Discurso durante a 193ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Propostas para reconstrução das estradas brasileiras. Plantação de mamona para produção de Biodiesel.

Autor
Alberto Silva (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Alberto Tavares Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ENERGETICA.:
  • Propostas para reconstrução das estradas brasileiras. Plantação de mamona para produção de Biodiesel.
Aparteantes
Heloísa Helena.
Publicação
Publicação no DSF de 02/11/2005 - Página 38010
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • CONGRATULAÇÕES, DILMA ROUSSEFF, MINISTRO DE ESTADO, CASA CIVIL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, IMPLEMENTAÇÃO, PROPOSTA, AUTORIA, ORADOR, CRIAÇÃO, CAMARA ESPECIAL, GESTÃO, AGILIZAÇÃO, RECUPERAÇÃO, SISTEMA RODOVIARIO FEDERAL.
  • SOLICITAÇÃO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), FLEXIBILIDADE, CRITERIOS, ZONEAMENTO, AUTORIZAÇÃO, PLANTIO, MAMONA, OBJETIVO, FAVORECIMENTO, REGIÃO SEMI ARIDA, REGIÃO NORDESTE, PRODUÇÃO, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, Biodiesel.

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo aproveitar estes cinco minutos para tentar resumir o que pensei em dizer na tarde de hoje.

Nós comentávamos, há pouco, que perdemos uma porção de tempo ouvindo problemas relativos às dificuldades existentes entre os Senadores e o Governo. Mas não quero perder tempo nesse particular. Prefiro concentrar os cinco minutos nos dois seguintes assuntos. Primeiro, apresentei ao Governo - para não dizer que o Governo não faz nada -, na pessoa da Ministra Dilma Roussef, uma proposta para que fosse acelerada a reconstrução das estradas. É aquele meu velho plano de câmara de gestão, que não seria possível. A Ministra, porém, anotou o prejuízo que estamos tendo com dois milhões de carretas andando em estradas esburacadas, e o prejuízo se reflete no número de litros de óleo diesel jogados fora. São 4 bilhões de litros que representam R$6 bilhões. Eu lhe disse que há 12 mil km de estradas contratadas, mas os empreiteiros recebem muito pouco pelas faturas, porque o dinheiro destinado ao Ministério dos Transportes é pouco, não dá para tudo.

Então, S. Exª levou isso em consideração e entrou - não diria na briga - mas numa posição firme por parte do Governo e determinou que as coisas andassem mais depressa. E já tenho notícias de que o processo está sendo acelerado.

Na próxima quinta-feira, estou inscrito e vou citar as estradas que estão sendo aceleradas. Vejo nos jornais que a Ministra está batendo duro em cima do Homem da Fazenda, dizendo: “Quero o dinheiro para executar as obras deste Governo”.

Portanto, quando se fala em superávit primário - o que excedeu a tudo o que já aconteceu - para pagar dívida, eu quero enviar aqui os meus votos de congratulações com a Ministra e dizer que nós estamos do lado dela, para apoiar o dinheiro, em vez de pagar a dívida, em vez de tudo para dívida, que sobre para os problemas de educação, saúde, segurança e as estradas. Isso número um.

Número dois. Eu tenho brigado aqui pelo problema da mamona para fazer biodiesel e a mamona lá para dar trabalho aos lavradores lá da terra da Senadora Heloísa Helena, do semi-árido nordestino, do Piauí, do Ceará etc. E qual não foi a minha surpresa quando encontrei um negócio que só aqui no Brasil! O problema da mamona está zoneado. Só se pode plantar mamona acima de trezentos metros. O Piauí é uma planície. A metade dos municípios não pode plantar mamona. E agora mamona foi a única coisa que nós encontramos, a única cultura que nós encontramos que é resistente à seca. Ela tem a baga; tem a casca; e tem, se você espremer a mamona, a torta; e tem o pé de mamona que se pode transformar em adubo orgânico.

