Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre a próxima eleição presidencial.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Reflexão sobre a próxima eleição presidencial.
Publicação
Publicação no DSF de 04/03/2006 - Página 6723
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • EXPECTATIVA, ESCOLHA, REPRESENTANTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), CANDIDATO, DISPUTA, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • CONCLAMAÇÃO, LIDERANÇA, CONGRESSO NACIONAL, DEBATE, OBRIGATORIEDADE, SEMELHANÇA, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, ELEIÇÕES.

O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o período de festas populares em todo o território nacional levou muitos a refletirem e outros a desfilarem pelas avenidas e ruas país afora.

As eleições realmente estão na pauta. Há duas semanas, eu disse que havia muita água para passar não por baixo da ponte, mas por cima da ponte.

O PSDB, por suas lideranças máximas, articula-se entre jantares e organiza-se entre palestras e profundas discussões sobre o pleito que se avizinha. O Presidente Tasso Jereissati, na dificuldade da preferência pelo candidato do partido à Presidência da República, tenta equilibrar-se na definição entre José Serra e Geraldo Alckmin. O Senador Arthur Virgílio, um dos mais expressivos Líderes deste Parlamento, desta augusta Casa, combativo, vem mostrando ao Brasil as grandes deficiências e a necessidade da alavancagem de uma proposta desenvolvimentista para o País.

Não sei se o Senador Arthur Virgílio ainda se equilibra para não ferir os dois Líderes e para juntá-los numa marcha rumo à Presidência da República, ou se já se definiu entre Alckmin e José Serra. Sei que agora não é o momento oportuno para tratar deste assunto, porque é uma situação delicada; mas acredito que será uma bela disputa, uma disputa acirrada.

A água subiu como a maré, que sobe, desce e sobe. Então, é a hora em que o PMDB também se organiza.

O Presidente Lula, nas últimas pesquisas de opinião pública, desponta numa reação fabulosa, surpreendendo todos os segmentos políticos. A Senadora Heloísa Helena, aguerrida Líder do P-SOL, também vai às ruas. Vi em revistas de circulação nacional S. Exª e o Babá, em cima do caixote, na praça pública, brigando por filiações. A Senadora Heloísa Helena é uma candidata em potencial à Presidência da República.

Acredito, Sr. Presidente, que este é um momento importante para a Nação brasileira. A reforma política já se distancia, não há como implementá-la.

Por esse motivo, conclamo todos os peemedebistas a uma reflexão sobre a conjuntura política em que deveremos estar engajados juntos com o PSDB, ou com o P-SOL, ou aliados com o Presidente Lula. Isso, realmente, é uma preocupação muito grande.

Eu admiro e respeito muito o Presidente Fernando Henrique Cardoso, que está participando ativamente do processo político, buscando a melhor decisão, imediata, para o lançamento da candidatura do PSDB à Presidência da República. Aliás, o PSDB é o único Partido que realmente estará em plenas condições de se contrapor ao Partido dos Trabalhadores, e, para isso, Sr. Presidente, vai haver ainda um grande debate.

Eu acredito muito na dinâmica do processo político. Há o crescimento de maré, o movimento que sobe e que depois desce. Eu acredito que nós estamos vivendo esse fenômeno. Segundo os analistas políticos, há possibilidade de crescimento do Governador Geraldo Alckmin, com mais densidade do que o Prefeito José Serra, que já fez parte desta Casa e que foi Ministro da Saúde.

Ora, Alckmin, quando Deputado Federal - foi meu colega lá do outro lado -, sempre teve o perfil sereno, perfil de um homem que condensa muito bem as idéias e faz das idéias uma realização com praticidade. É um homem muito prático.

Como vai ser esta eleição presidencial? Ainda estamos na expectativa do julgamento, pelo Supremo, sobre a questão da verticalização, que ainda não acabou. Essa verticalização vai nortear definitivamente o pleito. Os nossos candidatos a governador, a senador, a deputado federal e estadual ainda aguardam essa definição. Parece que está tudo tranqüilo, que a verticalização caiu, foi derrubada pela Câmara e por esta Casa. Mas foi fora de tempo.

Quando o Supremo julgar essa matéria, daqui a trinta ou sessenta dias, poderá haver uma nova alteração. Conclamamos as Lideranças do Congresso Nacional, da Câmara e do Senado, a uma reflexão sobre a verticalização. As regras foram mudadas muito antes do tempo, e, se a lei prevalecer, com certeza absoluta as regras que utilizaremos neste pleito serão as regras do pleito passado, e o que foi derrubado vai prevalecer nas próximas eleições.

Sr. Presidente, o povo brasileiro precisa de ânimo. Precisamos de candidatos que empolguem, que tragam novas idéias, novas propostas, que nos animem à grande batalha eleitoral.

A democracia é fantástica. Às vezes, bate no peito do eleitor o desânimo; às vezes o desapontamento, o desencanto em dizer que tudo está perdido. Mas a democracia é fantástica. Assistimos aos noticiários mundiais e vemos os países em guerras, onde a democracia não prevalece, onde o voto é substituído pela intransigência, pelas armas, e a disputa pelo poder é feita de forma violenta entre grupos que se debatem, provocando caos e liquidando muitas sociedades. São mais de quinhentos conflitos mundiais.

O tema que me traz aqui hoje é justamente este: as eleições que estão aí. Já estamos nas ruas, tentando reanimar, levantar o povo brasileiro em torno de propostas, de ideais, para que possamos fazer uma grande eleição.

Vejo, Senador Arthur Virgílio, um grande debate nacional com os dois candidatos que vão polarizar estas eleições: o Presidente Lula e talvez Alckmin ou Serra. Se os dois desistirem, então, convoquem V. Exª, que, bravo como é e homem de ideal como tem sido, homem de idéias, poderá ser um grande candidato à Presidência da República.

Sr. Presidente, pela democracia, pela reanimação, pela busca novamente dos ideais da revitalização democrática, conclamamos o PMDB a integrar esta grande discussão nacional, para que possamos fazer um grande pleito.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/03/2006 - Página 6723