADO DEMOCRATICO.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Alvaro Dias, Senadoras e Senadores, brasileiros e brasileiras que nos assistem pelo sistema de comunicação, Senador Pedro Simon, Cícero, grande orador e Senador, disse: “Nunca fale depois de um grande orador”, e vou falar depois desses extraordinários oradores e talvez os maiores homens públicos do País: Alberto Silva, do meu Piauí, e Pedro Simon, do Rio Grande do Sul. No entanto, aqui estou com tranqüilidade, porque me considero discípulo dos dois. Isso é uma benção à nossa geração, Senador Alvaro Dias, que faz política. Não precisamos buscar exemplos na História ou em outros países, os melhores exemplos na política estão aqui: o Senador Alberto Silva, político, engenheiro, empreendedor, realizador, um “toca-obra”; e o Senador Pedro Simon, virtuoso, símbolo das virtudes.

Hoje é o dia do funcionário público. Funcionário público, aquele que serve ao povo. E feliz desta Casa, o Senado Federal, que para saudar a todos os funcionários públicos, dos quais orgulhosamente sou um deles, fui um deles, como médico da Previdência Social, não precisa buscar, saudar e homenagear todos. Aqui está Raimundo Carreiro Silva - que está ali trabalhando, nem está ouvindo -, Secretário-Geral da Mesa, executivo desta Casa. E como funciona bem o Senado! Como funciona bem, pela dedicação, pela competência e pelas virtudes de Raimundo Carreiro Silva. Qualquer um de nós, em qualquer momento, tem condições de presidir o Senado, mas tem condições porque o “Cirineu” da Presidência é o funcionário público Raimundo Carreiro Silva, essa é a razão. Portanto, esta é a homenagem que o Senado presta a todos os servidores públicos, na pessoa do virtuoso e eficiente Secretário-Geral da Mesa, que há mais de 30 anos serve a esta Casa - tempo quase igual ao de Rui Barbosa. Muito se deve a ele.

Falou-se muito aqui hoje. Senador Pedro Simon, quis Deus que V. Exª estivesse aqui. Ninguém viveu mais o PMDB do que Ulysses Guimarães. V. Exª é a cara, é a história, V. Exª é tudo no PMDB. Eu sempre me aprestei aqui como liderado de V. Exª. Ninguém mais conviveu com Ulysses Guimarães do que V. Exª, com Teotônio Vilela, com Tancredo Neves, com Juscelino Kubitschek - cassado aqui. Senador Pedro Simon, Ulysses Guimarães - encantado no fundo do mar - dizia: “Ouça a voz rouca das ruas”, querendo dizer que quem está na rua é o povo. E o povo é que é superior; o povo é quem decide; o povo é que é soberano; o povo é quem paga a conta, advertindo-nos de que nós não somos poder, Senador Alvaro Dias. Nós somos instrumentos da democracia. O poder é o povo - é ele quem paga.

Mas, Senador Pedro Simon, Ulysses Guimarães disse: “A corrupção é o cupim da democracia”. É, Senador Alvaro Dias, a democracia nunca teve tanto cupim, em todos os três instrumentos. Todos os três. Atentai bem! Todos os três: o Judiciário, o Legislativo e o Executivo. Não é o Legislativo o pior. Apenas somos mais transparentes, mais verdadeiros, prontos ao debate. O Executivo aí está, e como tem cupim! Ele apenas se blinda com o poder do dinheiro, da mídia. A blindagem foi tão grande que o cupim deu, e o próprio sistema que o protege o está arruinando pelo cupim. Foram os sistemas publicitários os maiores participantes dessa corrupção. Nós aqui estamos enfrentando o Judiciário, página mais vergonhosa da história do Brasil, mostrando o desentendimento, a ignorância. Que os Poderes, livres, independentes e harmônicos, se respeitem. Mas vem de lá, desrespeitosamente, uma decisão. Pega-se um fraco Presidente da Câmara e um fraco Presidente do Poder Executivo e exige-se um salário de R$ 27 mil, já para o ano, amarrado para o ano, enquanto nossas professorinhas recebem salários mínimos. Todos nós sabemos que, em qualquer país organizado, a diferença do menor para o maior salário é de dez vezes. O Judiciário pegou um Presidente da Câmara fraco e um Presidente da República mais fraco ainda, e nós nos curvamos. Nessa doença, nesse cupim, estamos todos nós.

Mas sou otimista, Senador Leomar Quintanilha. O diagnóstico está feito - eu sou médico - e esta é a verdade: não se trata de uma doença de urgência, Senadores Pedro Simon e Alvaro Dias, em que se retira um apêndice, uma hérnia e resolve-se, fica-se bom. Não! É uma doença crônica, porque o cupim está aí há muito tempo.