Então, eu falei ao Ministro, através do nosso Líder Suassuna, que o Ministro da Agricultura que foi que referendou o zoneamento, que abra uma exceção e deixe plantar mamona no Brasil todo, dando trabalho aos lavradores, porque plantar milho não dá resultado, porque o milho quase não tem preço; plantar mandioca, não tem para quem vender; o feijão é o único que existe. Então, vamos plantar mamona e feijão.

Eu já falei sobre isso e faço um apelo ao Ministro da Agricultura que corra, porque só tem um inverno por ano no semi-árido nordestino. Só um. Começa em janeiro e acaba em maio. Se nós não aproveitarmos, vamos esperar outro ano.

E por fim, tem uma seca. Os jornais do Piauí - não sei por artes de quem - descobriram que a maior seca que vai haver é a próxima. Então a mamona agüenta seca. Se vamos ter seca, na próxima vez vou dizer como é que plantamos para resistir à seca.

Estou vendo que a Senadora Heloísa Helena quer dizer algo. Permita-me, Sr. Presidente, um minuto?

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - AL) - Será bem rápido, até porque já fiz este agradecimento aqui na ausência de V. Exª. Mas me sinto, não na obrigação, porque faço com muita alegria, de saudar V. Exª, Senador Alberto Silva. Eu tive a oportunidade de estar com V. Exª, compartilhando e testemunhando as suas proposições concretas, ágeis, eficazes para os investimentos produtivos, para dinamizar a economia local, gerar emprego e renda, associar àquilo que é da razão de existir do Estado nas políticas públicas, nas políticas sociais. E tive a chance de estar com V. Exª junto com o Secretário de Política Agrária de uma cidade do Pontal do Paranapanema e com o nosso querido militante das lutas pela reforma agrária, o Zé Rainha, uma pessoa que estava aqui conosco discutindo com o Senador Alberto Silva alternativas de dinamização da economia local. O Senador Alberto Silva, com a sua grandeza, a sua generosidade política e a sua competência técnica, apresentou todas as alternativas de como trazer desenvolvimento econômico e política social para os assentamentos. E o Zé Rainha, para tristeza de todos nós, acabou sendo perseguido por uma ação judicial, dizendo que, porque ele participou de uma ocupação de terra, vai ficar dez anos em uma cadeia, preso. Nunca vi um negócio desse. Mas esse é um outro debate, que acompanharemos do mesmo jeito. Mas eu desejo agradecer de coração, porque V. Exª usa toda a competência e experiência técnica adquirida ao longo da sua vida e disponibiliza isso para qualquer pessoa, para qualquer Partido, para qualquer experiência administrativa, seja vinculada a uma Prefeitura do PFL, seja viabilizada por meio de uma congregação de associações de militantes do Movimento dos Sem-terra ou de qualquer um outro movimento que lute pela reforma agrária, o MTL ou qualquer outro. Então, eu não podia deixar de agradecer a generosidade política de V. Exª em compatibilizar toda a vivência, o conhecimento e a competência técnica e em disponibilizá-los, independentemente das articulações políticas e ideológicas, como V. Exª fez. Foi uma manhã toda, discutindo tecnicamente o que podia ser feito, todo o zoneamento, tudo, com a maior clareza técnica e a maior sensibilidade política. Então, meu agradecimento.

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Leite de soja etc. Muito obrigado. Agradeço o aparte da Senadora Heloísa Helena.

Sr. Presidente, vou encerrar para não passar do tempo.

            Vamos nos preparar para a seca. Vamos pedir que o Ministro da Agricultura, pelo amor de Deus, libere a mamona para todo o Território Nacional, seja a trezentos metros, seja ao nível do mar, para que possamos dar uma oportunidade ao lavrador.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

Proximamente, volto com informações mais detalhadas de como enfrentarmos a seca, sem aquela confusão de todas as vezes, com carro-pipa etc etc.

Muito obrigado pelo aparte e pela oportunidade.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/11/2005 - Página 38010