Discurso durante a 221ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro de visita feita a diversos municípios do Estado do Acre, com destaque para a construção da Ponte Binacional, que ligará o Brasil ao Peru. Considerações sobre o julgamento dos assassinos de Irmã Dorothy. (como Líder)

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. BANCOS. CONCESSÃO HONORIFICA. SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Registro de visita feita a diversos municípios do Estado do Acre, com destaque para a construção da Ponte Binacional, que ligará o Brasil ao Peru. Considerações sobre o julgamento dos assassinos de Irmã Dorothy. (como Líder)
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 13/12/2005 - Página 43967
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. BANCOS. CONCESSÃO HONORIFICA. SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • ELOGIO, INICIATIVA, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO ACRE (AC), CONSTRUÇÃO, PONTE INTERNACIONAL, LIGAÇÃO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, PERU.
  • REGISTRO, INAUGURAÇÃO, AGENCIA, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), MUNICIPIO, ESTADO DO ACRE (AC), SOLICITAÇÃO, CRIAÇÃO, SUPERINTENDENCIA, BANCO OFICIAL.
  • AGRADECIMENTO, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DO ACRE (AC), CONCESSÃO, TITULO, ORADOR, CIDADÃO, REGIÃO.
  • COMENTARIO, EFICACIA, JUSTIÇA, ESTADO DO PARA (PA), JULGAMENTO, HOMICIDIO, IRMÃ DE CARIDADE, MISSÃO, REGIÃO AMAZONICA, DEFESA, URGENCIA, CONDENAÇÃO, MANDANTE, CRIME.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, venho à tribuna no dia de hoje para falar um pouco do que vi em visita a diversos municípios do meu Estado do Acre.

Dirijo-me às pessoas que não conhecem a região da magnífica obra que está quase concluída, a ponte binacional, que ligará o Brasil ao Peru, sobre o rio Acre. É um trabalho do Governo Federal, do Presidente Lula, do Governador Jorge Viana. Todos se irmanaram naquele empreendimento que culminará com o asfaltamento que ligará o Brasil ao Pacífico, passando por todo o território peruano. A obra está muito bonita, Srª Presidente. Tirei fotos. Está quase concluída, está nos detalhes finais, esperando o momento para irmos lá e - quem sabe - prestigiar. Convido já V. Exª para estar presente no momento daquela inauguração.

Num municipiozionho do Brasil, na fronteira com o Peru, chamado Assis Brasil, inauguramos mais uma agência do Banco. Quero novamente parabenizar a direção do Banco, excepcionalmente a nossa Superintendência, o nosso Superintendente, Dr. Joaquim. Trata-se de um nordestino que está lá emprestando a sua inteligência, a sua capacidade de trabalho e apostando no futuro do nosso Estado. Essas são palavras que gostaria de destinar a ele, a toda a equipe e às pessoas que foram agora para ajudar neste novo momento do nosso Estado.

Eu queria lembrar que falta a criação da superintendência da Caixa Econômica, que nos foi tirada no período de enxugamento nacional. Espero que em tempo muito curto possamos ter de volta a superintendência da Caixa, a superintendência da Conab e o Tribunal Regional do Trabalho.

Srª Presidente, preciso fazer um agradecimento à Assembléia Legislativa do meu Estado, onde fui agraciado com o título de cidadão acreano. Como nosso Senador Mão Santa faz questão de dizer que sou do Piauí, sou, de nascença, do Município de União, mas estou no Acre há 20 anos, período de trabalho dedicado, principalmente, às organizações comunitárias do campo. Hoje, reconhecido esse título, quero dizer que este é um prêmio muito forte para mim, pois o trabalho desenvolvido no Estado do Acre é motivo de reconhecimento. Agradeço à Assembléia Legislativa e, principalmente, ao Deputado Juarez Leitão, que apresentou meu nome para a apreciação daquela Casa.