Se Ulysses dizia isso é porque já existia cupim. Ele disse que o grande mal da democracia, o cupim, era a corrupção. Ulysses Guimarães se foi; Tancredo Neves se foi; Teotônio Vilela se foi; não cuidaram dos cupins e aí ele está. Mas o País fez o diagnóstico. Todos os três Poderes. A juventude, pura, cheia de virtudes e esperança, fez o diagnóstico. E nós vamos melhorar, pois vamos acabar com esses cupins, que agora são muitos.

Senador Alvaro Dias, cada um faz uma reflexão de acordo com a sua profissão. Eu, como médico, digo que isso é uma doença crônica. E sua cura não vai ser já, já, não, de hoje para amanhã, como estão dizendo. Não, não é urgência, Senador Alberto Silva. É uma doença crônica, como a lepra, como a tuberculose, como a osteomielite crônica, infecção no osso, que tem que abrir, lavar com soro, com antibiótico. Leva meses, anos. Mas começou, existe a cura. E creio, sobretudo, Senador Alberto Silva, em Deus, que disse que depois da tempestade vem a bonança. É esse o otimismo que nos traz aqui. E começamos.

Senador Alberto Silva, talvez esteja estranhando. Este é o segundo pronunciamento que faço nesta tribuna deste lado. Do outro lado, fiz centenas defendendo o povo, os fracos; sempre daquele lado. Sabe por quê? É o destino.

Muito jovem, governava o Piauí Dirceu Arcoverde, que foi Secretário de Saúde de V. Exª, Senador Alberto Silva. Eu era delegado, Senador Leomar Quintanilha. Muito jovem, eu me lembro que votei. Eu era delegado, mandaram, era Figueiredo para Presidente contra o nosso mineiro, banqueiro, Magalhães Pinto.

Houve um coquetel no Salão Negro, Senador Alberto Silva, em que tinha uísque. Eu estava tomando uns uísques lá e, de repente, sai o nosso Governador, Dirceu. Ele estava lá querendo uísque. Ele sai, silenciosamente, Senador Alberto Silva, e entra aqui no plenário. Olhai o que é o destino! Naquela minha observação, pensei: “Que estranho o nosso Governador”. Mas eu não podia deixá-lo só. Eu o acompanhei, e essa foi a primeira vez que eu entrei aqui, neste plenário. Senador Alberto Silva, não havia ninguém aqui, apenas a mesma beleza, o azul iluminado, talvez mais nova a Casa - essa é a impressão. Eu com meu copo de uísque balançando. Poderíamos estar lá, mas ele entrou no plenário, silenciosamente, parou, olhou para cima, subiu àquela tribuna e ficou a meditar. E eu a refletir: ora, nós devíamos estar era lá no coquetel. E volta, pára nesse meio, do meu lado, olha para aquela iluminação, que eu revejo, do mesmo jeito, uma frase de Juscelino que está ali, sobre o que seria Brasília, e ele vira e diz para mim: “Mão Santa, esse Juscelino era um louco”. Quer dizer, ele já sonhava vir para cá. E eu fiquei com aquela imagem sempre.

Mas hoje eu estou aqui sabem por quê? Porque eu tenho uma consultora fabulosa. E corrupção é um negócio sério. E piorou. O Brasil é uma vergonha, é uma vergonha. Está aqui, na revista on line IstoÉ Dinheiro: Aumentou.

Alberto Silva, hoje se mede tudo. Eu sou médico, sei que medimos a pressão, o pulso, a temperatura. Mas se mede tudo hoje, até a corrupção. Tem campeonato. E está aqui: é o último.

Então, eu conversava com Heloísa Helena, que é moderna, e ela pegou o computador. E eu disse a ela: Heloísa Helena, você sabe tudo, conhece o Padre Antonio Vieira. Alberto Silva, V. Exª está novo ainda, tem que vir representar o Piauí.

O Padre Antonio Vieira viveu noventa anos, 52 dos quais no Brasil. E eu digo: Heloísa Helena, e aquele “Sermão do Bom Ladrão”, do Padre Antonio Vieira? Ele tem uns vinte livros de sermões. Os sermões e as cartas, muito bonitas. E Heloísa Helena pegou e colou aqui. “Está aqui, Mão Santa”.

E eu começaria com isso. O grande mal deste País é aquilo para o que Ulysses nos advertiu: “A corrupção é o cupim da República”. Ulysses falou, e advertiu sobre os cupins, e só Pedro Simon ouviu, entre aqueles companheiros.

