Discurso durante a 192ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Solicitação de providências junto ao Ministério da Justiça para proteção e garantia de vida à sua família, tendo em vista ameaças recebidas.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Solicitação de providências junto ao Ministério da Justiça para proteção e garantia de vida à sua família, tendo em vista ameaças recebidas.
Publicação
Publicação no DSF de 02/11/2005 - Página 38041
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), AGILIZAÇÃO, ADOÇÃO, PROVIDENCIA, PROTEÇÃO, GARANTIA, VIDA, FAMILIA, ORADOR, VITIMA, AMEAÇA.

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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO NA SESSÃO DO DIA 31 DE OUTUBRO DE 2005, QUE, RETIRADO PARA REVISÃO PELO ORADOR, ORA SE PUBLICA.

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O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Pela ordem, Srª Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT)) - Com a palavra, pela inscrição, Senador Cristovam Buarque.

Antes, concedo a palavra, pela ordem, ao Senador Arthur Virgílio.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Srª. Presidente, fui procurado, no fim de semana, pelo Deputado Federal Pauderney Avelino, do PFL, do Amazonas, e por um dirigente de uma associação patronal, para usar uma linguagem petista. Há os empregados, os trabalhadores, e os patrões - então, patronal. Fui procurado, Srª Presidente, por um rapaz da Força Sindical, que espero tenha a hombridade de confirmar o que ouviu. Esse rapaz recebeu oferta de dinheiro de um ex-Policial, e eu vou ter o nome disso tudo, do rapaz, o Gil, o do ex-Policial, que não sei se é alguém que saiu da Polícia expulso por ser matador, sei lá o que era, mas que estava a mando do PT nacional, em Manaus, na minha terra, investigando a minha vida,

Até aí tudo bem, porque não é nada mal o PT tomar conhecimento com a vida de gente decente. Até aí, não há problemas. Pode até servir de exemplo. De repente, começam a me imitar, depois ganham a autoridade que eu tenho para falar como eu falo, até porque estribado na minha vida decente. Isso é ótimo. Até aí tudo bem.

O problema é que o rapaz “rosnou”, segundo me disse o Deputado Pauderney e segundo me disseram as pessoas em volta, Srª Presidenta...Srª Presidenta, por favor! “Rosnou”, “rosnou” ameaças físicas a mim, aos meus filhos - isso é imperdoável -, e a minha esposa.

A mim não. Não sei quem ameaça mais quem, se formos só eu e ele, sozinhos! Mas ameaças a minha família?! Portanto, eu queria mesmo... A gente costuma falar aqui, pede providências ao Ministro Márcio Thomaz Bastos, e ele não faz coisa alguma. Eu pedi outro dia garantias de vida ao Sr. Ailton, naquele caso Santo André. Será que o Senado pode me responder se já foi o ofício para o Ministro Márcio Thomaz Bastos, se já foi concedida garantia de vida a um dos poucos sobreviventes daquele caso Santo André? Eu pedi garantia de vida para os irmãos Daniel. Será que ficou por isso? Eu fiz o requerimento e morreu, não fui levado a sério. Daqui a pouco, acontece uma nona morte por enforcamento. Só falta dizer isto: “Assassinado com tiro na nuca... suicidou com um tiro na nuca, ou suicidou com ele próprio se enforcando”. Ou será que foi? E que resposta teria dado o Ministro Márcio Thomaz Bastos sobre isso?

O fato é que a coisa chegou em mim. Chegou na pessoa errada. Mexer comigo é a mesma coisa que passar a mão no bumbum da mulher do Mike Tyson em um bar. É a mesma coisa! Eu reajo exatamente como o Mike Tyson reagiria se alguém passasse a mão no bumbum da mulher dele em um bar. Então, é previsível.

Portanto, eu vou saber quem é o vagabundo que está em Manaus. Ele disse que ganhou R$100 mil para começar esse trabalho. Eu vou saber quem é. Se eu identificar quem é, vou dar uma surra nele, pessoalmente. Eu. Eu, pessoalmente. Não precisa de mais ninguém. Faço eu mesmo. Vou dar-lhe uma surra pessoal e física. Eu mesmo!

Agora, há a questão da minha família, dos meus filhos. Tenho um filho em Manaus. Tenho filhos que vão para Manaus a toda hora, e são menores. Eu quero, portanto, desde já, deixar em alerta esse PT, que falava pela boca do outrora tido como honrado e sei lá o quê, José Dirceu, ao Governo Fernando Henrique, ao dizer que tucano deveria apanhar no voto e nas ruas. Ele tentou corrigir depois, mas disse isso. Então, eu não vou deixar passar nada.

Até pedi minha inscrição como orador, mas para falar de outro assunto. Esse é um assunto menor. Estou agora dizendo que quero que isso seja realmente transmitido ao Ministro Márcio Thomaz Bastos; transmitido a ele. Quero,de verdade, investigação séria e, aliás, que não tenha pessoa do Governo por trás disso. Aliás, eu quero acreditar que não deve ter gente do Governo por trás disso, porque senão, com gente do Governo ou não, a surra pessoal no vagabundo ninguém tira.

