Discurso durante a 196ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Informação de que o presidente Lula será entrevistado hoje no programa "Roda Viva", na rede Bandeirantes de Televisão. A visita de George Bush ao Brasil.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA EXTERNA. REFORMA POLITICA.:
  • Informação de que o presidente Lula será entrevistado hoje no programa "Roda Viva", na rede Bandeirantes de Televisão. A visita de George Bush ao Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 08/11/2005 - Página 38382
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA EXTERNA. REFORMA POLITICA.
Indexação
  • ANUNCIO, PARTICIPAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROGRAMA, ENTREVISTA, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), IMPORTANCIA, DEBATE, JORNALISTA, BALANÇO, GOVERNO.
  • COMENTARIO, PROXIMIDADE, VISITA, BRASIL, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), DEFESA, NEGOCIAÇÃO, REDUÇÃO, SUBSIDIOS, AGRICULTURA, PRIMEIRO MUNDO, VALORIZAÇÃO, SOBERANIA.
  • COMENTARIO, SITUAÇÃO, POLITICA, PAIS ESTRANGEIRO, PERU, RETORNO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, RISCOS, AUTORITARISMO.
  • EXPECTATIVA, URGENCIA, TRAMITAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, PROPOSIÇÃO, MELHORIA, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, PREVENÇÃO, CORRUPÇÃO, ELEIÇÕES.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela Liderança do Bloco/PT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho à tribuna lembrar que hoje, na milésima edição do programa “Roda Viva”, o convidado para o debate é exatamente o Presidente Lula.

Certamente, o evento será a tônica dos debates a partir de amanhã. Vou assistir ao programa com bastante atenção.

É muito positiva a ida do Presidente ao “Roda Viva”. Todos conhecemos a natureza do programa, onde comparecem renomados profissionais da imprensa brasileira dos mais diversos veículos de comunicação. Ninguém vai lá para brincar, é um debate muito sério, no qual os jornalistas procuram arrancar as contradições do entrevistado.

Em momentos como este, é importante que o Presidente fale abertamente à Nação, diga o que está pensando, faça um balanço de seu governo, aponte as novas perspectivas.

Espero ter oportunidade de voltar à tribuna amanhã para fazer comentários sobre a desenvoltura do Presidente.

Outro assunto a que quero referir-me é a visita do Presidente dos Estados Unidos ao nosso País. Em tempos anteriores, certamente as manifestações tradicionalmente contrárias à postura da Presidência e do governo norte-americanos seriam muito mais fortes.

Pela televisão achei as manifestações bastante singelas e, de certa forma, muito educadas. O que pude compreender da visita de George W. Bush ao Brasil é que países como o nosso, do Hemisfério Sul, que têm suas economias baseadas na agricultura, em produtos de baixo valor agregado, em emprego muito mais rural do que urbano, têm de abrir negociações voltadas para esses cenários. Se o Presidente Bush e a União Européia participarem do entendimento de que é preciso reduzir os subsídios do mundo inteiro para valorizar o intercâmbio comercial Sul/Norte, teremos dado um salto de qualidade.

Uma visita como essa não pode ficar focada apenas na amizade, apenas, digamos assim, naquilo que prega a democracia norte-americana e a brasileira. É importante que o Brasil avance, mantenha negociações para valorizar a sua soberania, a sua grandeza, o seu crescimento e a sua liderança em relação a um ponto que une 22 nações do Hemisfério Sul.

Sr. Presidente, falo, ainda, sobre o Peru. É constrangedora a situação de um país que teve um presidente como Alberto Fujimori, que saiu praticamente fugido e agora se acha no direito de voltar. A diplomacia brasileira deve ficar atenta ao que está acontecendo, porque não podemos assistir à volta para um país vizinho de um presidente que saiu praticamente fugido. É importante ter uma boa relação nessa parte do continente. Espero que o povo peruano tome o maior cuidado possível para que não se reedite o que foi Fujimori naquele país.

Por último, Sr. Presidente, estamos no dia 07 de novembro; portanto, faltam mais ou menos 40 dias para a decisão do Congresso em relação à reforma política. Temos de mudar a Constituição, permitindo a prorrogação do prazo para o dia 31 de dezembro, como o que está apensado na emenda constitucional. Todavia, até o presente momento, não se fala nisso na Câmara nos Deputados nem no Senado, uma Casa que avança muito mais rápido nessa direção.

Sr. Presidente, faço um apelo a todas as Lideranças para que possamos decidir sobre isso. Se as eleições do ano que vem se derem nos mesmos marcos da anterior, não sei se a tese e a profecia de Roberto Jefferson não se vão fazer valer.

Gostaria que, como resultado da punição que será certamente apontada pelas três CPIs em relação a qualquer tipo de escândalo, o Congresso Nacional reformulasse completamente aquilo que está sendo proposto para as eleições do próximo ano, já baseado na tese do Senador Jorge Bornhausen, que passou, por unanimidade. Todas as pessoas aqui concordaram com a sua opinião, e espero que isso seja levado a sério na Câmara dos Deputados.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/11/2005 - Página 38382