A corrupção é o cupim da democracia, e os cupins aumentaram lá no Executivo, aqui no Judiciário. Mas diz aqui o “Sermão do Bom Ladrão”, que eu resumiria só no que diz o grande Salomão - Alberto, somos do tempo em que se estudava latim. Diz Salomão: “Non grandis est culpa, cum quis furatus fuerit: furatur enim ut esurientem impleat animam. E Padre Vieira dá a tradução:

O ladrão que furta para comer não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: “Non est intelligendum fures esse solum bursarum incisores, vel latrocinantes in balneis; sed et qui duces legionum statuti, vel qui commisso sibi regimine civitatum, aut gentium, hoc quidem furtim tollunt, hoc vero vi et publice exigunt” Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem esse título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos.

Atente bem, Senador Pedro Simon, que o próprio Cristo disse ao bom ladrão, que era Dimas: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. E ele não ia restituir nada, porque ele não tinha nada. Mas esses vigaristas que estão aí, esses ladrões condenados... Acho que o Senador Pedro Simon já leu mais a Bíblia do que a Constituição do Brasil. Tem lá uma história de Zaqueu, não tem? Era um comerciante mais como esses traquinos que estão aí, e Cristo disse que ele tinha que restituir quatro vezes o que roubou, porque era um ladrão grande. Então, essa é a condição do que penso.

Resumindo: o que temos a ver com isso? Pela vergonha, Senador Alberto Silva. E, quando se vê um homem como Alberto Silva, que em 1948 ingressou na política, atentai bem, Lula! Atentai bem, Lula! Em 1948, na política. Foi tudo: Prefeito, Conselheiro, Governador, Senador.

Senador Pedro Simon, que está muito cansado de lutar, trabalhar e defender: quando vejo Getúlio Vargas, por que ele é respeitado? São quinze anos de Presidência da República. Quinze anos! Saiu por um fenômeno internacional: a 2ª Guerra Mundial. O Brasil compartilhou da vitória e queria uma democracia. Ele foi para São Borja - terra de Pedro Simon -, a fazenda dele era um paraíso, não tinha energia elétrica. Senador Alberto Silva, Getúlio Vargas não tinha uma geladeira a querosene. Alberto Silva, meu avô Josias Benedito Moraes, lá no Piauí, tinha três geladeiras dessas, a querosene. Senador Leomar Quintanilha, eu era criança, ele mandava eu me abaixar para acender uma chama, e não sei como aquilo se transformava e congelava alimentos. Senador Alberto Silva, V. Exª, que é engenheiro, deve entender. Mas lá, no Piauí, meu avô tinha três - só digo isso: uma na casa da praia, uma na casa dele de residência e outra na firma. Getúlio não tinha uma geladeira, 15 anos. E esse PT, em poucos dias, quantos ladrões, quantos picaretas, quantos vigaristas. São os ladrões que estão por aí, que o Padre Antônio Vieira dizia: tem que pagar é por quatro vezes. Essa é a verdade.

As minhas palavras, Alberto Silva, são atuais, porque “saiu mais uma daquelas pesquisas capazes de fazer corar de vergonha até o mais desatento dos cidadãos. O Brasil, esse País leve e fagueiro, encontra-se naquela condição de corrupção endêmica, estagnada, impregnada e com absoluta ausência de medidas eficazes para combatê-la”.

Quem registra isso é o relatório da ONG Transparência Internacional. Atentai bem, Delcídio Amaral, essa estrela que o PT ainda tem de perspectivas invejáveis na política do nosso Brasil!

O Brasil caiu no ranking dos menos corruptos, da 59ª para a 62ª colocação. Quer dizer, neste Governo, neste momento, os cupins da corrupção aumentaram, Leomar Quintanilha!

Em outras palavras: por aqui, a corrupção segue sua balada. Vale a ressalva: é a percepção de corrupção que está em análise, até pela ausência de mecanismos concretos para aferi-la. Não é apenas uma posição vexatória pelo que guarda de distância dos menos corruptos. É também surpreendente por significar [está lá no relatório] que o País carrega uma imagem de ser mais corrupto do que qualquer outro do continente africano, por exemplo, onde todos estão melhores ranqueados do que esse gigante adormecido.

O Chile, país da nossa região, é o 20º. Nós estamos no 62º lugar. Senador Alberto Silva, é de 41 posições a diferença entre o Chile e o Brasil. Por que isso ocorre? Porque temos mensalões, land rovers, caixa dois, é uma política que teima em mostrar a faceta da cultura nacional. Estas são as palavras: o Brasil piorou, mas está feito o diagnóstico.