Se estivesse sendo ameaçado o meu filho, eu pessoalmente daria uma surra até no Lula, Srª Presidenta, iria em cima daquelas medalhas do Exército e daria uma surra no Lula. Eu, pessoalmente. Se houvesse ameaça a um filho meu. Ele não se iluda quanto a isso. Nem ninguém se iluda quanto a isso.

Portanto, dentro do que é o meu temperamento... Aliás, eu faço aniversário neste mês; escorpião. As pessoas não devem achar que eu vou desonrar o signo. Está registrado e quero providências. Pedi proteção para o Ailton, e nunca mais a Mesa me disse nada. Daqui a pouco, matam o Ailton, dizem que ele, deprimido, suicidou-se, e ficamos sem saber o que se passou em Santo André. Daqui a pouco, Srª Presidente, matam a um e outro daqueles irmãos de Celso Daniel, dizem que se suicidaram também, porque comeram cogumelo.

Estou advertindo, depois de ter ouvido aqui o Senador Antonio Carlos Magalhães, para o fato de que isso parece algo meio consertado. De minha parte, como sempre, estou, completamente à disposição. Lamento não ser o Casanova. Dizem que o Casanova dava a suas amantes toda a satisfação que dou aos meus inimigos, que não podem arrepender-se de serem meus inimigos nunca. Eu sou inesquecível como inimigo. Inesquecível!

Fica, pois, registrado o que disse, e quero saber que providências concretas serão tomadas agora, até porque quero saber se há ou não dedo governamental nisso. A verdade vai aparecer e, se não aparecer, será mais uma demonstração de frouxura de gente frouxa, que não consegue enfrentar a coragem das pessoas corajosas. Eu nasci e vou morrer com coragem para defender as minhas verdades, Srª Presidente.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Já pedimos à Mesa a verificação dos procedimentos solicitados por V. Exª ao Ministro da Justiça.

Esta Presidência defere a solicitação feita pelo Senador José Sarney, por ocasião do seu discurso, que então não havia sido deferida.

Concedo a palavra ao Senador Cristovam Buarque.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC) - Pela ordem.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Pela ordem, tem a palavra o Senador Tião Viana.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, quanto à preocupação com a família e à indignação justa que teve o Senador Arthur Virgílio por sofrer ameaça de invasão de sua vida pessoal, solicito à Mesa que encaminhe o pronunciamento de S. Exª ao Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para as devidas providências de investigação, para saber se está ou não havendo violência aos direitos humanos contra a figura do Senador Arthur Virgílio, que é merecedor do mais absoluto respeito e defesa da sua dignidade pública.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Srª Presidente, pela ordem, mais uma vez. E sem aquela história de a Taquigrafia melhorar o que eu disse . Quando eu falei “tapa” foi “tapa”. Tudo o que eu falei é para ficar. Está bem. Muito bem! E é isso o que acontece mesmo. A senhora está apoquentada? Mas não fique não. É isso que vai acontecer mesmo. Porque eu tenho paciência, tenho certo limite, e com essa gente eu estou sem nenhuma.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/ PT - MT) - Eu não estou apoquentada. Só que o senhor já repetiu várias vezes, e já deu para entender.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Mas é que quem é inteligente compreende antes de mim. Mas eu, como sou burro, para ter certeza de que fui entendido, repito, repito e repito. Outro dia, eu chamei-lhe 17 vezes de alguma coisa ali. Hoje, eu posso dobrar para 49. Daqui a pouco, eu vou ter toda a tribuna do mundo à minha disposição.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko Bloco/PT - MT) - Todos nós aqui somos muito inteligentes.

            Concedo a palavra ao nobre Senador....

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - V. Exª é mais do que eu, mas tem que me ouvir com respeito, e eu não estou aqui para ficar vendo V. Exª fazendo essa cara de muxoxo. Como Presidenta, ou não, senta aí, e me ouve com o respeito que qualquer um tem que ouvir quando está aí.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko Bloco/PT - MT) - Já lhe ouvi com todo o respeito e volto a ouvir o senhor novamente com outro aparte. Se o senhor fizer um terceiro aparte eu ouvirei.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Só que é sem muxoxo. O Presidente Renan ouve sem muxoxo, o Presidente Antonio Carlos ouve sem muxoxo, é sem muxoxo. Tem que ouvir feito uma pedra. Esqueça o seu partido e ouça como uma pedra.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko Bloco/PT - MT) - Em primeiro lugar, eu não o que é muxoxo.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Muxoxo é fazer assim: “tchich, thich, thich”.

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko Bloco/PT - MT) - Concedo a palavra ao nobre Senador Cristovam Buarque, pela ordem de inscrição


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/11/2005 - Página 38041