Srª Presidente, preciso fazer aqui o registro de que, neste final de semana, houve o julgamento de dois dos assassinos da irmã Dorothy Stang, um caso que chocou a todos nós e que, lembro-me muito bem, virou notícia inclusive internacional. Naquele momento, eu participava da CPMI da Terra. Estivemos naquela região de conflito e tínhamos medo de que a Justiça do Pará não realizasse o julgamento em tempo hábil, tanto é que participamos das negociações pedindo a federalização daquele crime.

Srª Presidente, hoje estou aqui para pedir desculpas à Justiça do Pará, fazendo um gesto bem caboclo de nosso Estado, que é “dobrando a minha língua”. Dobrando a língua porque disse, com todas as letras, que não acreditava na velocidade da Justiça do Estado do Pará. E eis que, em tempo hábil, até muito curto, foram a júri os dois assassinos: Rayfran das Neves Sales, apelidado de “Fogoió”, que disparou os projéteis que tiraram a vida da irmã Dorothy, e o pistoleiro Clodoaldo Carlos Batista, que não disparou nenhuma bala, segundo ele, mas que estava junto e participou de toda a arquitetura que culminou com aquele bárbaro assassinato.

Resta agora, Srª Presidente, dizer que espero da Justiça do Pará um júri mais rápido para Amair Feijole da Cunha, apelidado de Tato.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Sibá Machado, em nome do Piauí, estamos orgulhosos de que esse filho ilustre de União seja hoje cidadão do Estado do Acre. Mas gostaria de me reportar a esse título. Um dos homens que mais admiro é Simon Bolívar. Ele nasceu na Venezuela, mas também libertou a Colômbia, o Panamá, o Equador, o Peru. Era El Libertador. E há uma mensagem muito correta em relação a sua cidadania. Na estátua de Simon Bolívar, defronte sua casa, em Bogotá, na Colômbia, Senadora Iris Araújo,...

(Interrupção do som.)

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Está escrito: “Eu abdicaria a todos os títulos que tive” - soldado, cabo, sargento, tenente, capitão, major, coronel, general, marechal, El Libertador, presidente, ditador, todos os títulos -, “mas jamais abdicarei ao de bom cidadão”. O Acre ganhou um bom cidadão, mas que filho do Piauí é!

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Obrigado, Senador Mão Santa. Suas palavras elogiosas me ajudam bastante. V. Exª é sempre um conselheiro de meus bons modos aqui nesta Casa também.

Srª Presidente, para concluir esta parte, faço só um pedido, uma recomendação de uma pessoa que acompanhou tão de perto a vida da Irmã Dorothy, pois convivi com ela durante muitos momentos: que sejam rapidamente julgados também Amair Feijole da Cunha, o Tato, que é a pessoa que intermediou o crime, e os dois acusados de serem mandantes do crime: Vitalmiro Bastos de Moura,...

(Interrupção do som.)

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - ...que é o Bida, e Regivaldo Galvão, já que a CPI detecta, com toda a segurança, que são os dois mandantes para aquele bárbaro assassinato.

Diante de tudo isso, peço mais uma vez desculpas à Justiça do Estado do Pará, que está de parabéns pelo trabalho realizado. Foram trinta horas de julgamento que culminou com as condenações do Sr. Rayfran, o pistoleiro que atirou na irmã Dorothy, a 27 anos de prisão, e do Sr. Clodoaldo Batista, que participou de tudo, embora não tendo atirado, a 17 anos, em regime fechado.

Embora, por direito legal, a defesa procure a nulidade do julgamento ou o abrandamento de pena, espero que quem venha a julgar a segunda etapa acompanhe a decisão do júri daquele tribunal de manter presas essas pessoas, porque, no meu entendimento, a impunidade sobre esse tipo de crime não pode continuar vagando no Brasil.

Era o que eu tinha a dizer, Srª Presidente.

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/12/2005 - Página 43967