Neste instante, presto uma homenagem à TV Brasília. Quanto a essas coisas, não vamos ser pessimistas. Ontem vi uma reportagem do Senador Paulo Octávio, misto de repórter, empresário e político, entrevistando Roriz. Senador Alberto Silva, Franklin Delano Roosevelt governou os Estados Unidos por quatro vezes. Ele era rico e forte. Roriz governa Brasília pela quarta vez. Daí essa cidade ser encantadora. O Senador Paulo Octávio mostrava isso. Quanto aprendizado tive com aquela reportagem! Senador Leomar Quintanilha, ele disse que um dos fatos mais relevantes de sua vida foi sua convivência com Juscelino Kubitschek na sua mocidade. Um dos momentos mais importantes foi quando ele visitava Juscelino na sua fazenda com uns amigos, e Juscelino, de pés descalços, na sua simplicidade, dava satisfação do cumprimento da sua missão. Era o Juscelino, de pés descalços, recebendo os amigos. Não foi em vão a luta, o sacrifício de Juscelino, aqui cassado. O exemplo dele é que está a nortear Governadores como Roriz.

Com esse quadro que trouxe de pessimismo, mas que é real. Sou médico, Senador Alberto Silva, para onde - e aprendi de V. Exª - leva-se a nossa profissão. Vi V. Exª, orgulhosamente, assumir: sou um engenheiro político. Eu assumo: sou um médico político. O País está doente. A doença é a corrupção, é crônica. Já fizemos o diagnóstico. Vamos para o tratamento. Mas sou otimista, porque não precisamos, Senador Leomar Quintanilha, buscar exemplos em outras regiões, como Roriz buscou e Juscelino está aí. Exemplos de homens que estão aqui: o engenheiro político Alberto Silva e o virtuoso Pedro Simon. Estas são as nossas palavras de advertências ao Presidente da República: buscai o aconselhamento de homens de experiência, como o Senador Alberto Silva.

Presidente, V. Exª parece que fez 60 anos de vida. Busque a inteligência desses homens que têm 60 anos de virtudes na política do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

O Sr. Paulo Octávio (PFL - DF) - Senador Mão Santa, um pequeno aparte.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Dou um aparte ao Senador Paulo Octávio.

O Sr. Paulo Octávio (PFL - DF) - É porque acaba de chegar às minhas mãos, por via do Gabinete do Senador Mão Santa, uma publicação do Supremo Tribunal Federal, uma liminar, determinando a volta do Senador João Capiberibe ao Senado Federal, que diz:

            O Ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar determinando o retorno ao cargo do ex-Senador João Capiberibe (PSB - AP), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em abril do ano passado por acusação de compra de votos. Capiberibe foi afastado do cargo por ato do Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, na terça-feira. No dia seguinte, o Senador Gilvam Borges (PMDB - AP) tomou posse no lugar de Capiberibe.

            Fiz a interrupção do seu pronunciamento, Senador Mão Santa, porque foi a sua assessoria que fez chegar às minhas mãos essa publicação. Então, quero registrar...

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Deus escreve certo por linhas tortas e bem melhor que eu.

Quero dizer para o Brasil, para os que acreditam em Deus: o espírito de Salomão baixou em Marco Aurélio.

Eu sofri isso. E Evandro Lins e Silva fez! Atentai bem, Senador Alberto Silva: Evandro Lins e Silva, esse é o maior título que eu tenho. Senador Pedro Simon, em caso semelhante, esses agiotas do Direito vieram me cobrar R$ 60 mil. Eu disse que não tinha. Eu sou filho de terceira franciscana. Evandro Lins e Silva fez e iria, esperando no STF, mas esses mesmos que condenaram... Nunca chegou o meu direito. Evandro Lins e Silva nunca pôde me defender. Ele está no céu, mas o povo do Piauí, o povo, que é soberano, fez a justiça. Então, atentai bem! Atentai bem, Senador Alberto Silva!

Senador Pedro Simon, eu me lembro daquela passagem em que Frederico II da Prússia se aproximou de uma fazenda, Senador Alvaro Dias, e quis comprar um moinho. O fazendeiro disse que não podia vender, pois aquele moinho era conservado com carinho porque tinha sido dos seus avós e do seu pai. Então, Frederico da Prússia disse: você sabe com quem está falando? Eu sou o Rei Frederico da Prússia. O homem do campo, fazendeiro, disse: Majestade, ainda há juízes em Berlim.

Então esta é a palavra do povo do Brasil: ainda há justiça no Brasil por intermédio do Ministro Marco Aurélio, a encarnação de Salomão neste País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/10/2005 - Página 37531